segunda-feira, 14 de abril de 2008

Assembleia Geral Extraordinária

Os mal-intencionados e os pobres de espírito. Por norma os primeiros são mais difíceis de detectar. Se não forem do Benfica ainda mais difíceis de detectar se tornam. Nem todos preenchem na perfeição o personagem-tipo como o fazem respectivamente Vale e Azevedo e o taxista Jorge Máximo. A manipulação, o cinismo, a mentira, o maquiavelismo são mecanismos mais refinados e complexos do que o simples lambe-cúismo e seguidismo cego. Mas ambos podem causar mossa. Para se ser um ou outro não é preciso encarnar aquelas duas representações extremas. Basta uma coisa: colocar os interesses particulares de alguém(s) acima dos interesses do clube. O mal-intencionado, esse, fá-lo conscientemente, e por isso dele não poderemos dizer "perdoai-lhes que eles não sabem o que fazem" porque sabem.
No caso do Sporting, gostava de saber que não havia gente mal-intencionada à frente do meu clube. Vocês não?

Porque o projecto tem sido um “não-projecto”, porque houve negócios com todo o aspecto de negociatas, porque houve negócios que prometiam reduzir o passivo e ele afinal… nicles (continua nos mesmos valores anteriores à operação "delapidação de património"), porque a proclamada transparência e rigor é desesperadamente escassa, e porque será organizado um Congresso onde se discutirá o futuro do clube, por tudo isto, dizia eu, muitos sócios pretendem convocar uma AG Extraordinária onde propõem a discussão e votação de uma série de pontos essenciais.
Podendo, muito naturalmente, não se concordar com a totalidade dos pontos e propostas do Movimento que encabeça a proposta de realização da AG, não vislumbro argumentos que possam desvalorizar ou anular a importância da sua realização. Na iminência da organização de um Congresso Leonino onde se pretende discutir o futuro do clube, eu pergunto com que bases se partem para uma profícua reflexão senão com base no conhecimento do nosso presente e passado recente?! É esse exercício que uma auditoria externa, por exemplo, permitiria apurar relativamente à gestão do pilim.

Agora digam-me lá, se não é por má onda, então… quando vêm pedir 40 mil euros (às vezes dá jeito não ter um pavilhão, não é srs. dirigentes?) para que os sócios possam exercer um direito consagrado nos estatutos, é por quê?
Se não é por má-intencionalidade ou pobreza de espírito, então… quando vêm com argumentos obtusos numa óptica de rejeição da manifesta complementaridade entre o Congresso e a AG, como se de uma competição com contornos freudianos se tratasse, então é por quê?
Se é tudo malta bem intencionada, se até prezam a democracia, se o Sporting não é um country club, então… quando nos vêm dizer que o Congresso não poderá ser aberto a todos os sócios e que talvez será no Algarve, então é por quê?

Caros consócios, então que argumentos me dão para a não realização de uma AG? Por receio do voto democrático dos sócios em querer saber a quantas anda o clube? É esse... o medo?

Para terminar, dizer que vale a pena ler as respostas/comentários que o Frederico Abreu e um tal de Grga Pitic nos dão sobre este assunto aqui.

3 comentários:

Anónimo disse...

provavelmente os dirigiente acham que é perda de tempo esta coisa das assembleias gerais porque, por muito que os sócios estejam insatisfeitos e a querer exigir que o clube preste contas, eles (os manda-chuva) não vão fazer absolutamente nada a respeito disso.

em jeito de drama queen digo que, como benfiquista, sinto-me ofendida pelas tuas palavras no parágrafo inicial. amuei. não volto a pôr os pés neste tasco :P

Cozinheiro Sueco disse...

Parabéns para toda a equipa da Roulote por produzir aquele que é um dos melhores blogs Leoninos da actualidade. É um prazer ser servido aqui.

paulinho cascavel disse...

mpre27, Deixa-me dizer-te que é um prazer lermos essas palavras logo vindas do criador do portentoso "Óculo Verde" e candidato à medalha de embaixador leonino nas Highlands!