terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Tristeza

O episódio (sublinho a palavra episódio!) Sá Pinto-Liedson revela apenas uma coisa: não há liderança no Sporting!
Desculpar-me-ão insistir neste ponto, mas uma palhaçada destas não mereceria um minuto sequer do nosso tempo se quem tem que actuar nestes casos o tivesse feito.
O Presidente do SCP é pago. Dirigir não é deixar-se arrastar pelos acontecimentos. É prevê-los!
Acredito que esta manobra tosca até tenha sido montada, não para atingir o Sá Pinto, como alguns especulam, nem para atingir o Liedson, como outros sugerem, mas para atingir o JEB que vê com este acontecimento a sua imagem desgastar-se ainda mais. Se assim foi, atingiu o alvo.
Mas, a verdade é que JEB não agiu bem. Nem antes, nem durante, nem depois.
Nem antes, porque uma coisa destas nunca devia ter acontecido. Ponto! Fosse por erro de casting, por falta de comparência da administração no coração dos acontecimentos, ou por outro motivo qualquer, uma coisa destas nunca devia sequer ter chegado ao banco, muito menos ao balneário, e, muito menos ainda, deveria ter saído para fora do balneário! Em tudo isto há uma macieza de actuação, uma ingenuidade, uma falta de previsão, uma ausência de planos de contingência, uma falta de pulso que nem dá para acreditar!
Nem durante, porque quando, como disse, o problema explodiu em campo, já as medidas cautelares deveriam ter sido tomadas. É totalmente inexplicável que não haja uma reacção oficial do treinador. É mais outro que sai chamuscado de tudo isto, sem necessidade. Nestas coisas, ser apanhdo de surpresa é a morte do artista e sinal de amadorismo total. O segredo de outras lideranças de sucesso é que há poucas supresas, ou nenhumas.
Nem depois, porque tudo o que se passou depois foi deitar gasolina na fogueira. Mais valia ter aguentado os dois fogosos lutadores, ter deixado esfriar os acontecimentos (não dando, para além disso, mais pretextos à comunicação social para continuar a sua campanha) e aplicar castigos, suspensões, rescisões, etc, daqui a uns tempos, quando todos menos esperassem.
Assim, foi tudo óbvio e para o Sporting foi (mais uma vez) tudo prejuízo. É claro que o Liedson não podia ser suspenso, é claro que a sacrificar alguém teria de ser o pateta do Sá Pinto que parece um daqueles touros com crença nas tábuas e é claro que não se cortou o mal pela raiz. As mesmas figuras obscuras que ensaiam as manobras do costume para estabelecer a confusão, continuarão a fazê-lo. Não foram desmascaradas e saem impunes de tudo isto.
Compreendo aqueles que se dizem tristes com tudo isto. Eu próprio me sinto tristíssimo. Tudo isto é tão absurdo e extemporâneo que nem dá verdadeiramente para acreditar. Mas, as triztezas deste tipo podem-se evitar. E não pagam dívidas...

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Cadernos do balneário

À semelhança do que sucedeu com Paulo Bento, agora é a vez de Ricardo Sá Pinto não conseguir manter o silêncio no momento da saída. São aqueles que mais falam em união e amor à camisola os que, no Sporting, se apressam a incendiar a tenda. A razão imediata (o que não significa que não existam outras) do incidente entre Sá Pinto e Liedson foi patética e repete-se milhões de vezes todas as semanas em milhares de locais: uns preferem apoiar os seus colegas de trabalho; outros humilhar os seus subordinados. Uns acham que estão apenas a fazer o seu trabalho e acham que não têm de ser insultados por isso. Outros acham que o cliente tem sempre razão. Tanto discutimos isto entre nós a propósito do assobiar ou não um jogador, como estamos constantemente a travar este debate no nosso quotidiano e em especial no nosso local de trabalho. O que é patético em Sá Pinto é a utilização que está a fazer do incidente para queimar o melhor jogador da equipa por um desabafo deste último no banco de suplentes. Um desabafo que não teria consequência rigorosamente nenhuma, não fosse a carica do nosso exaltado director desportivo saltar com facilidade. E depois claro, anda por aí muita gente sedenta do sangue de Liedson, desde que passou a ser convocado para a selecção. Na blogosfera sportinguinta, e fora dela, há muita gente que não consegue engolir a convocatória de mais um "brasileiro" e então apressa-se a julgar Liedson que, independentemente das suas opiniões sobre os adeptos, a que tem todo o direito, se limitou, na privacidade do balneário, a defender um dos seus colegas mais jovens de um ataque extemporâneo do director desportivo. Divergências destas existem em todo o lado. Andar à pancada por isso é patético. Fazer comunicados hooliganescos no rescaldo ainda é pior.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Não há inconveniente nenhum, pois não?



E claro, não deixa de ser divertido ver o que é que alguns blogues do F.C.Porto têm a dizer sobre o assunto. É qualquer coisa entre o Moment of Zen do John Stewart e o No comments do euronews. Deleitem-se:
NENHUMA vitória do FC Porto resultou do benefício de qualquer arbitragem, em NENHUM campo fomos beneficiados, contra NENHUM adversário obtivemos contrapartidas pelo que quer que seja. Tudo isto foi confirmado pelos resultados dos próprios jogos e pelos peritos de arbitragem que analisaram os mesmos. E nem seria necessário recorrer a peritos para ver o óbvio. Ganhámos no campo, e ganhámos bem. Tudo o resto é folclore.

Há gente que nunca está satisfeita com nada ou gestão empresarial

Os adeptos do clube mais rico do mundo, farto de ganhar títulos e actual tricampeão inglês, esses pulhas ingratos, também não estão muito satisfeitos com a forma como o seu clube é gerido. Já não chegávamos nós e a malta do Liverpool, agora estes também deram para armar em chatos. É inacreditável a ingratidão da plebe:
Os adeptos vão protestar contra a gestão da família Glazer, que consideram estar a prejudicar o clube. Como prova argumentam com a gigantesca dívida que tem o United: nada menos do que 826,4 milhões de euros. No sábado passado, dois adeptos foram expulsos da bancada, depois de mostrarem uma faixa contra os Glazer.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Para os menos atentos, ou ávidos de sangue

Muitos no estádio (e fora dele) ansiavam pelo momento em que o Patrício voltasse a dar uma fífia, como a que supostamente todos dizem que deu! Estando o lance do 2º golo do Mafra, na origem de mais um episódio triste do nosso Sporting, pensei que a fonte não deveria ser desprezada. Ainda por cima gosto do rapaz e tento defendê-lo em conversas com amigos. Na minha opinião é um jogador que nos 2 anos e meio a titular, tem mostrado evolução ao contrário de outras jovens promessas que lá se passeiam. O facto da baliza do grande Sporting ter sido entregue a um guarda-redes tão jovem e inexperiente na altura, é outra discussão totalmente diferente e que não irei ter agora. Posto isto e não considerando o Patrício um "Ás" a jogar com os pés, a verdade é que ele não compromete dessa forma! Deste modo, ainda que não tendo caracóis, nem usando óculos (alguns se calhar vão precisar), decidi recorrer às novas tecnologias. Viva o Youtubinho! De seguida vejam o vídeo que vos é apresentado e tirem as vossas conclusões. Chamo especial atenção, para a vista atrás do Patrício (entre os 34-37 seg).



E então?! Nada?! Hum...não acredito! Voltem a ver com muiiiita atenção para a bola... Já está? Conseguiram? Pois é! Não é que ressaltou no nosso maravilhoso relvado?! E agora de quem é a culpa?

Ausências...

Parafraseando um slogan da TSF, no Sporting, em tudo o que se passa, passa-se a falta de um Presidente...

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Princípio de Peter

e precipício do Sporting...

E agora? Terá esta extra ordinária personagem capacidade para continuar a exercer as importantíssimas funções de team manager?

Duas propostas para uma total renovação do Sporting

Proponho duas alternativas. Uma seria a da SAD tomar, em definitivo, conta de tudo desde já. Fim do SCP e desta coisa absurda que é a Sporting SAD e criação de uma nova e única entidade a Sporting, Comércio de Eventos Desportivos, Lda
Uma primeira iniciativa desta nova empresa seria criar um Canal Sporting na rede da tv por cabo. Um produto altamente inovador que este novo canal poderia proporcionar a todos os assinantes --potencial gerador de enormes receitas-- era um género novo, mistura de reality tv com telenovela, em que os dramas internos do Sporting (habitualmente usados pela imprensa, que deles tira exclusivo partido, e pelos nossos detractores para nos humilhar) seriam, finalmente, usados para usufruto próprio. Já que se sabe tudo, e que no Sporting vale tudo, que se tire partido de tudo!
Imaginem, por favor, por um momento, o que seria uma espécie de big brother dentro do balneário do Sporting, no qual poderíamos todos assisitir ao Sá Pinto à latada com o Liedson, o Stojkovic a enfardar no Pedro Barbosa, e todos os outros episódios altamente dignificantes que vamos conhecendo, e quiçá outros que nos são estupidamente ocultados. Tudo ao vivo e a cores. E no fim os espectadores até podiam votar o nome de quem ganhava e ficava. Ou, melhor ainda, tinham um desses números de valor acrescentado em que sugeriam os castigos a aplicar: "Se acha que o Liedson deve pagar 1 milhão de euros de multa marque 1, se acha que deve ser o Sá Pinto a pagar marque 2, se acha que devem pendurar o Liedson, o Sá Pinto, o Rui Patrício e o JEB e mais a puta que os pariu a todos, no alto de cada uma das torres de iluminação do estádio, marque 3...'
O Sporting não está a tirar partido de tudo isto, de todo este tremendo potencial! E é pena...
Outra alternativa seria acabar com a SAD e com toda esta palhaçada do clube-empresa travestido de instituição desportiva e deixar que o SPORTING CLUBE DE PORTUGAL e os seus sócios gerissem toda esta bandalheira da forma exemplar que se impõe. Por mim, inclino-me mais para esta segunda hipótese.

Legendary Tiger Man

Depois do jogo entre os solteiros de alvalade e os casados de mafra, que acabou com a vitória tangencial dos solteiros, um jogador do clube e o seu superior abraçaram-se em actos de pancadaria.
Temos de recordar que ambos são tipos experiente nestas situações, um já havia aviado (e muito bem) o então seleccionador nacional do bigode. Outro já andou a dançar à frente de uma vassoura empunhada por um montenegrino.
Pela história contada, após a dupla fífia de patrício, o público assobiou o patrício, outros bateram palmas, como a reconforta-lo que erro que cometera.
O jogador do clube, mandou calar os adeptos, como se ele fosse o clube, o rei sol.
O director desportivo e quando a mim mal, repreendeu-o em público, deveria tê-lo feito em privado.
Aqui começam a inchar os egos das duas personagens.
Não esquecendo o passado menos próprio do director desportivo, ainda recordo bem as atitude do jogador, que consistiram em perder voos, em levar o 5º amarelo para não jogar com o benfica e mais recentemente em dizer em público que não concordava com a táctica do treinador.
Posto isto, e perante os desacatos públicos é necessário firmeza e autoridade do clube.
É óbvio que pinto já não tem condições para ser director desportivo.
Por outro lado, para andarem à batatada são precisos dois, e liedson, obviamente, não poderá passar sem uma pena exemplar, sob pena de lhe ser conferida uma carta branca para fazer o que quiser com quer quiser, já começou com os adeptos e com os donos do clube.
À frase de o "ou ele ou eu", eu responderia com nem um nem outro, vão os dois pró caralho, um para a rua, como já parece ter ido e o outro era uma punição à porto. Processo disciplinar, treinar sozinho ou com os juniores enquanto durasse o processo, sendo impedido de ser convocado para os jogos e depois uma pena exemplar. Como o treinador e o director desportivo já não são os mesmos do stoi, podemos ficar tranquilos quanto a uma eventual ostracização desportiva, mas para não lesar ainda mais os interesses do clube, teria de haver uma punição, no mínimo de 60 ou 90 dias sem ordenado.
Resta saber se o presidente profissional tem coragem para não subjugar o clube à disposição de uma individualidade, sob pena subverter os papéis na hierarquia do grupo. Isto já foi escrito, inclusive por um chinês há mais de 2000 anos.

P. s.: É hilariante que agora circulem mensagens de elogio a paulo bento em relação às suas afirmações sobre pinto. A memória é curta e já se esqueceram que após o famoso atraso de tonel para stoi, o primeiro a criticá-lo em público foi o então treinador do clube.

P. s. 2: Ontem outro chinês, fez algo que até parece natural, num só jogo marcou mais golos em alvalade do que o postiga em toda a época.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Tudo Bons Rapazes - Parte III

Só nós é que somos um clube diferente.
A não perder este post.
É engraçado como todos os dirigentes da dinastia roquette sempre fugiram de uma auditoria como o diabo da cruz. Lá terão os seus motivos (cadáveres).
Entretanto é com satisfação que vejo que este ano ainda não saiu nenhuma notícia sobre a venda de património do Sporting. É um facto que já está quase tudo vendido, mas ainda temos o estádio e acções na sad. Será que não se arranja por aí um sindicato de trabalhadores bancários que precise de um estádio para as suas peladinhas?
Ou um daqueles ianques que comprou (endividou) o Manchester United, não quererá umas frutuosas acções da sad?
É que a esperança é a última a morrer, dizem. Por isso ainda estou esperançado que será na próxima década (que terá início em 2011) que deixaremos de estar dependentes na bola que bate na trave, que o património (talvez uma sala de sócios com snooker) dará lucro e que ganharemos 2 campeonatos em cada 5 anos - estão a dever ao Sporting, numa estimativa por baixo, 3 campeonatos, a acrescer aos 4 na próxima década, dará 7 campeonatos em 10. Percebem o meu optimismo.
Entretanto os bons rapazes conseguiram um certificado de qualidade para a academia da sad do Sporting. O que eu gostava mesmo é que a equipa sénior tivesse um certificado idêntico, mas como somos um clube de formação e não de afirmação, e já que não é possível ao menos que a s vendas sejam por valores certificados.

Viva o Sporting Clube
Até à Vitória. Sempre!

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Uma coisa que corre bem

Sobre o futebol da equipa ainda não tenho muito a dizer. Da mesma forma que praticamente não escrevi sobre o futebol de Paulo Bento desde a final da Taça da Liga com o Vitória de Setúbal, acho que ainda é cedo para conclusões definitivas sobre Carvalhal, embora as melhorias sejam evidentes e o homem tenha conseguido comprar o meu crédito (depois de ter desesperadamente amaldiçoado a sua contratação) não apenas com vitórias mas também com melhorias estéticas e tácticas. Enfim, a coisa não corre mal para já.
O que felizmente correu mal foi a contratação de Ruben Micael. Um primeiro erro foi a reaproximação do Sporting ao Nacional. O segundo foi não termos cortado imediatamente as negociações quando a coisa saiu para a praça pública. Em terceiro lugar continuo a achar que o que se pedia por ele era demasiado. De qualquer forma, e mesmo que as contratações de Pongolle e João Pereira (continuo a achar que não é jogador para o Sporting) não me entusiasmem grandemente, a ideia de ter Pedro Mendes, mesmo que por 1,5 milhões, agrada-me de de sobremodo. Um jogador experiente e experimentando, com capacidade de jogar na posição mais recuada do meio-campo, mas também na transição, cheio de força e capacidade de encher o campo, bom nas aberturas e mudanças de flanco e fisicamente poderoso. É o complemento ideal para os jovens da academia e garantia desde já uma solução para uma eventual saída de Moutinho ou Veloso no final da época. Esta sim, seria uma excelente contratação.
Ah, e claro, atirei foguetes quando soube da recusa da proposta por Izmailov. Esse nem sequer é de negociar. Nem por 10 milhões, muito menos por 8. É daqueles que tem de ficar mais meia-dúzia de anos e ganhar coisas.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

À atenção de Carvalhal

Em 13 de Agosto de 2009, JEB, via twitter (entretanto deixou de usá-lo) enviava uma mensagem dirigida a Nuno Mourão, autor do site sporting apoio: «importante puxar pelo matias jornais tao a mata lo grande jogo contra a dinamarca sl».
Será que agora JEB já mudou de pensamento? Ou por não serem os jornais, já ninguém quer matar o Matias?
Actualmente só vejo uma maneira de os sportinguistas puxar pelo Matias. Será quando ele entrar, por volta do minuto 90 para queimar tempo, fazerem uma grande festa.

Treinador a Sério

não tem medo de dizer que falhou, que falhou ele e não apenas a equipa, ao contrários de outros (muitos) que só falam de determinados jogadores ou no plural.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

domingo, 10 de janeiro de 2010

Erros teus!

Não desgostei do que vi ontem. Creio que não seria escandalosa uma vitória mais ampla. Continuo a pensar que vai ser muito difícil à equipa do Sporting ultrapasssar a ansiedade provocada pelo total desastre que foi este início de campeonato. A margem de erro está reduzida a zero e isso vai sempre pesar nas prestações dos jogadores e na capacidade de manobra do treinador.
Pensativo deve andar JEB que recuperou, ele, alguma margem de manobra junto dos sportinguistas. Recordo-lhe daqui o soneto de Camões "Erros meus, má fortuna, amor ardente":

Erros meus, má fortuna, amor ardente
Em minha perdição se conjuraram;
Os erros e a fortuna sobejaram,
Que pera mim bastava amor somente.

Tudo passei; mas tenho tão presente
A grande dor das cousas que passaram,
Que as magoadas iras me ensinaram
A não querer já nunca ser contente.

Errei todo o discurso de meus anos;
Dei causa [a] que a Fortuna castigasse
As minhas mal fundadas esperanças.

De amor não vi senão breves enganos.
Oh! quem tanto pudesse, que fartasse
Este meu duro Génio de vinganças!

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Ora aqui está uma excelente ideia para 2010...



É para por em prática já amanhã um pouco antes das 19h15!

Nome Completo: Paulo Jorge Lourenço Batista

Data de Nascimento: 19/12/1969 (40 anos)

Profissão: Gerente de armazém

Associação: A F Portalegre

Assistentes: José Braga, Luís Tavares

4º Arbitro: José Gomes

Observador: Manuel Antunes

Delegados: Alcino Campos, Jorge Franco

[Fontes: lpfp e Site Apoio SCP (facebook)]

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Proximidade e cumplicidade

Entregava também a correspondência aos jogadores de futebol do Clube, o que me permitiu criar alguma familiaridade com atletas que admirava desde pequeno e que me fizeram crescer a gostar do Sporting. Como ia ganhando várias provas e batendo Recordes, a convivência era de respeito entre todos, criando amizades fortes, do dia-a-dia a conviver no mesmo espaço. Se fosse um emprego normalíssimo, naturalmente que o relacionamento teria sido outro, mas como também era um atleta de alta competição, treinando no mesmo local que eles, a proximidade e a cumplicidade eram muito fortes.

Jorge Vicente, Fernando Mamede, «o recordista», Lisboa, Sete Caminhos, 2005, p.41.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

A ruptura (ou não)

No que era suposto ser uma linha de continuidade muita coisa mudou. Sairam Carlos Freitas, Soares Franco, Pedro Barbosa e Miguel Ribeiro Telles (as principais figuras dos últimos anos). Já aqui tínhamos referido a solidariedade entre os membros da anterior equipa de gestão do clube e da SAD. Com ferros mataram Dias da Cunha, Meireles e Peseiro, com ferros, mas devagar, morreram às mãos da equipa de Bettencourt.
Neste contexto o que parece ser estrutural no SCP e na SAD não é a troca de treinador. Esta mais parece ser uma consequências das guerrilhas internas, onde Sá Pinto, Nobre Guedes (não esqueçamos que foi o arquitecto da operação financeira que Soares Franco propôs aos sócios) e Salema Garção, para quem se inventou uma nova função no futebol mundial, apenas e só (provavelmente) para o prendar pelos serviços prestados, ocupam os lugares vagos.
Isto é, acabámos de assistir sob o manto da continuidade a mais um golpe palaciano no lugar de Alvalade. As consequências desportivo-financeiras ainda estão por apurar. O projecto de Soares Franco passou numa versão um pouco mais moderada. Acredito que rapidamente, antes do final do mandato, vamos ter a conclusão do projecto financeiro de Soares Franco, embora liderado por outros e beneficiando, com certeza, outros interesses alheios ao SportingCP. Na comunicação o suposto carisma e a entrada à bravo da quinta foi um desastre, que se resolveu com silêncio e dinheiro. Dinheiro que está a ser gasto à bruta. Sobre a política contratações haverá mais para dizer no futuro. A impressão com que fico, das contratações concretas, é que depois de reforços de qualidade duvidosa, para os preços pagos, algo que torna patente não somente o desespero desportivo mas também a falta de conhecimento do mercado e de capacidade negocial, o peso de um falhanço estará nas mãos de Carvalhal. Ou seja, embora mal e porcamente gastos, os 10 ou 15 milhões que agora se vão estoirar garantem uma almofada de segurança à direcção numa época desportiva desastrosa e possibilitam as operações financeiras que todos aguardamos com a expectativa do costume.
E para acabar, mais uma frase feita: é preciso que algo mude para que tudo possa continuar na mesma.

sábado, 2 de janeiro de 2010

O macanudo das frases curtas

Um acaso levou-me a dar com esta posta do blogue A Rádio em Portugal intitulado "O Radioamador José Roquette".
Não sabia que o autor do plano de salvação do Sporting Clube de Portugal de anos de malefícios de uma gestão amadora era, ele próprio, um amador de rádio.
A posta não é recente e remete para uma entrevista do Expresso, ainda mais antiga, onde Roquette afirma que "é fácil falar com pessoas na Austrália ou no Pólo Sul ou nos Himalaias! Mas as comunicações devem ser curtas e, às vezes, só se consegue dizer o nome e o local da transmissão."
De facto é fácil falar com gente no Pólo Sul. Difícil foi falar olhos nos olhos com os Sportinguistas. Habituado a comunicações curtas, Roquette esqueceu-se de nos explicar em frases suficientemente longas o que queria realmente para o Sporting. A gente talvez até tivesse entendido...
Assim tivemos de tentar fazer, nós os sócios do Sporting, o esforço todo de entender por que caminhos Roquette e os seus muchachos nos tentavam levar.
A propósito, estes "muchachos" lá se foram safando, tendo aprendido na perfeição --certamente, com o tirocínio que fizeram no Sporting-- as formas de canibalizar as outras instituições onde foram colocados...