Basta ler o arrazoado dos jornais nestes últimos dias sobre o que se perspectiva para o futuro do Sporting para perceber que nada disto tem a ver com estes singelos princípios fundadores.
No meio do anúncio de mais renegociações de contratos com os bancos e do milagre da redução fulminante do défice, surge agora a fase de expansão internacional com o "franchising" da Academia para a África do Sul, suportado pelo investimento não se percebe bem de quem.
Em breve teremos certamente mais uma empresa no "universo" Sporting, uma Sporting Offshore, dirigida por mais um amigalhaço da troupe que dirige o Sporting.
Entre VMOCs, franchisings, project finances e outras imbecilidades quejandas, o Sporting --é absolutamente vital que os Sportinguistas percebam isto, de uma vez por todas!-- vai inevitavelmente transformar-se em algo que já nem na aparência pretende ser o velho Clube.
Não virá grande mal ao mundo que as coisas mudem e que o Sporting passe a ser mais uma "grande superfície" vagamente ligada ao desporto. Há coisas muito mais horríveis de facto a acontecer hoje mesmo...
Mas, é matéria quase do foro criminal que 1) os sócios e adeptos sejam escandalosamente manipulados para serem levados a aceitar este destino e 2) que se esteja a preparar um negócio de que alguns (poucos, pouquíssimos!) vão ser beneficiários, encavalitado no conceito do velho Clube, que todos ajudámos a criar.
A começar no seu símbolo, que é (estatutariamente) do Sporting Clube de Portugal e não da Sporting SAD, que tanto quanto se sabe não paga direitos...
O Sporting Offshore não é, nem nunca poderá ser, o Sporting Clube de Portugal. E nesse Sporting Offshore, nós apenas constituimos uma garantia de viabilização desse negócio, de que nunca viremos a tirar qualquer benefício, mas de que uns poucos já beneficiam e beneficiarão ainda mais no futuro.
Não estou contra um gestão criteriosa do Clube. Não estou contra o equilíbrio das contas do Clube. Nem estou contra a busca de receitas que viabilizem o Clube!
Estou é contra a total descaracterização do Clube, feita à custa de quem, para começar, lhe deu a característica e que, pelo seu número, espírito e fidelidade, o transformou num "produto" apetecível. Esta é a simples verdade.
A monstruosa vigarice que tudo isto constitui deixa-me verdadeiramente incomodado. Assim como me deixa incomodado que toda esta operação decorra perante a total impunidade dos seus autores e a quase indiferença de uma parte das suas vítimas, que se limitam a ir deixando correr o marfim, enquanto outros acham tudo isto muito bem e muito moderno...
Serei o único?
3 comentários:
Aguardo com curiosidade ver qual das ideias desta posta o Leão de Alvalade irá "picar" desta vez...
África do Sul??!! (rsrs) é o Sporting Offshore no seu melhore!
não , não és o único!
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