O professor Carlos Fiolhais fez no Público uma breve análise sobre o estado em que se encontra a maior parte dos estádios construídos para o Euro2004 (faltou falar do espantoso caso de Aveiro...). 615 espectadores (seiscentos e quinze, não é gralha!) assistiram ao jogo Académica-Nacional para a Taça da Liga, num estádio que leva 30 000, o Municipal de Coimbra. Em Leiria, o Marrazes conseguiu colocar 1 610 espectadores no Estádio Municipal (também com capacidade para 30 000 lugares), mais do dobro dos espectadores que a União teve em dois jogos para a Liga de Honra (660 espectadores).
Com os estádios às moscas, com a falta de espectadores, com a retracção económica e a consequente falta de receitas, aumentam os problemas dos clubes, nomeadamente, o incumprimento das suas obrigações. Com a diminuição de espectadores o espetáculo deteriora-se ainda mais, logo os poucos espectadores com vontade de ir à bola, afastam-se e o ciclo infernal continua até se chegar provavelmente a uma situação de jogos de porta aberta que vão parecer à porta fechada...
Os únicos clubes que, aparentemente, se estão a safar são os chamados "grandes", que em todo o caso, segundo se soube há pouco, estão todos em falência técnica.
Os únicos clubes que, aparentemente, se estão a safar são os chamados "grandes", que em todo o caso, segundo se soube há pouco, estão todos em falência técnica.
Com este panorama, antes de tratar do interior da casa, os responsáveis pelo futebol português, demonstrando não ter qualquer resto de vergonha na cara, sonham já com mais uma gloriosa epopeia de organização, em co-produção com Espanha, de um Campeonato Mundial, numa situação de total subalternidade perante os hermanos. Hoje mesmo há uma reunião entre as federações portuguesa e espanhola para discutir o assunto.
A solução da nossa crise parece ser a fuga para a frente.
A solução da nossa crise parece ser a fuga para a frente.
A propósito, ontem em Alvalade, para além dos golos do Liedson, parece que tivemos um novo recorde: 6 461 espectadores, a mais baixa assistência desde que o estádio foi construído... Apenas um pouco mais de quatro vezes o número de espectadores que o Marrazes teve no Municipal de Leiria...
Em Portugal o Wally foi-se. Mas, onde raio é que se meteu o Wally? Quem é que o fez desaparecer?! E quem é que se preocupa com isso?
Vamos lá mas é organizar mais um campeonato mundial de futebol, caraças!!
1 comentário:
Acho importante a problemática levantada neste post. No entanto a minha opinião é positiva relativamente à candidatura Portugal e Espanha. Considero positivo para a Economia e será uma forma de rentabilizar os estádios já construídos e recuperar algum do investimento feito.
Porém, neste caso concreto, só os estádios dos 3 grandes poderão ser incluídos no mundial, visto que são os únicos com lotação acima dos 40 mil espectadores. Ainda há outro pormenor, para os jogos de inauguração e final, a lotação mínima são 80 mil, ora em Portugal não há nenhum estádio com essa capacidade. A título de excepção, como aconteceu na Alemanha 2006, a inauguração poderá vir a ser realizado na Luz (65 mil). Deste modo antevê-se que os únicos clubes beneficiados com o Mundial serão uma vez mais os 3 grandes.
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