Claro que os amigos da "estabilidade" puxam logo do revólver quando ouvem falar em eleições antecipadas. Preferem a paz podre da sua "estabilidade" à consulta democrática. Perfeitamente legítima, aliás, quando, por um lado, são reconhecidamente mais que muitos os indícios de que estes orgãos directivos do Sporting não correspondem ao pensamento e ao sentir dos Sportinguistas (senão não havia "crise" de militância...) e, segundo, o programa anunciado foi numerosas vezes tripudiado e as promessas metidas num saco.
Mas, enfim, agora não há escapadela possível: as eleições estão aí.
Com o advento das eleições lá começa a eterna dança dos "elegíveis". E no meio da dança lá vêm os nomes. A gente ouve e lê o que por aí se diz sobre estes "elegíveis" e não pode deixar de pensar: lá estão estes sportinguistas outra vez a dar-lhe! Lá vem o elogio ao doutor A e o panegírico do doutor B. Lá vem a mesma postura sebastianística do costume. Tudo à espera que surja um nome mágico que "salve" o Sporting.
Os nomes adiantados, claro, são mais do mesmo. Mais gente "credível" porque provém das fileiras da situação. Nem importa que seja gente inexperiente, totalmente sem perfil e daquela que não dará mais de uma hora ao clube por semana. Mais gente daquela que não pode garantir à partida uma direcção competente do Sporting.
O que se esquecem estes patetas ingénuos que desatam logo aos saltos quando surge um qualquer nome nos jornais é que se o Sporting precisa de ser salvo é porque está em perigo. E por outro lado, um nome -- o nome!-- para a direcção máxima do Sporting deveria ser sempre o produto de um intenso debate interno que elaborasse a especificações do bom presidente e garantisse um total apoio a esta causa colectiva que é dirigir o Sporting. O nome do próximo presidente tem de ser um nome de consenso total, sob pena de a guerrilha de que Soares Franco falou, continuar, se calhar, com mais intensidade e mesmo com ele à frente a comandar as operações mais uma vez...
Como senso e consenso são palavras que não parecem constar do dicionário de muitos Sportinguistas, lá vamos tendo que gramar as entrevistas do Alves, lá vamos tendo de levar com a importância de alguém se chamar Ernesto e ir assistindo aos ridículos tabus do Franco. Os Sportinguistas só merecem restos...
E lá vamos tendo de ouvir os histéricos de sempre a abanar, sabujos, a cauda; felizes e contentes com mais um "resto" que está a ser preparado para lhes ser servido...
O que precisamos é de uma direcção que convoque os Sportinguistas e que garanta a boa gestão financeira e desportiva do Sporting. É isto que o Sporting necessita. Não de mais caras e luxes...
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