Acabei de receber quatro sms do Sporting a incentivar-me à participação na vida do clube. Simultaneamente leio, no jornal do SCP, a coluna desse colunável senhor que vem destapando, pela 2ªsemana consecutiva, a sua proposta de revisão estatutária de tamanho familiar e que deverá "recomendar" no Congresso. Defende que as AG deixem de existir como sempre existiram. Isto é, daqui para a frente «o povo sportinguista deverá ter consciência de que as Assembleias Gerais universais, só para eleger os seus representantes ou referendar determinadas deliberações de importância fundamental. Para todas as outras matérias de competência da Assembleia Geral, deverá eleger delegados a um órgão (para mim, o Conselho Leonino, com mais membros) a quem essa competência deverá ser delegada.»
A razão para isto, como é habitual neste personagem, não é explícita. Os argumentos apontados são de desmanchar a rir (ou a chorar). Diz-nos que tem a ver com uma simples transposição daquilo que se passa no País e nos partidos (democracia representativa) e porque há questões "fundamentais" (mais um critério claríssimo) que não podem ser decididas "nem por meia dúzia nem por uma multidão". Isto é o horror, oh meu Deus!, livrai-nos das multidões de sócios interessados em participar!!...
Mas se esta proposta de aniquilar o associativismo em 97 minutos e meio não vos assusta, eu deixo-vos o requinte da prosápia despudorada deste ex-post-ex-candidato à presidência: «Acresce que o que proponho proporciona maior participação dos sócios do Sporting na vida do Clube, e de uma forma mais regular. (...). Quando o tema é importante e exige discussão, temos de alugar espaços (com as despesas inerentes...), não há tempo para discutir nada, e as votações são para os mais resistentes!...». É no mínimo imoral colar o argumento da "ausência de pavilhão" à inexistência de salas baratas para justificar o que defende. Passa a ser duplamente imoral quando alguém que se queixa do pouco tempo disponivel para discussão tenha sido o "grilo falante" da AG de 28 de Maio, após ter "coleccionado" longos minutos de antena com inscrições doutros sócios. Não é assustador o xico-espertismo de Dias Ferreira. Mas é assustador saber que, apesar de ser um amigo de 3ª fila, isto é ideiazinha para a Direcção - seja com Franco ou outro dos seus amigos - levar à AG e, com a ajuda dos amigos de 1ª fila, sentenciar de vez o fim de um dos pilares do associativismo e um lugar único de reprodução do vínculo e cultura do clube. Impressiona como não conseguem propor nada que não seja passe por decapitar a base social do clube para entregá-lo a amigos (da SAD à África do Sul). Impressiona ainda mais como há sportinguistas que não vêm o perigo que isto representa.
E para quem acha que os destinos do clube estão melhor entregues a mais Conselheiros Leoninos é favor lerem a posta do 1906 Luta e Resiste que legitimamente se interroga:
"Deve ser só impressão mas a gamela vai rodando e os nomes pouco se alteram, tudo isto não passará de uma grande coincidência cósmica? Ou esta cambada de dirigentes a conselheiros é tudo malta que se vende por 2 copos de tinto?"
Como dizia o Bonga, amigo do amigo, amigo é. E parece ser este o lema de um clube centenário cada vez mais transformado numa coutada de
#Adenda de hoje - Nas entrevistas, SF argumenta que seria uma forma dos sócios que habitam longe de Lisboa pudessem ser representados. Concordo. E assim de repente tenho duas ideias geniais sem ter de abdicar deste modelo: a primeira, desburocratizar a concessão de poderes de representação (acreditem: é de um gajo desistir!) e; segunda ideia genial, divulgar (no sentido etimológico da palavra) COM ANTECEDÊNCIA a data das AG.
O cu, meus Amigos, não tem nada a ver com as calças.
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