1 - Bruno de Carvalho anunciou a auditoria de gestão. Aquela que será porventura a mais emblemática medida do novo período que se espera que se tenha iniciado no clube foi finalmente anunciada. Não se pode considerar o cumprimento de uma promessa mas antes a reafirmação da intenção de a levar a cabo, ainda sem prazos definidos para o lançamento do concurso para a sua realização e para a entrega do relatório. Espera-se que estas questões sejam clarificadas em breve. A auditoria parece, contudo, ser a grande arma negocial junto da banca. Talvez o silêncio conivente com o passado seja a moeda de troca mais valiosa para a renegociação em curso.
2 - Observou-se durante todo o dia uma guerra de informação e contrainformação, possivelmente indicativa de se ter chegado a um ponto de ruptura nas negociações. "Que fique claro que nem tudo o que é noticiado é verdade. Mais cedo ou mais tarde, os sportinguistas vão saber o que se passou nas negociações." disse, segundo o Correio da Manhã, Bruno de Carvalho. No Público, uma fonte do clube garantia que os 40 milhões anterioremente acordados para fazer face a necessidades de tesouraria no próximo ano e meio não seriam suficientes. Na mesma notícia, este empréstimo acordado ainda com Godinho Lopes, teria agora de ter como contrapartidas o abandono da intenção de realizar a auditoria, e ainda, segundo outras fontes estaria em causa a entrada de dois admistradores nomeados pela banca na SAD. Face a estas propostas, e segundo o Jornal de Negócios, Bruno de Carvalho teria ameaçado com a demissão, tendo-se também colocado a possibilidade de um Plano Especial de Revitalização, para o qual basta o acordo com um credor e que a ser implementado supenderia o pagamento de todas as dívidas. Numa outra versão da história, Bruno de Caravalho teria "ameaçado" a Banca com um AG onde a proposta seria apresentada aos sócios para serem eles a aferir da sua razoabilidade. Na Edição da Noite da SIC N, uma outra "fonte", presumo que bancária, ripostou com outra versão da história. 28 milhões de empréstimos para o próximo ano e meio. Seguidos de uma redução para metade da dívida bancária, de 240 para 120 milhões de euros, que teria como contrapartida a tranformação de títulos de dívida em instrumentos de capital. Ou seja, e se bem percebo, uma espécie de VMOCS, ou seja, se o Sporting não pagar as acções passam para os credores. O que falta nesta última versão dos acontecimentos são as contrapartidas exigidas ao Sporting. Uns dizem que as negociações continuam. Outros que acabaram em insultos. Outros ainda que chegaram a um impasse. Bruno de Carvalho acabou o dia a dizer que apenas as maturidades estão a ser negociadas. Acrescentado:"Quem ler as contas auditadas do clube percebe que está tudo dado como garantia. Por muito dinheiro que entre no Sporting, se as pessoas não quiserem, não há nenhum. É a situação que vivemos”. Ou seja, já não há nada. Nem dinheiro para pagar salários nem património para oferecer como garantia. O terreno foi completamente minado.
3 - "Não sou um mero sócio. Sou presidente do Sporting e da SAD, tenho com isso um conjunto de deveres de sigilo. Não vou poder, de facto, dizer tudo o que queria, mas esse dever de sigilo não será para sempre" Face ao impasse das negociações, parece que esta conferência de imprensa, o anúncio da auditoria e a ameaça de submeter as propostas dos bancos aos sócios são as grandes armas negociais de Bruno de Carvalho. No ponto em que nos encontramos o Sporting tem muito pouco a perder. Na pior das hipóteses vamos para os distritais. A banca que aposta na táctica do terror que tão bons resultados tem dado um pouco em toda a parte confia no poder do medo. Na pior das hipóteses ficam com um prejuízo de 400 milhões, um estádio inútil nas mãos e a raiva de 3 milhões de pessoas. É fazer as contas como dizia o outro.
3 comentários:
se os socios e simpatizanyes começarem a tirar as contas desse bancos, elea logos baixavam a bolinha
Eu preparava-me mesmo para a hipótese das distritais. Não estou a fazer ironia. Estou a dizer que acho que o terreno está maduro como nunca esteve para que o feitiço se volte contra o feiticeiro e os bancos fiquem de facto com um grande nada nas mãos. Digo isto por três motivos. Um, nunca perceberam o que é _ser Sporting_. Dois, afinal, para minha (mais ou menos) grande surpresa, somos muitos, muitos mesmo. Os suficientes para ir para a distritais e gritar ainda mais alto que no Alvalade XXI. Três, até já temos presidente! Quem tem, pois, medo de quem?
Antes das distritais ainda temos os Planos Especiais de Revitaização e muita burocracia mas, lá está, é um cenário que não deve estar de estar em cima da mesa. Não se pode é ceder às pressões dos bancos.
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