terça-feira, 31 de março de 2009

Curto e grosso

Entre as recomendações que foram aprovadas no Congresso encontra-se a hipótese de se experimentarem jogos ao meio-dia. Possibilidade que já vem sendo aventada por muitos notáveis. Como aos idiotas é preciso explicar tudo muitas vezes e devagarinho eu faço novamente o favor. Os jogos do campeonato português são marcados para horários inenarráveis pelo simples facto de que se assim não fosse o monopolista das transmissões televisivas do futebol europeu e nacional no mercado português iria ter que apresentar produtos televisivos em horários sobrepostos. É a única razão. A submissão da calendarização do futebol português aos interesses privados e comerciais da Controlinveste por via da Sport Tv.

Mais ideias construtivas

Deverá portanto optar-se pela total recusa da emissão de VMOCs como solução financeira do Clube, devendo ser pensada, se algum dia se revelar possível, a recompra das acções em bolsa, com as seguintes condições:

- Recompra, a 5 euros, das acções ainda detidas pelos Sócios que participaram na primeira oferta pública (quota suplementar)

- Recompra a valor de bolsa ou ao valor nominal das restantes acções no mercado

- Criação de clausulas estatutárias que obriguem a SAD ao mesmo tipo de divulgação de informação pública a que está hoje obrigada

Como alternativa deverá promover-se uma operação que alivie a tesouraria do Clube. Duas opções a considerar:

- Emissão de empréstimo obrigacionista, remunerado à taxa fixa de 3%, com prazo de 3/4 anos

- Criação de um fundo, remunerado à taxa fixa de 3%, usado para comprar dívida do Clube à banca. O fundo seria criado com remuneração garantida e não teria prazo de vencimento definido. Deverá ser garantida alguma liquidez às unidades de participação

Num período de 3 anos esta operação, num montante de cerca de 40 M.€, permitiria:

- Poupar entre 0,5 e 1,1 M.€ em juros, face a um juro bancário de 3,5% ou 4,0%, ou mais em caso de subida repentina das taxas de juro

- Desafogar a tesouraria num montante superior a 10 M.€, devendo garantir-se que a maior parte deste valor é usado para redução do restante passivo bancário

- Envolver Sócios e Adeptos numa solução não fracturante, sem venda da SAD, e remunerando o investimento

- Remunerar parte do juros em serviços Sporting, tentando aproveitar um possível efeito fiscal

O investimento seria por exemplo de apenas 1.000 €, para 40.000 investidores (Sócios ou adeptos).

Uma posta não destrutiva

De vez em quando surgem boas ideias na blogosfera. As modalidades e o tipo de acordo seriam um caso a pensar. Mas era capaz de ser uma boa ideia para o Sporting e para Lisboa.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Gente divertida

Celsinho foi apanhado a conduzir com álcool no sangue na noite passada. Parece que tem uns amigos que são danados para a brincadeira.

Outro divertido é o Maradona. Só a gente cá é que só apanha com gente certinha, valha-nos o Vuk.

Para ler

a entrevista de Luís Aguiar de Matos hoje publicada no jornal Público.
Com a interessante questão em torno das receitas e do não abaixamento do passivo.
Seria de estranhar o porquê e esta entrevista não vir num jornal desportivo, mas para quem não vive na disneylândia sabe qual a diferença entre ser um candidato do sistema ou estar fora dele.

quinta-feira, 26 de março de 2009

A GOLPADA FINAL

Alegrem-se companheiros. A Hidra acabou de cuspir o seu último escarro. Fétido. Nojento. Mas que augura um estertor agonizante, uma morte violenta como merece qualquer monstro odioso, com direito a descida ao 9º círculo do Inferno. Bem poderão então apelar à Obra que os salve, ao Espírito Santo ou aos 3 pastorinhos rodeados de carneiros. Já nada haverá a fazer.

Este estertor é porém carregado de malícia e veneno. Veneno que se vem espalhando em ébrias palavras nos Núcleos, em colunas de opinião armadilhadas e medíocres no Jornal do Sporting, em novas AGs para venda da SAD, através de míseros subservientes e assalariados de uma comunicação social pedinchosa e servil.

Enfim, um retrato Dantesco do nosso Sporting, e um espelho deste pobre país.

Mas em breve, olhos nos olhos, os traidores, os interesseiros e os ignorantes terão de encarar os puros de espírito na muy nobre cidade de Santarém. Nada mais que uma garraiada lúdica podemos pensar, porque o espírito luso consegue divertir-se até na pior das circunstâncias - o que seguramente abona a favor deste povo à beira mar plantado.

Porém, corridos os bezerros e os garranos, há que pegar a Hidra pelos suas cabeças e queima-las para que não se regenerem. Já Hércules assim nos ensinava quando costumava parar nas roulotes para a entremeada da praxe, antes de ir aplicar uns enxertos de porrada mitológicos.

Taça da Liga

Após um período de reflexão constante, duradouro, pelas constantes e ininterruptas notícias e comentários às peripécias da final desta competição, alegra-me tecer umas considerações.
Começando pelo jogo jogado, aquilo foi uma barraca autentica. Ainda bem que não paguei bilhete para ver aquele miserável espectáculo. Não me recordo nos últimos anos de um dérbi tão mal jogado, sem três passes seguidos, sem táctica consistente e com base no pontapé para frente e no chuta para o lado. Assim percorrendo a minha memória talvez nos tempos do octávio machado tenha havido um dérbi parecido.
Os jogadores quase todos uma lástima, do benfica nem me dei ao trabalho de observar mas do sporting realmente positivo só o passe de calcanhar do simon.
Posto isto, percebe-se o porquê de ter visto os jogadores sôfregos e de correrem mais do que na final do campeonato do mundo. A época deles estava em jogo naquela competição menor do futebol português. Pela minha parte não estou nada preocupado em perder aquela competição, o que me preocupa é o campeonato, isso é que faz o Sporting. Também tenho de reconhecer que se ganhássemos a taça ficaria contente, como fico quando ganhamos o torneio do guadiana.
No jogo além das tentativas tácticas falhadas, 4-2-2-2 no benfica e 4-1-3-2 no Sporting, muito por culpa dos elevados níveis de pressão associados a um salvar de época, ficou a ideia que no fim do campeonato, a faltar o mesmo, lá viriam os seguidores da seita oliveira costiana argumentar com uma época positiva pela conquista de mais um troféu-taça-competição. O período de ouro pós-modernista no Sporting.
Valeu o golo no início do jogo de resto um deserto e o resultado que assim deveria ter ficado.
Não ocorrendo isso, perdemos da melhor maneira que podíamos perder, com culpa do árbitro. Se fosse dentro de campo...
Quanto ao árbitro já quase tudo foi escalpulizado. Excepto de que ele ainda esteve pior do que dizem, faltou expulsar alguns jogadores de ambas as esuipas. E quanto ao cúmplice também.
Quanto ao pós jogo, pelo Sporting, assistimos à novela de Pedro Silva, como que um garoto em ponto grande. Um jogador a sério, se sentisse que foi injustiçado, como ele, faria como por exemplo o Zidane, ia para os balneários e não voltava, ou então não fazia nada. É assim pedro silva dá mais nas vistas fora de campo do que em campo.
Depois veio o nosso treinador. Devo dizer que subscrevo o seu gesto e as suas palavras. Só lamento que não tenha tido a coragem de subscrever em palavras o seu gesto com a mão. É que com aquela desculpa esfarrapada e ridícula também ele teve o seu momento à lá lucílio baptista. O facto de alguns Sportinguistas acharem giras estas declarações só revela o seu lado parcial, se fosse do outro lado uma justificação destas...
Tenho de dizer que na minha opinião, quando o jogo chegou ao fim dos noventa minutos tinha mandado retirar a equipa de campo, ou quanto muito antes de receber as medalhas. Mas como já explanei, parece que esta taçita era muito importante para o prestígio nacional das equipas em campo.
Para o fim veio o presidente do clube. Como nunca esperava nada concreto e acutilante deste lado, até fiquei surpreendido de início. Mas já vi que não me enganei e tudo o que vimos foi uma renúncia à direcção da liga tardia, umas declarações ensonsas e não haver resposta ás nojentas declarações do novo papagaio da luz. Pelo meio já deve ter dito que nunca mais iria falar com o hermínio - brutal. Não sei como se sentirá hermínio, petrificado talvez. Este rábula faz-me lembrar uma cena no filme braveheart, o rei inglês com medo da revolta e da conquista do norte da ilha, decide enviar um emissário para negociar. Com as dúvidas de quem enviar olha para o seu filho, figura frágil e delicada e diz: Não o posso enviar, ao vê-lo o inimigo era capaz de ganhar coragem para conquista o resto do país.
Nós vamos pelo mesmo caminho.
Agora já se virou a página, ou seja tudo na mesma.
É impressionante como se vira páginas neste clube e as coisas ficam na mesma, como munique.
Mas eu tenho memória e não me esqueço, e esta taçita não afasta o principal, campeonato. Só isso é que pode salvar a época e mesmo assim munique existiu, não foi uma invenção.

segunda-feira, 23 de março de 2009

No comments...

Sporting abandona a direcção da liga de clubes.




Só peca por excessivamente tardia, e diga-se a referência conjunta aos outros dois clubes no fim da declaração era despicienda.

O vídeo, seria bom que a realidade fosse semelhante, mas é só aparência.

Curiosidades



Ao visualizar o filme prévio, o Sr. Lucíliosberg, indica à passagem do 1min, que "(...)Eu tenho a certeza que é desviada com a mão. Tenho, lá no campo (...)"

Ora então coloca-se a pergunta, porque teve necessidade de consultar o árbitro assistente? Nunca tinha visto nenhum árbitro consultar o assistente, quando diz ter a certeza da sua decisão! Normalmente isso ocorre quando é o assistente a assinalar a infracção.

Curioso é o facto de o assistente mais próximo e com o melhor ângulo de visão (estava de frente para o lance), dizer "(...) não vejo Lucílio, não vejo (...)", isto à passagem dos 48seg.

Para rematar em grande estilo, à passagem dos 54seg, diz "(...) e recebo a informação da parte do outro assistente, assistente nº2, que tem o mesmo ângulo de visão que eu tenho (...)". Aqui, a curiosidade é que este 2º assistente que lhe confirma a grande penalidade, está no meio campo contrário!

E a curiosidade de não se poder ler nos lábios porque estes colocam a mão estrategicamente à frente da boca, mesmo quando estão a falar no ouvido um do outro! Brilhante!

Acho também curioso, nenhum jornalista achar isto curioso!

Sr. Baptista, para mim esta justificação não cola!

Y si se rompe la ilusión?

Esse est percipi - Adolfo Bioy Casares e Jorge Luis Borges

Viejo turista de la zona de Nuñez y aledaños, no dejé de notar que venía faltando en su lugar de siempre el monumental estadio de River. Consternado, consulté al respecto al amigo y doctor Gervasio Montenegro, miembro de número de la Academia Argentina de Letras. En él hallé el motor que me puso sobre la pista. Su pluma compilaba por aquel entonces una a modo de Historia panorámica del periodismo nacional, obra llena de méritos, en la que se afanaba su secretaria. Las documentaciones de práctica lo habían llevado casualmente a husmear el busilis. Poco antes de adormecerse del todo, me remitió a un amigo común, Tulio Savastano, presidente del club Abasto Juniors, de cuya sede, sita en el Edificio Amianto, de avenida Corrientes y Pasteur, me di traslado. Este directivo, pese al régimen doble dieta a que lo tiene sometido su médico y vecino doctor Narbondo, mostrábase aún movedizo y ágil. Un tanto enfarolado por el último triunfo de su equipo sobre el combinado canario, se despachó a sus anchas y me confió, mate va, mate viene, pormenores de bulto que aludían a la cuestión sobre el tapete. Aunque yo me repitiese que Savastano había sido otrora el compinche de mis mocedades de Agüero esquina Humahuaca, la majestad del cargo me imponía y, cosa de romper la tirantez, congratulélo sobre la tramitación del último goal que, a despecho de la intervención de Zarlenga y Parodi, conviertiera el centro-half Renovales, tras aquel pase histórico de Musante. Sensible a mi adhesión al once de Abasto, el prohombre dio una chupada postrimera a la bombilla exhausta, diciendo filosóficamente, como aquel que sueña en voz alta:

-Y pensar que fui yo el que les inventé esos nombres.

-¿Alias? -pregunté, gemebundo-. ¿Musante no se llama Musante? ¿Renovales no es Renovales? ¿Limardo no es el genuino patronímico del ídolo que aclama la afición?

La respuesta me aflojó todos los miembros.

-¿Cómo? ¿Usted cree todavía en la afición y en los ídolos? ¿Dónde ha vivido, don Domecq?

En eso entró un ordenanza que parecía un bombero y musitó que Ferrabás quería hablarle al señor.

-¿Ferrabás, el locutor de la voz pastosa? -exclamé- ¿El animador de la sobremesa cordial de las 13 y 15 y del jabón Profumo? ¿Estos, mis ojos, le verán tal cual es? ¿De verás que se llama Ferrabás?

-Que espere -ordenó el señor Savastano.

-¿Que espere? ¿No será más prudente que yo me sacrifique y me retire? -aduje con sincera abnegación.

-Ni se le ocurra -contestó Savastano-. Arturo, dígale a Ferrabás que pase. Tanto da...

Ferrabás hizo con naturalidad su entrada. Yo iba a ofrecerle mi butaca, pero Arturo, el bombero, me disuadió con una de esas miraditas que son como una masa de aire polar. La voz presidencial dictaminó:

-Ferrabás, ya hablé con De Filipo y con Camargo. En la fecha próxima pierde Abasto, por dos a uno. Hay juego recio, pero no vaya a recaer, acuérdese bien, en el pase de Musante a Renovales, que la gente sabe de memoria. Yo quiero imaginación, imaginación. ¿Comprendido? Ya puede retirarse.

Junté fuerzas para aventurar la pregunta:

-¿Debo deducir que el score se digita?

Savastano, literalmente, me revolcó en el polvo.

-No hay score ni cuadros ni partidos. Los estadios ya son demoliciones que se caen a pedazos. Hoy todo pasa en la televisión y en la radio. La falsa excitación de los locutores, ¿nunca lo llevó a maliciar que todo es patraña? El último partido de fútbol se jugó en esta capital el día 24 de junio del 37. Desde aquel preciso momento, el fútbol, al igual que la vasta gama de los deportes, es un género dramático, a cargo de un solo hombre en una cabina o de actores con camiseta ante el cameraman.

-Señor, ¿quién inventó las cosas? -atiné a preguntar.

-Nadie lo sabe. Tanto valdría pesquisar a quién se le ocurrieron primero las inauguraciones de escuelas y las visitas fastuosas de testas coronadas. Son cosas que no existen fuera de los estudios de grabación y de las redacciones. Convénzase, Domecq, la publicidad masiva es la contramarca de los tiempos modernos.

-¿Y la conquista del espacio? -gemí.

-Es un programa foráneo, una coproducción yanqui-soviética. Un laudable adelanto, no lo neguemos, del espectáculo cientifista.

-Presidente, usted me mete miedo -mascullé, sin respetar la vía jerárquica-. ¿Entonces en el mundo no pasa nada?

-Muy poco -contestó con su flema inglesa-. Lo que yo no capto es su miedo. El género humano está en casa, repatingado, atento a la pantalla o al locutor, cuando no a la prensa amarilla. ¿Qué mas quiere, Domecq? Es la marcha gigante de los siglos, el ritmo del progreso que se impone.

-¿Y si se rompe la ilusión? -dije con un hilo de voz.

-Qué se va a romper -me tarnquilizó. -Por si acaso, seré una tumba -le prometí-. Lo juro por mi adhesión personal, por mi lealtad al equipo, por usted, por Limardo, por Renovales.

-Diga lo que se le dé la gana, nadie le va a creer.

Sonó el teléfono. El presidente portó el tubo al oído y aprovechó la mano libre para indicarme la puerta de salida.


domingo, 22 de março de 2009

Inacreditável 2

Tenho imensa pena que os amáveis comentadores do meu post anterior não saibam ler... Tenho também pena que alguns tenham caído na tentação do insulto para mostrar que são muito homenzinhos, que têm mais razão que eu e que sabem muitas asneiras.
Eu também sei.
O Sporting sai totalmente enxovalhado do encontro de ontem. Perdeu. E perdeu de uma forma totalmente injusta. Como se o enxovalho não fosse o suficiente, por cima da derrota e da injustiça a equipa, dirigentes e técnicos comportaram-se, de forma inaceitável, como vulgares comentadores de blog. Deram um enorme tiro no pé cujos estragos, esses sim, vamos andar a pagar muito tempo. E é este segundo aspecto esta reacção totalmente a destempo, descontrolada, descoordenada, que vem revelar uma ansiedade e um amadorismo que trazem maus prenúncios e que não se podem deixar passar porque é o SCP que está aqui em causa. Por muito estranho que vos pareça estou a defender o Sporting.
Não me admira o tom dos comentários aqui proferidos. Dificilmente seria de esperar um tipo de discurso mais maduro...
Mas, por muito que vos custe --e espero que consigam ler o que eu escrevo e não o que vocês imaginam que eu escrevo-- repito:
1- Um jogador que faz o que o Pedro Silva fez --atirar fora uma medalha conquistada numa prova em representação do Sporting-- é indigno de envergar a camisola do Clube.
2- É pena que tenha sido como treinador do Sporting que o Paulo Bento tenha descoberto que "se calhar está a mais no futebol". PB devia ter-se lembrado em que circunstâncias faz esta declaração. Ele é treinador do Sporting e ao fazer uma declaração destas arrasta consigo o nome do clube ao qual se encontra vinculado. Ora o Sporting não está a mais no futebol. Ou Paulo Bento apenas tenta camuflar as suas enormes deficiências e encontrar já um alibi para mais uma vez não ganhar o campeonato...?
3- Um presidente que no final não encontra melhor resposta do que limitar-se a exigir que a Liga peça desculpas ao Sporting, depois de ter classificado de ROUBO o que se passou ontem, das duas uma: ou não sabe qual é o peso que institucionalmente tem o seu uso da palavra ROUBO, ou acha suficiente vincular o Clube à aceitação de um simples pedido de desculpas perante aquilo que classificou de ROUBO. Curto, como seria de esperar...
O que se passou ontem em Faro foi uma vergonha, mas as reacções do P. Silva, do Paulo Bento e do Soares Franco, no quadro de responsabilidades de cada um e como representantes do Sporting Clube de Portugal, foram uma vergonha ainda maior.
Vamos ver como é que os meus fogosos comentadores vão conseguir, daqui para a frente, defender a "diferença" do Sporting perante os comportamentos dos nossos rivais no futuro...


PS- Uma única excepção, no meio destas múltiplas vergonhas, a de Liedson. Se querem um comentário apropriado, categórico e na justa medida do que ele é de facto, do que representa, feito mesmo no calor do momento, aí têm... Ele é bom de bola, mas não é por acaso.

O Artur Soares Dias tinha auricular?

Não se pode dizer que o jogo, até aquele momento, nos fizesse prever aquilo. Mas, conhecer os membros da quadrilha talvez ajude a explicar como o homicidio da verdade desportiva foi dolo não de um homem só mas de um gangue do gamanço.

foto: mark holthusen

Inacreditável

Inacreditável mesmo é a reacção do Sporting e dos seus jogadores, técnicos e dirigentes. Independentemente da justiça ou da injustiça do resultadodo histórico derby de ontem (ficou histórico pelas piores razões), o que fica dele, no que ao Sporting diz respeito, é o total e inaceitável descontrolo de alguns dos seus jogadores, o patético discurso final do seu treinador e a tibieza e total falta de estatura demonstradas pelo presidente do clube e por, pelo menos, um administrador da SAD que tive ocasião de ouvir...
A norte devem-se estar a rir a bom rir e logo ali, mais para poente, o sentimento deve ser idêntico. É isto que, verdadeiramente, sobra da taça da bejeca.
O grau de ansiedade demonstrado neste jogo (um jogo da treta, de uma taça da treta) é suficiente para demonstrar que não anda fácil a vida em Alvalade. As tristes e descontroladas reacções, por outro lado, colocam em causa qualquer iniciativa que o Sporting venha a ter no futuro para elevar os padrões de funcionamento do futebol português e a sua reivindicação de ser diferente. Se o Lucílio foi a cenoura, os burros do Sporting morderam-na toda!!
Em que posição fica agora o Sporting, um dos mentores desta "taça", um dos seus mais acérrimos defensores e o seu principal obreiro? Lindo serviço...

És grande!

Já há uns jogos que andava a admirar o Pedro Silva, agora chegou a hora da consagração! Enquanto o Lucílio não nos é capaz de mostrar nada de novo, tu revelaste-te! É revoltante de facto!

sábado, 21 de março de 2009

Comparações

Imaginem um país, governado por um primeiro-ministro.

Este tenta aprovar uma medida que exige o voto favorável de 2/3 da assembleia. A medida é rejeitada.

Mas o primeiro-ministro não se conforma com o veredicto da assembleia soberana. E meses depois, ao mesmo tempo que revela que não irá recandidatar-se, informa que, ainda que sem a aprovação necessária e contra a anterior decisão da assembleia, tomou a medida à mesma. Mais: tomou-a em termos tais que se a assembleia não vier a aprová-la a posteriori, o país ficará num grande sarilho, obrigado a pagar de imediato a totalidade da sua dívida externa.

O primeiro-ministro vai mais longe. Umas semanas depois deste anúncio e a apenas dois meses do fim do seu mandato, apresenta uma proposta de revisão da constituição. A alteração é só uma: que a medida em causa deixe de estar sujeita a aprovação da assembleia e possa ser referendada sem qualquer discussão prévia. E anuncia de imediato que, em caso de aprovação, o referendo terá lugar logo duas semanas depois.

O que se diria deste primeiro-ministro? Deste responsável que ignora deliberações da assembleia que rege o seu país, que desconsidera minorias, que toma medidas desrespeitando a constituição, que ensaia alterações constitucionais ad hoc para levar a sua avante e que, num momento em que a legitimidade se lhe esgota, tenta comprometer irremediavelmente os seus sucessores e o próprio país?

Este país, meus amigos, é o Sporting Clube de Portugal. Este primeiro-ministro é Filipe Soares Franco. E os cidadãos, aqueles que podem pôr cobro a este estado de coisas, somos nós, todos nós, sócios do Sporting Clube de Portugal.

Chegou o momento. O momento em que se tenta colocar a primeira pedra do «Clube sem sócios mas com adeptos que não se intrometam na gestão nem tenham voto nas eleições dos órgãos sociais» - que é ao mesmo tempo a última pedra da sepultura do Clube que ao longo de mais de um século se ergueu como «unidade indivisível constituída pela totalidade dos seus associados».

Chegou o momento. O momento de dizer “Não!”, “Basta!”, de virar a página, de analisar o passado, avaliar o presente e de uma vez por todas olhar o futuro nos olhos, sem receio nem temor.

O filósofo irlandês Edmund Burke disse um dia que «Tudo o que é necessário para que o Mal triunfe é que os homens bons não façam nada». É pois a hora de cada Sportinguista ser mais Esforçado, Dedicado e Devotado do que nunca na defesa do seu, do nosso Clube. E a Glória é que, no fim da luta, ele continue a ser nosso.

Sempre e cada vez mais ao serviço e na defesa da Cidadania Sportinguista, o Movimento Leão de Verdade não vai faltar à chamada. No respeito pelas regras e pelas instituições que é seu timbre, tudo fará para pôr a nu este assalto final ao associativismo e para impedir que ele triunfe.

Todos juntos, conseguiremos. Pelo Sporting, «Não Passarão!».

quinta-feira, 19 de março de 2009

A gestão do ecletismo e outras mentiras

Nem com sondagens encomendadas aos seus parceiros amestrados SF consegue sustentar a sua visão maniqueísta do ecletismo. Resumindo, fica claro para quem a leu que os sócios revelam um forte envolvimento e comprometimento com o 'ecletismo'. Diria até, bastante mais do que seria de supor. Imaginem se a sondagem contemplasse apenas o distrito de Lisboa...

Não sei se é pior a mania de SF nos tomar a todos por burros ou sua prepotência em querer vingar a sua obstinação em acabar com o ecletismo à custa muita areia para os olhos. Levado pela mentira nada o detém. E é vê-lo por com ar de virgem contabilista com a questão da quotização (lembram-se disto?) ou ainda pregando pela sustentabilidade…

A Franco e todos os gestores que acharam ‘muito cool’ imitar o Arena de Amesterdam e de importar os conceitos mercantilistas norte-americanos de gestão de recintos desportivos e cagar de fininho na história e idiossincrasia leoninas (em particular) e do desporto português (em geral), exigem-se as seguintes respostas:

Quanto perdemos até hoje por terem decidido estrategicamente não construir um pavilhão e uma pista de atletismo? Quanto perdemos por termos listas de espera de pessoas que querem praticar ginástica de leão ao peito? (já foram 7666, hoje somente 1100 praticantes!). Quanto é que perdemos, semanalmente, em patrocínios, apoios, mobilização, sócios e vitórias nas modalidades?

Como grandes gestores que são com certeza fizeram já fizeram a avaliação dos resultados esperados versus resultados obtidos..
A propósito da crise, alguém graffitou na parede duma faculdade de Lisboa: “Estes economistas para quê?!”. Está na altura de nós perguntarmos: “Estes gestores para quê?!"
Reflectemos nisso, caros consócios, e
stes gestoresinhos para quê?!...

Há 1 !!!!!!!!!!!!!

1 comentador do Sporting que pensa pela sua cabeça. 1 que não debita asneiras memorizadas em volta de um croquete.



http://tv1.rtp.pt/programas-rtp/index.php?p_id=3318&e_id=&c_id=1&dif=radio



Haja esperança.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Sporting vs General Franco - Reflectindo o Ecletismo

Na semana em que o campeão europeu de pista coberta (coisa simples num país que nem dispõe duma) mereceu destaque na pág. 19 (isso mesmo) do Jornal do Sporting, o General Franco volta a atacar raivosamente o ecletismo. No jornal onde praticamente todas as semanas, um dos atletas do clube se queixa da falta de um pavilhão, comprova-se hoje o velho adágio: mais depressa se apanha um demagogo que o Rui Patrício um atraso do Polga.

General Franco tinha prevenido que os resultados da sondagem mereciam uma grande reflexão, pois:
“…90% dos inquiridos nunca foram ver uma prova. Pior que isso, cerca de 80% nunca viu mais do que um ou dois jogos na TV.”

“60% quer um pavilhão, mas tem de ser em Alvalade. Se não for em Alvalade, só 54% quer estas instalações.”

“51% não está de acordo em comprar um lugar, mas 74% quer ter modalidades. No entanto, 70% não está de acordo que seja o futebol a pagar modalidades.”

Ora reflictam clicando aqui.

E afinal o que temos? Temos, mais uma vez, de repor a verdade adulterada pelo General Franco. De uma amostra ‘geograficamente representativa da massa associativa’ podemos inferir que:

  • Cerca de 3000 sócios conseguiram dar com o pavilhão do Casal Vistoso para ver a equipa de Andebol. Cerca de 4500 já foi a Loures apoiar o futsal e cerca de 3000 já foram ‘uma, duas, três ou mais vezes’ ver uma prova de atletismo sabe-se lá aonde;
  • Pior que isso, cerca de um terço dos sócios inquiridos já viu ‘mais do que três vezes’ jogos de Andebol na SporTV (!) mesmo sendo alguns deles transmitidos à mesma hora que a da equipa de futebol! Caros, é mais gente do que aquela que nunca viu nenhum jogo! Pior ainda, 46% já televisionou o futsal ‘mais do que três vezes’, sendo que apenas 12% nunca viu nenhum!
  • 76% (e não 60%) querem um pavilhão. 54% concorda que, na impossibilidade de ser em Alvalade, deve ser construído noutro sítio. Está visto, é só irracionalidade e ingratidão!
  • 36% (= 9720 sócios) está disposto a comprar um ‘lugar anual’ ou ‘especial para 10 anos’. Lembro que os pavilhões não costumam ter mais de 2500 lugares. E ainda faltam “arrumar” os 51% de sócios mais os não-sócios que preferem comprar ‘jogo a jogo’.
  • 63% não está de acordo que seja o futebol a pagar modalidades. Porém, 45% acha que ‘entre 20 a 30%’ da quotização deve ser canalizada para as modalidades. 23% acha que deve ser ‘30% ou mais’. Só 12% acha que deve ser ‘menos de 20%’.

Calma! Numa coisa ele diz a verdade: “Portanto contas feitas, isto tudo não dá sequer zero. Dá menos de zero.”

Ora… 1 geração roquete = -1 pavilhão - 1 pista de atletismo = - público - pagantes - sócios - milhares de espectadores - milhares em proveitos e receitas , Sim, isto dá menos de zero.

Patrimónios

A posta abaixo do Stan Valkx ia-me suscitar um comentário, mas decidi transformá-lo numa outra posta. Isto porque estas declarações passaram, infelizmente, sem resposta na altura, mas certamente merecem a nossa melhor atenção e alguma reflexão que serão sempre actuais.
O que é afinal o "património" do Sporting? Soares Franco parece ter dele uma noção estreita. É que para além do betão, há muito mais coisas que ele não incluirá nessa categoria, que são de facto património do Sporting!! Os 12-1, por exemplo, são (agora e infelizmente) património do Sporting. E foi sob o consulado dele que esse património foi adquirido. Vai ser deixado aos leõzinhos do futuro como um símbolo do legado de Soares Franco. E este novo património, que é, por sua vêz, um atentado ao outro património do Sporting, não sai nem com pintura!
Até o próprio Soares Franco é, infelizmente, património do Sporting. Um "património" que deixa uma "marca" indesejável, ela própria, um atentado ao património. Mas o senhor presidente não precisa de exagerar: a defesa do património do Sporting, deste e do outro, NUNCA será feita pela polícia de intervenção! Está aí aliás o grande problema do legado do presidente: deixar que o património do Sporting seja gerido e defendido por outras entidades que não os Sportinguistas!
Embora alguns dos seus próprios atentados já não possam infelizmente sair nem com pintura e, por isso, a grande escorregadela pareça iminente --uma ideia que sai reforçada pelas imagens--, estou certo que haverá sempre um Sportinguista para o amparar se fôr preciso...

É preciso...

... é estarmos sóbrios em relação ao que se vai passando.

http://ww1.rtp.pt/desporto/index.php?headline=37&visual=17&article=180241&tema=21

segunda-feira, 16 de março de 2009

Saudade

Será que ele também se lembrou?
Há avançados, pontas-de-lança, goleadores, matadores, mas depois ainda há os foras de série! Obrigado Jardel! Foi uma pena teres-te perdido...



Fonte

levaram.me a t.shirt, os brutos


quando o sporting tem jogos dificeis em casa,
esta é a t.shirt que eu levo.
estava eu no estádio sentadinho perto dos gajos do rio ave, assim a provocá.los.
vem de lá um st@#% e diz.me para despir a t.shirt.
"tiro a t.shirt é se eu quiser" e fiz.lhe um olhar bem lixado, para meter medo.
"essa cara feia não é para mim" responde o gajo.
"vai mas é chamar o gajo das queijadinhas. olha que ele está ali em baixo quase a bazar."
disse.lhe eu logo a seguir.
como gosto de comer as cinco queijadas quase de uma vez, esqueci.me da cara que lhe tinha feito.
sacana percebeu imediatamente. fiquei tinha maluco à procura da expressão facial que tinha usado tão bem.
foi chamar os amigos. os outros st@#%.
só que estes vinham vestidos de azul escuro e com cacetes nas mãos.
pensei, se me levantar agora para ir atrás do gajo das queijadas, o pessoal vai pensar que estou a fugir.
perguntei ao gajos que vinham de vila do conde se tinham bolinhos com eles.
muito simpáticos disseram que não.
"comprámos um magnum, é que está um calor" foram porreiros.
vêm então de lá o pessoal da pesada e começa logo aos palavrões.
ouve lá oh, não sabes que isso é ofensivo?
e riram.se baixinho em grupo, fazendo uma roda que era para eu não reparar.
"vais ter de tirar isso" disse o que tinha o o cap mais bem posto na cabeça.
"vais tirar isso e já" continuou.
"porra! esta t.shirt é do caraças, é com ela que eu vou lá à roulote e pessoal farta.se de elogiar".
disse.lhes eu, mas nunca num tom de vítima.
foram logo 5, 6 ou 7 para cima de mim, nem vi.
puxaram a t.shirt, rasgaram.na. alargaram.na no pescoço.
brutos. fiquei em tronco nu.
"e agora?" disse.lhes eu ainda procurando uma expressão ameaçadora.
"é que quando for para o metro já fica frio."
nem ligaram. foram.se embora enquanto faziam high.fives.
entretanto lá apareceu o gajo das queijadas.
"oh meu amigo, já me disseram que estava aqui, mas eu nem o reconheci sem a t.shirt."
disse o pobre homem.
ofereceu.me quatro mas tinha de pagar uma.
é justo.
à saída fui ao lidl que ainda estava aberto e comprei outra igual.
depois encontrei.me com os meus camaradas na roulote e contei.lhes a história.
riram.se e gozaram comigo a noite toda.
é justo.

Desculpas inaceitáveis

Já sabem: se os Sportinguistas não forem solidários, como Soares Franco pediu em Mafra, a PSP trata do assunto.
Esta estratégia de vitimização escolhida pelo presidente do Sporting para justificar as acções da polícia no Estádio de Alvalade constitui mais um insulto feito à instituição e aos Sportinguistas.
Uma pretensa carta que ninguém viu --e de que nem o Sporting, nem a polícia fizeram prova-- com uma ameaça completamente inverosímil para uma acção totalmente despropositada e de uma violência inaudita!
As vítimas? Os pacatos adeptos e as suas famílias que a PSP teve, a solicitação da direcção, o cuidado de espantar de vêz do estádio.
Ninguém se voltará decerto a sentir seguro no estádio. É território de guerra este estádio de Alvalade. Um cenário de guerra, uma zona em estado de sítio, um território a ferro e fogo, totalmente desanconselhado para a prática desportiva e o são convívio clubístico. Alvalade transformou-se defintivamente na faixa de ganza!
Depreendemos pelas desculpas que a competência com que é feita a inspecção antes da entrada no estádio é nula e todo aquele aparato de seguranças é um total desperdício. E ficámos, sobretudo, todos a perceber o respeito que merece a generalidade dos Sportinguistas e o tratamento a que temos direito por parte dos dirigentes.
Eles terão sido ameaçados, a nós atiraram logo a matar... Não é preciso ir ao Iraque para ver comportamentos anti-desportivos.

domingo, 15 de março de 2009

A faixa de ganza

Só com uma força policial obnubilada pela prévia exposição às ganzas da Juve Leo e só com o desnorte total dos seus responsáveis é que podemos compreender que a PSP possa ter alinhado em mais este atentado às liberdades públicas, no Portugal de hoje.
Os exemplos claro repetem-se perigosamente. Ontem foram os livros com a capa do Gustave Coubert, hoje são umas insignificantes faixas de adeptos do Sporting. Por aqui e por ali a actuação das forças policiais vai ateando uns fogos curiosos e reveladores.
Por estas e por outras se vai percebendo o estado da nação...
Temos que perguntar em que é que as autoridades governamentais, com o conluio manifesto neste caso dos dirigentes sportinguistas e certamente com a ajuda de uns fuminhos da JL, querem transformar um simples jogo da bola. Temos manifestar veemente repúdio pelos ventos de insanidade que andam a percorrer o país neste momento!
No que respeita ao Sporting, em particular, uma coisa é certa meus amigos: tendo em conta o dispositivo policial e as intervenções qualificadas e concertadas da polícia e dos seus amiguinhos da JL ontem em Alvalade, só podemos concluir que os 12-1 do Bayern foram uma bomba ainda mais potente do que a gente imaginava e que ainda não acabou totalmente de estoirar.

Porto B

Alvalade viveu hoje, em dia de jogo com o Rio Ave, mais um momento de vergonha. Mais um a juntar aos muitos a que temos assistido ao longo dos últimos 13 anos, e especialmente desde 2006. No intervalo e na Bancada B do topo Norte os stewarts retiraram uma faixa onde se podia ler "vergonha". No início da segunda parte um grupo de adeptos levantou uma faixa onde se podia ler "Vassourada". Imediatamente foram alvo de reprovação geral. Reprovação liderada pela Juventude Leonina. À reacção legítima (o que não significa que eu concorde com ela) de quem se sentia ofendido com aquelas palavras juntou-se uma carga policial sobre os adeptos que mostravam a faixa. Um deles, pelo menos, saiu mesmo algemado da bancada. Porquê as algemas? Por exprimir uma opinião? Já aqui o tínhamos referido. Os estádios de futebol são muitas vezes um território onde as regras do estado democrático são suspensas. O mais grave, porém, é que a carga vinha sendo preparada nos últimos dias. No jornal O Jogo de sábado podiam ler-se as declarações de Fernando Mendes, líder da Juventude Leonina: [Fernando Mendes]«Deixou o aviso que não se pode controlar os 5000 elementos que costumam ocupar a mesma bancada da Juve Leo, admitindo que as pinturas terão sido da autoria de um conjunto de adeptos auto-intitulado Curva Sul. "Um grupo que [hoje] acabará a bem ou a mal", ameaçou Fernando Mendes.». Repito: "Um grupo que hoje acabará a bem ou a mal". Não significa isto que a direcção da SAD tenha qualquer relação com esta declarações ou com o comportamento da polícia. Exige-se, no entanto, que se apure rapidamente quem ordenou a intervenção policial sobre um grupo de sócios que exprimia, legitimamente, a sua opinião. Mais, exige-se que os mesmos sejam ressarcidos não apenas pelos danos morais mas também por danos patrimoniais. Apesar de tudo, a propriedade daquela faixa, que foi roubada pelo corpo de intervenção da PSP, era privada. Mas as declarações de Fernando Mendes deixam-nos sobretudo assustados perante a sinistra hipótese de estarmos face a um processo de "portização" do Sporting. Veja-se: "O Miguel Veloso esqueceu-se da camisola que veste. O Benfica não o quis e foi aqui que ele se fez jogador. Neste momento ele já não pertence ao balneário. É um jogador que não interessa ao clube. Não podemos permitir este tipo de comportamento". Mais uma vez, as declarações de Fernando Mendes de forma nenhuma responsabilizam a direcção da SAD. No entanto, a forma como Mendes coloca a questão ," ele já não pertence ao balneário", é de tal forma peremptória e segura que nos deveria levar a interrogar sobre a forma através da qual um dirigente de uma claque obtém estas informações. Em segundo lugar, e mais uma vez, a direcção, o treinador e os jogadores deveriam ter sido céleres em desmarcar-se das declarações de Mendes. Ora, nada disto sucedeu. Estaremos perante a criação de um braço armado dentro do clube? Estas estratégias não vos fazem lembrar nenhum outro clube?

O regulamento do Estádio está disponível aqui.

sábado, 14 de março de 2009

A Técnica, a Táctica e o Surrealismo

foto "roubada" ao blogue catenacc10 e de onde recomendo esta posta descoberta via Pontapé na Lógica

Porque esse teu esquema é burro nem quando ganhas tu tens mérito Paulo”, Valete

Tendo a abster-me de mandar postas sobre tácticas não só porque o Yazalde sabe mais do que eu mas porque, apesar do encanto que há em nos armarmos publicamente em professor marcelo das tácticas, prefiro correr o risco de me embaraçar só entre amigos. Pelo menos quando estou sóbrio. O que me fez então romper com essa premissa apeneilarada? Basicamente a vontade de esbofetear pessoas.
Depois de levarmos doze na bilha e de já termos enfardado dez em dois jogos com os espanhóis pelos vistos ainda há gente adulta que acha que o PBento não tem responsabilidades nisto a que me custa dar um nome. Eles dividem-se em dois. Os primeiros, nos quais quase me incluo, baseiam-se no Princípio de Peter que, curto e grosso, nos leva à condescendência do ‘quem não sabe, a mais não é obrigado.’ E a responsabilidade é pois inteirinha do superior hierárquico que o segurou no lugar que ocupa. Nada a obstar por agora. Os segundos, a quem desde já desejo as melhoras, no seu conjunto apresentam todo o tipo de cósmico-mirabolantes explicações reflexo do quão estão perdidos no espaço. Desde os argumentos da ‘falta de peso’ até à de culpar exclusivamente jogadores (em geral ou particular) ou (ainda!) os orçamentos tudo fazia pensar estarmos perante um ‘caldo’ flaubertiano propício à reflexão sobre a estupidez humana. Mas não, não era estupidez.
Não vou perder muito tempo em discutir com os Tonis da massa corporal que acham que a chave está em trocar o Liedson e o Ribéry pelo Purovic e um desengonçado mas alto e forte alemão, nem em desenhar setas a mostrar como o treinador é responsável pela motivação dos jogadores e em como o nosso tudo fez (e os dirigentes tudo têm feito) para que a “motivação” fosse baixa (e para mim até não foi!) num jogo onde ela até surge com tranquilidade. Vou antes atacar os obcecados defensores de Bento que na hora de justificar um 12-1, a táctica, essa coisa que acima de tudo define os resultados (vem nos livros, ao lado capítulo sobre o cabecear de cima pra baixo), deixa de contar! Qual raposa esperta, metem-na no bolso e, neste caso, a culpa é da falta de “mentalidade” ou das “tipologias de carácter” de alguns jogadores. O emocional explica tudo e abafa tudo! E é tudo! Despacha-se assim o assunto sem sustentar a resposta, sem qualquer referência ao prof. Karamba ou sequer, pra não pedir muito, ao António Damásio. Não havendo, como convém, psicólogos de serviço conclui-se portanto tratar-se de uma vertente até hoje injustamente desconsiderada pelos grandes filósofos e especialistas das Belas Artes: o Surrealismo Táctico-Psicologizante. E como qualquer obra surrealista, ela não se explica pois está gnosiologicamente liberada de explicações.
Fora deste âmbito, a única base mínima para discussão é a de que os jogadores desobedeceram propositadamente ao técnico ou que foram corrompidos pelo Beckenbauer. Mas até agora ainda não ouvi essas…
Ora, mesmo não sendo as tácticas a entrarem em campo, é evidente que são elas que determinam não haver cincos a zeros aí aos magotes.
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O losango até é um bom losango. Para mim, que defendo que a táctica deve ser construída com base nas características dos jogadores e não o inverso, até estou de acordo com ela. Mas não é o losango em si que determina a maior humilhação de sempre. É a vida que ele (não) tem. É a técnica da táctica que está em causa. Se uma equipa sem elasticidade, com melhores jogadores que os adversários (=jogar liedson e vukcevic), com transições ofensivas da pré-primária, sem jogadas planeadas, presos a um modelo do ‘1-0’ pensado a partir da defesa, ainda consegue ir disfarçando as debilidades contra algumas equipas mais fracas, quando apanham equipas com melhores jogadores, outro calibre táctico e ao que se junta um pendor ofensivo “demasiado” planificado e oleado e ainda umas pitadas de azar… é o descalabro! A puta da hecatombe! Deixem-se de merdas! Os jogadores não são papoilas emocionais saltitantes, não andaram a passear (pelo menos na maioria), não estavam corrompidos e nem desobedeceram ao treinador. Fundamentalmente nunca estavam no lugar certo porque ninguém lhes soube ensinar. O resto vem por acréscimo. Ponto final.
A bem ou a mal o Bento há de bazar e agora que todos já têm (ou deviam ter) consciência da gravidade do que foi a política desportiva para o futebol* dos últimos anos importa pensar como fazer o ‘reset’.

* s.f.f., mais uma vez, não a reduzam aqui aos eternos “jovens” da academia.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Amanhã

Desde de 2003 que sempre adquiri a Gamebox. Aliás a primeira Gamebox foi ainda em 1996, ou por aí. Uma gamebox que era mais uma caderneta de rifas. Os bilhetes todos iguais e a serem picotados individualmente e jogo a jogo. Fundo preto e pequenos símbolos do Sporting espalhados pelo bilhete. Este ano e depois da Assembleia de 28 de Maio resolvi não comprar a Gamebox. O espiríto foi "nem mais um euro para a SAD". O meu pequeno contributo, com muito sacrífio pessoal, para a salvação do clube. O espiríto foi que numa SAD falida ninguém pega. Mais ainda, foi uma tentativa de entrar em diálogo com os gestores da SAD e a direcção do meu clube na única linguagem que eles percebem: a do dinheiro. O número de sócios dimiuiu ao longo dos últimos três anos e o número de gameboxes vendidas esta época caiu drasticamente. Nem todos os grevistas terão a mesma motivação que eu. Uns terão abandonado a causa simplesmente por cansaço. Outros desertaram insatisfeitos com a qualidade do futebol. Outros terão sofrido as consequências da situação económica. É certo que fui ao Restelo e à Amadora. Vi também três ou quatro jogos na nossa casa, cortesia dos companheiros de roulote que ocasionalmente se compadecem com as minhas dores. Amanhã pela primeira vez esta época vou dar 10 euros à SAD e vou para a superior. Ainda não sei se vou aplaudir as camisolas se vou assobiar aquela gente toda. Não sei. Mas a mensagem é clara. A minha relação com o Sporting Clube de Portugal não depende dos resultados. Não depende agora como nunca dependeu no passado. Numa época em que as assistências no estádio foram ridículas uma casa cheia amanhã seria a bofetada de luva verde. Eles (a SAD) acham que me conhecem; não fazem a mínima ideia de quem sou(mos) e o que nos faz mexer.

Mais negócio do que racionalidade, certamente

Tal como sempre dissemos, estamos a introduzir racionalidade neste negócio emocional.

Até eles estão diferentes...

Enquanto vía o jogo da Champions com amigos, um deles contou-me que a SAD, pela mão do Sr. Salema Garção , tinha as claques todas sob controlo. A troco de quê, finjo que não sei...mas hoje vi a prova.

A Juventude Leonina convocou hoje uma conferência de imprensa em que se demarcou das pinturas hoje feitas nos muros da Academia de Alcochete e sublinhou que apoia “incondicionalmente” Paulo Bento.

Amanhã o estádio devia estar completamente vazio em sinal da VERGONHA inapagável!

Unidos na Seriedade


Agora é a rabula dos jovens com medo da Europa. Mas eles não eram os mesmos no ano passado? Ou seja, a sua maturidade regrediu. Para comediante já pouco falta. Andava a ler as declarações sérias deste indivíduo e lembrei-me logo de outras declarações sérias de outro indivíduo.



O costume: trivial e croquetes

Espero enganar-me, mas parece estar a ser aplicada a receita habitual de actuação desta gente que ocupa a direcção do SCP. Até agora não temos uma única reacção de nenhum dos responsáveis. O único que se pronunciou foi o dr. Alves naquele seu tom costumeiro, entre o punho de renda e a enguia, para apelar ao civismo e ao respeito. Como se alguém tivesse vontade de dar uma carga de porrada aos dirigentes actuais porque foi durante o seu consulado que assistimos à pior humilhação de sempre da equipa principal de futebol do Sporting e a pior actuação de sempre de uma equipa portuguesa em provas internacionais...
O resto, como dizia Shakespeare, é silêncio. Parece que nada aconteceu. O Pedro Barbosa faz declarações sobre a Taça da Liga e parece que está tudo na maior. Dos restantes responsáveis nada...
Pode estar aqui a desenhar-se uma estratégia de deixar arrefecer o assunto na esperança que a malta vá perdendo o fôlego, desorganizada como é costume.
Não pode deixar de preocupar percebermos que os dirigentes contam com a desmobilização dos Sportinguistas para resolver a crise, e não deixa também de ser preocupante que até agora só se tenhamos ouvido as figuras do costume e os candidatos do costume a dizer as banalidades anódinas do costume.
Se calhar comer 12 golos em dois jogos ainda não é o suficiente para mobilizar o pessoal...

quinta-feira, 12 de março de 2009

Disfunção e continuação da campanha de mentecaptismo dos Sportinguistas

O disfuncional: "Não sinto humilhação pelo que aconteceu em Munique, diz Soares Franco". Reconheço que ele diz o que sente, é preciso sentir o Sporting para se sentir como os Sportinguistas se sentem.

Os que nos querem fazer passar por mentecaptos: "Polga refuta declarações do 24 horas".Ou seja, ele refuta, não diz que a mulher dele é mentirosa ou que o Jornal forjou declarações. Ou seja, falaram os dois verdade, a mulher diz que éuma coisa, ele diz que é o inverso. Ou para mim, ela vai defendê-lo e dizer o que se passa e ele depois vem dizer que aquilo não é bem assim. Foi uma maneira ardilosa de se evitar uma repetição da situação do Stoijkovic, assim ele não e castigado ou o tipo que é treinador do nosso clube tinha de rever os seus princípios e não castigar um jogador por declarações de familiares.

A gestão, a racionalidade e a mística

Em 1999/2000, depois de sermos campeões ao fim de 18 anos de seca haviam várias escolhas a fazer. Uma delas era se se contratava a título definitivo De Franceschi, elemento fundamental na caminhada para o título. A SAD entendeu que dois milhões de euros (400 mil contos à época) era demasiado dinheiro. Meia dúzia de meses depois estava a contratar Tello por sete milhões. Ao fim de anos de adaptação, e quando este finalmente começava a render e queria passar a receber cerca de 50 mil euros por mês a SAD entendeu que não, que era demasiado. Em compensação manteve Ronny e contratou Grimi (que não acho mau jogador) por três milhões por uma percentagem do passe.
Pelos vistos De Franceschi foi a Munique:

Todos os sportinguistas foram sujeitos a 90 minutos de puro terror em Munique, mas houve um adepto especial - mesmo sem ser português, diz-se tão leão quanto os melhores - que viajou 500 quilómetros da sua Pádua natal e, para seu desgosto, viu o símbolo pelo qual se apaixonou sofrer o maior vexame da sua longa história europeia.
"Os 'tifosi' sportinguistas são únicos, mas percebo a sua revolta. Não vale é a pena pedir-se a cabeça do treinador! Isso seria o mais fácil. É preciso ter calma e assentar ideias para ganhar o campeonato e a Taça da Liga."


"Escreva aí que eu sou sportinguista de verdade! Cresci como um adepto do Inter, a minha equipa em Itália, mas sofro pelo Sporting, estou sempre atento." Após esta manifestação, De Franceschi reforçou: "Ser campeão no clube foi inesquecível, o maior título da minha carreira, mas a homenagem dos adeptos, quando joguei em Alvalade pelo Chievo Verona, foi das melhores coisas que vivi! Emocionei-me, cantaram o meu nome, dei voltas ao relvado. Não sabia que gostavam tanto de mim."

quarta-feira, 11 de março de 2009

A casa já ardeu. E agora?

É um facto: o resultado contra o Bayern não devia surpreender ninguém. Aqui e noutros locais se escreveu que o que surpreende no Sporting desde há muito tempo é o ocasional sucesso, se tivermos em conta as condições precárias em que o Clube vive e a corja patética e criminosa que o tem dirigido há mais de dez anos. Nada do que o Sporting faz tem carácter sustentado e consistente. Tudo parece, sempre, preso por arames e em estado de iminente descalabro.
E mais: os efémeros e magros sucessos têm mascarado a verdadeira crise e têm constituido a oportunidade para os coveiros do Sporting se manterem no poder. Não quero naturalmente mal ao Sporting mas esta espécie de sucessos tem contribuido, e de que maneira, para ir mantendo este status quo e esta política de fachada.
Já não há mais desculpas.
O delírio de uns, o oportunismo de outros e a total falta de sentido de responsabilidade de alguns outros, permitiram construir a imagem de um Sporting "grande". Mas, de facto, como no teste do algodão, a verdade, é aquilo que a crítica alemã apontou, implacável, ao Sporting no jogo de ontem: esta equipa não tem categoria.
E esta falta de categoria, clara e recorrente, é o reflexo da total incompetência e do oportunismo dos seus dirigentes. O que assistimos ontem são as sequelas de tudo isto.
O Sporting transformou-se (já alguns o tinham dito...) num clube de bairro, sem dimensão, sem ambição, contentinho com a mediocridade, justificando-a com problemas que lhe são alheios. Hoje o Sporting não passa de uma agremiação de segunda catergoria, cheia de prosápia e enfeitada com miragens, que alguns espertalhaços exploram para seu proveito imediato e para servir desígnios inconfessáveis.
Vê-se muita gente de charuto, mas o cheiro que se sente não é do fumo, é de falsidade e corrupção.
Há poucos verdadeiros Sportinguistas nos corpos directores do Sporting há muitos anos. E quando aparecem são marcados, não têm margem de acção.
Por tudo isto, o Sporting há muito que foi enterrado. Não foi o Bayern que o fez ontem.

Tudo no Sporting está hoje em causa. Não por causa deste resultado conjuntural e humilhante, inimaginável para alguns, embora há muito previsível para outros. O que este resultado veio mostrar, pela sua expressão crua, é, para quem ainda tivesse dúvidas, a dimensão actual do Clube.
O que se passa aqui é um pouco como aquilo que se passa no ordenamento do território. Os técnicos vão elaborando estudos que provam que determinados locais são impróprios para a construção de habitações, por exemplo. As populações ignoram os avisos e continuam a construir nas linhas de água. As câmaras fazem vista grossa e aproveitam para cobrar as suas taxas nestes locais, que de outra forma nunca lhes dariam "rendimento". Um dia uma cheia provoca numa curta fracção de tempo uma enorme tragédia. Toda a gente chora então muito, são criadas medidas de excepção, lamentam-se as perdas. Mas a verdade é que os avisos vinham de trás e as consequências eram previsíveis.
É exactamente o que se passa com o Sporting. A cheia de ontem era previsível, veio com pré-aviso e ninguém ligou nenhuma.

Muitos sportinguistas gostam, à falta de argumentação convincente, de trabalho, de ideias concretas e de real empenhamento na causa do Clube, de invocar a nossa diferença e as glórias passadas. Sucedem-se os grupos de reflexão, os congressos, as associações. Muito falatório, mas pouca acção real. À primeira contrariedade os palavrosos desistem.
Tenho dito e repetido, por outro lado, que quando a casa está a arder não podemos ir calmamente aos bombeiros, aproveitar para ir ao bar do quartel e enquanto saboreamos um cafezinho com o senhor comandante, aproveitar para lhe dizer calmamente "Olhe, a propósito, sabe que estou com um pequeno percalço em casa... tenho um incêndio enorme. O senhor seria capaz, por gentileza, de ir até lá ver o que se passa? E já agora perguntava aos seus homens se quererão ter a maçada, longe de mim querer importunar, de o ajudarem...? Ou talvez pudéssemos aproveitar para discutir aqui estratégias de combate aos incêndios... Talvez ir estudar incêndios lá fora... Veja lá o que será melhor...!" Tem sido este o argumento dos politicamente correctos que aproveitam tudo para ir encanando a perna à rã.

Precisamos de acção. A casa do Sporting está a arder há uma data de tempo e os Sportinguistas continuam calmamente a avaliar o problema, a discutir, a esclarecer, a organizar e a problematizar. Enquanto isso a casa ardeu.
Para esta conversa de bombeiro há vários argumentos. Dos principais, um é o problema da (falta de) alternativa. Um falso problema que toldou o raciocínio a muito boa gente e que dá um jeitaço aos actuais detentores do poder e às sanguessugas que os acompanham. O outro é a história dos bancos e da credibilidade junto deles. Por esse raciocínio só banqueiros poderiam assumir a direcção do Sporting. Vê-se como tem sido as relações com esse sector... E vê-se aliás, pelo que se observa hoje, a credibilidade que os banqueiros e a gente da finança têm...

O que aconteceu ontem é uma tragédia de proporções dolorosas. Por mais punhos de renda, por mais apelos ao respeito pela democracia e ao civismo, a verdade é que a imagem do Sporting foi ferida de morte. Metam isto na cabeça: o que foi feito até agora pelo Clube foi de um modo geral mau. E o pouco de bom que foi conseguido no plano desportivo e financeiro, foi arrumado em 180 minutos em dois jogos contra o Bayern.
O que quer que seja que se vá fazer daqui para a frente será da estaca zero ou perto disso.
Foi para isto que esperaram uma alternativa e que se recusaram a aceitar medidas excepcionais para reorganizar o Sporting?!
Esqueçam o Sporting centenário, esqueçam os campeonatos passados, as glórias passadas, as medalhas nas modalidades, os "produtos" da Academia. os princípios e ideais desportivos do Clube. O que vai ficar do Sporting até ganharmos (se alguma vez o conseguirmos fazer!) outra vez o respeito dos adversários são os 12-1 desta eliminatória. São esses os novos e tristes "recordes"...
Foi este o resultado da inércia, da cobardia e do falso sportinguismo.
A presente situação atinge-nos a todos. Todos temos culpa no cartório. Mas, esta situação tem um nome principal.
Já aqui tinha chamado a atenção há algum tempo para o facto de ter sido durante o consulado de Filipe Soares Franco que o Sporting ouviu "olés" dos adversários perante o bailarico de futebol que estava a levar. Poucos o terão se calhar notado, mas eu não achei aquilo nada normal. É ele o responsável e é a ele que temos de pedir contas. É ele que tem que responder por todas as derrotas e todos os falhanços. Antes de ir para os negócios dele temos umas contas a ajustar...
Mas, ao mesmo tempo temos de, com carácter de urgência, varrer esta gente que nos arrastou para o pior período de sempre do Sporting e encontrar soluções temporárias alternativas de direcção do Clube. Vale tudo para correr com eles! Demita-se a direcção, forme-se uma comissão de gestão, marquem-se eleições e procure-se uma equipa de gente descomprometida com as direcções de há dez anos para cá, com verdadeiros Sportinguistas, dispostos a dar ao Clube aquilo que o Clube precisa: dedicação e amor por ele.
Se não forem tomadas medidas radicais de devolução do Clube aos Sportinguistas talvez não venha a ser sequer possível fazer o rescaldo depois do incêndio.

O Povo é sereno*

Estou com Dias da Cunha no apelo à calma. Não vale a pena neste momento estar a exigir cabeças nem penteados. Faltam 3 meses para as eleições. Soares Franco já disse que não se recandidata. Paulo Bento está em fim de contrato. A época de transferências vai abrir. O que é fundamental neste momento é pensar no que foram estes últimos 13 anos no Sporting. Quais foram as continuidades e rupturas dos últimos 3 com Soares Franco na presidência? O que é que queremos para o clube? Três meses é algum tempo. Depois é ter esperança que toda esta gente tenha vergonha na cara e não se candidate a coisa nenhuma e deixe o espaço para que visões alternativas para o clube apareçam. Estou tão enojado com isto tudo como toda a gente. Mas quem nos lê sabe que eu já ando farto disto há uns anos. Não é agora que me vou por armado em excitadinho, como se nada disto não fosse mais ou menos previsível. Deixo-vos com uma citação do site da SAD. É isto que temos de avaliar e decidir se queremos continuar a apoiar ou não:

As acções integradas neste novo ciclo ficaram conhecidas como “Projecto Roquette”, entendido globalmente como uma dinâmica de modernização do Clube em três frentes: a desportiva, com racionalização e valorização de meios através de formas actualizadas de funcionamento; a patrimonial, capaz de proporcionar a transformação de bens inertes em estruturas desportivas e multifuncionais rentáveis; e a organizacional, caracterizada pelo funcionamento de todo o Clube de forma inovadora, conjugando a dedicação com a profissionalização de acordo com as condições reais, valorizando o presente sem hipotecar o futuro.


É ter calma consócios. O Projecto Roquette morreu! Viva o Sporting Clube de Portugal!



* Acrescento às 13:17 - só agora é que vi que a Ofensiva já tinha utilizado a mesma expressão para titular o seu post. As desculpas pelo plágio involuntário.

Pra estes gajos há nomes e voces sabem quais são

SPORTING – Sociedade Desportiva de Futebol, SAD
Sede Social – Estádio José Alvalade – 1600 Lisboa
NIPC 503 994 499 – Mat. C. R. C. Lisboa nº 07679
R. Prof. Fernando da Fonseca –
Apartado 42099 1601-801 Lisboa

7x Vergonha!!


Fonte: mail Vidigal (comentário post anterior)

terça-feira, 10 de março de 2009

Demissão!

Nada (NADA!) fará alguma vez apagar esta vergonha. Não há maneira possível de alguma vez compensar esta tragédia. É uma nódoa que não sairá jamais.
O Sporting regrediu para patamares que há muito julgávamos ultrapassados. Não sei como (nem se alguma vez!) conseguiremos recuperar desta afronta que aconteceu ao Sporting. Fomos feridos de morte.
Mas estas duas derrotas históricas, estes dois desastres inimagináveis, não são obra do acaso e têm uma assinatura: a de Filipe Soares Franco e de Paulo Bento. 
É a equipa fruto dos critérios de gestão do génio que "salvou" o Sporting. É a equipa dirigida tecnicamente pelo seu protegido, pelo seu Ferguson. São estes os dois responsáveis. São eles que fizeram história.
 
INDESCULPÁVEL!

Só resta um caminho a esta malfadada dupla: a rua! Sem apelo, nem agravo. Sem desculpas nem atenuantes. Não é tolerável manter esta direcção incompetente e este treinador sem espinha. 
Esperemos que os Sportinguistas não tenham adormecido defintivamente e que se mostrem firmes e unidos nesta exigência.

domingo, 8 de março de 2009

Sábado Tranquilo

Tranquilo demais.
Começa às 19h em Alvalade, onde os adeptos que pagam a totalidade do bilhete só têm direito a metade da exibição. Regozijo pelo nosso segundo golo de canto nesta temporada, o delírio. Pena pela segunda parte. Satisfação por carriço, e por pereirinha (como é diferente quando o treinador o mete a jogar na sua posição). Temor por pedro silva, pode ser que o ribery e ele não se encontrem (assim lhe durando a ilusão que ele sabe defender). Pode ser que no futuro quem paga bilhete também possa escolher a parte a que quer assistir. Mas não podemos ser exigentes, há que dar tempo. E sobretudo pensar que a poupança era estratégica, para o jogo europeu da próxima terça.
Tranquila também a vitória do porto. Já li que se anda por ali a falar das ofertas e vias abertas. Eu percebo, terá sido ontem assim com o nosso primeiro golo? Foi, certamente, como o nosso jogo com o Bayer - um dia mau e etc...

p.s.: enquanto escrevo o Rui Silva sagrou-se campeão europeu nos 1500M indoor. Parabéns ao vencedor.

quinta-feira, 5 de março de 2009

O estranho mundo do futebol português

A Liga Portuguesa de Futebol Profissional teve um lucro superior a um milhão de euros no exercício de 2007-2008. 
Há de facto lucros estranhos e situações de desequilíbrio financeiro nos futebóis portugueses totalmente estranhas. Ainda ontem, para além de nos ter sido revelado que a Galp também obteve lucros inusitados e pagou menos imposto do que o esperado, foi também tornado público um apelo a uma greve de jogadores decorrente da situação grave que se vive numa série de clubes, com ordenados em atraso. Há ordenados em atraso no futebol (e noutras áreas garantem-nos, para nos tranquilizar, os responsáveis pelo desporto e pelo futebol português). Há uma série de clubes que estão a caminho do desaparecimento. Os clubes chamados "grandes" estão todos em falência técnica. 
Mas, a Liga tem lucros! Lucros estranhos, de organismos estranhos, geridos por gente estranha, a funcionar em regime estranho, que andam a lucrar com qualqur coisa que a gente ainda não conseguiu descortinar. 

PS- Desculpem o acrescento, mas acabo de saber que para além da Galp e da LPFP, também a EDP teve lucros acima do esperado no exercício pretérito. Já consegui finalmente perceber porque é que deram o "name" desta empresa à porta por onde tenho que entrar para ocupar o meu lugar de leão... Um lugar que me custou os olhos da cara, que me iria encher de fervor clubista e que me iria oferecer um mundo de vantagens que eu, sinceramente, ainda hoje continuo a não perceber muito bem quais são... As desvantagens já as percebi todas, mas as vantagens ainda não!
Mas, isto, claro, sou eu que sou um bocado obtuso...

O sangue e o suor

A chamada de Liedson à selecção portuguesa tem feito correr alguma tinta e mexido com alguns nervos. Para além da questão legal, que não é de somenos importância - deve um cidadão português na plena posse dos seus direitos cívicos ser excluído de uma determinada área de actividade apenas pela sua naturalidade? - a coisa deve também ser vista de um ponto moral e "objectivo". Retiro desta conversa o "amor à camisola" ou a "ligação afectiva ao país". Todos os que conhecem alguma coisa sobre futebol, e em especial dominam minimamente a história da selecção, sabem que valores mais altos que o amor à pátria sempre se levantaram. Mas levanto a questão. O que é mais importante: o sangue ou o suor? Liedson joga no campeonato português há cerca de seis anos. Mais do que Cristiano Ronaldo, por exemplo, jogou ou irá jogar. Espalha alegria e beleza pelos relvados do país. Já contribuiu para que uma equipa portuguesa chegasse a uma final europeia. Foi em diversas ocasiões o melhor marcador do campeonato português. Ronaldo, por exemplo, contribuiu exactamente com o quê para o futebol sénior no país? Para não ir tão longe, e que tal a celeridade com que se "nacionalizou" o Amaury Bischof, um nome tipicamente português? Um tipo que não fala a língua e que nunca meteu os pés na terrinha. Que "ligação afectiva" tem ele com a pátria? Não estará também ele a contribuir para a degradação da formação dos jovens "portugueses"? O que me choca nisto tudo é a facilidade com que se recrutam determinados jogadores (Afonso Martins, por exemplo) se desejam outros (Robert Pires, por exemplo) num momento em que pouco ou nada deram ao país ao mesmo tempo que se desenvolvem intensos debates sobre outros que passaram a maior parte da sua vida profissional em Portugal e que dão tudo o que têm, e às vezes um pouco mais. Eu ao sangue prefiro sempre o suor.