terça-feira, 23 de agosto de 2011

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

De volta ao recreio da escola

O ambiente de fim de festa que se vive um pouco por todo o lado faz-se sentir de forma ainda mais aguda no futebol português. De Alexandre Pais a Luis Sobral, passando por esse ex-grande jornal conhecido por A Bola, na imprensa não vemos qualquer sinal de autonomia ou capacidade crítica. Nos clubes, guiados por interesses estranhos ao desígnio desportivo e associativo, também não se observa qualquer movimento de transformação do futebol em Portugal. Dos organismos dirigentes do futebol português, então, ainda menos podemos esperar, como se pôde verificar pelo inexplicável silêncio do presidente da Liga, apenas hoje quebrado, a propósito dos acontecimentos desta semana, pelas lamentáveis declarações do presidente do Conselho de Arbitragem da FPF que considerou que "era hora dos árbitros tomarem uma posição" ou através das inenarráveis formulações de Luis Guilherme, presidente da APAF que, a 24 horas do início do Beira-Mar-Sporting, comparou a possibilidade de não haver um árbitro num jogo do campeonato da primeira divisão com o que se passa todas as semanas nos distritais, onde essa situação se verifica "centenas de vezes". O que falta em racionalidade sobra claramente em corporativismo clientelar um pouco por toda a parte. Neste contexto os adeptos e os apaixonados pelo belo jogo nada podem exigir de quem quer que seja, face à ininputabilidade que cerca o futebol português. Talvez o regresso ao espírito do recreio da escola seja mesmo a melhor hipótese para salvar o nosso jogo. Era bom que não houvesse mais árbitros para o Sporting até ao final da época.

sábado, 20 de agosto de 2011

Notável

Luis Sobral, do Mais Futebol, considera "notável" a atitude de João Ferreira. Acrescenta que perante o desenrolar dos acontecimentos "resta a Godinho Lopes pedir desculpa aos árbitros". O que me parece notável é a mistura de ingenuidade e irrealismo do jornalista, que considera que o Sporting se colocou "numa situação ingrata". Num campeonato em que toda a gente comenta arbitragens o tempo todo, como ainda hoje se observou, em que a pressão sobre os árbitros vem de todos os quadrantes e num contexto onde não vimos da parte da imprensa quaisquer comentários sobre o Apito Dourado ou a comprovada vocação frutícula de alguns dirigentes, o que é notável é que um jornalista teça comentários deste teor, considerando para mais "os árbitros que apitam no campeonato, agora, estão inseridos numa estrutura mais forte, logo encontram-se mais protegidos. São também mais competentes e bem formados. Logo, menos permeáveis. Continuam a errar, o que é pena. Mas faz parte, acontece em todos os campeonatos, em todas as provas." Mais do que notável, acho mesmo inacreditável. Mas, claro, quase toda a imprensa nacional, e muito em particular a desportiva, vive há muito no universo da fantasia.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Calma

Já toda a gente percebeu que com Postiga e Djaló, ainda por cima em simultaneo, não vamos lá. Também já toda a gente percebeu que as três grandes lacunas que se observavam na equipa o ano passado - central, defesa-esquerdo e ponta de lança - não foram supridas pelos 14 reforços e que para o golos contamos com um miúdo de 18 anos e um búgaro que não é propriamente um ponta de lança. Apesar disso, o plantel está claramente mais forte e com mais alternativas. Ainda assim, muita gente já começa a perder a paciência com Domingos. É, contudo, preciso alguma calma. Capel e Jeffren chegram tarde e ainda não estão em forma. Com Izmailov e Matias passa-se o mesmo. Por mais irritante que possa ser a escolha dos três médios, todos de características defensivas, ela é compreensível. Até André Martins tem andado com problemas físicos. Qual é que seria a alternativa? Bem ou mal, parece-me que o homem está a construir a equipa por sectores. Estabilizou a defesa e o meio-campo e tem andado a fazer as substituições no ataque. Espero que com Izmailov, Matias e Jeffren em boa forma e com Capel e Bojinov como alternativas credíveis o homem começe a mudar um pouco mais cá atrás. Até lá, e imagino que pelo menos durante mais um mês, temos de ser nós a aguentar o barco e carregar com eles às costas. É tentar ganhar os próximos dois jogos do campeonato e passar a eliminatória da Liga Europa. Depois disso podemos começar a pedir contas. Até lá, é só Sporting Allez.