segunda-feira, 27 de maio de 2013

Subsídios para a política de comunicação

Dá-se demasiada importância à comunicação, mas também não se pode desprezá-la. Pinto da Costa sacou nos últimos dias um daqueles comentários que deixa toda a gente nervosa. Diz o friticultor que Rui Patrício é o único jogador do Sporting que podia jogar no Porto. Bruno de Carvalho deu uma resposta à altura, ou seja, deu desprezo. O mesmo não se pode dizer de Rui Patrício.  São céleres os jogadores da bola nas conferências de imprensa a repartir o mérito e a culpa pelo "grupo". Ora, alguém devia explicar ao Rui Patrício, já que ele não é capaz de dar respostas à altura (sem colocar em causa a competência do homem para defender a nossa baliza), que o que ele devia ter dito ao Pinto da Costa não era que é sempre bom ouvir elogios. E já que nunca vamos ouvir um jogador da bola, um profissional, a dizer que nos tripeiros corruptos nem pensar em jogar, podia pelo menos dizer que as opiniões de presidentes de outros clubes não lhe interessam e que valoriza sobretudo a confiança dos seus colegas, do treinador, e dos dirigentes e adeptos do Sporting. Uma chapa três do tipo vamos continuar a acreditar enquanto for matematicamente possível.

Figuras de quem não quero ser consócio (7)

Na perspectiva de colaborar na campanha de unificação do Sporting que a nova direcção se propôs levar a cabo, pensava que esta secção iria ter de encerrar. Ilusão! Há bastantes potenciais candidatos a figurar neste espaço que não conseguem manter o bico calado. 
Espero, para bem do Sporting, que não me dêem mais pretextos...

foto de A Bola

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Fusão da Património e Marketing com a SAD

Por estes dias, o antigo poder pede consenso enquanto faz oposição. Não tenho nada contra. Sempre gostei de barulheira e estrilho e acho que é o sintoma de uma democracia saudável. No geral, porém, aqueles que apelam ao consenso procuram por essa via conduzir o clube às suas posições. Um pouco desonesto mas nada de especial. Nem vale muito a pena discutir.

Uma, outra nota, antes de passar ao essencial. Bruno de Carvalho devia popupar-nos àquelas tiradas meio melodramáticas do "peço desculpa aos sócios do Sporting por não cumprir o que prometi. Prometi dedicar-me 24 horas por dia e só  dedico 20. Durante as outras 4 tenho que dormir". Não só é desnecessário como releva falta de organização. Ó Bruno então vê lá se te organizas melhor para ver se consegues dormir pelo menos 6 horas por dia. Outra que também não me caiu muito bem foi o "o terceiro elemento da estrutura sou eu". É perfeitamente legítimo que o seja, tal como é perfeitamente aceitável que não dê o nome que saltou fora. O que não é aceitável é que usando do tom melodramático e do facto consumado não explique o que aconteceu para a mudança de planos, num plano, aliás, que nem sequer era assim tão fundamental.

Dito isto, e sendo-me os "problemas" comunicacionais relativamente indiferentes, é preciso chamar a atenção para algo de fundamental. Descongeladas as relações com a banca, isto é superado o primeiro obstáculo, tendo sido tratada a questão do treinador - ainda dá polémica, mas daqui a 15 dias já ninguém se lembra do Jesualdo - vem aí o verdadeiro teste do algodão, para perceber quem, de facto, é Bruno de Carvalho e o que pretende para o Sporting. Ainda que não esteja marcada a AG está a circular na net um documento que supostamente detalha o plano de fusão da património e marketing com a SAD. Relembro que nós, aqui da roulote, tal como Bruno de Carvalho, votámos contra este projecto em sede de Assembleia Geral. Parece que agora vai ser novamente apresentado aos sócios, desta feita por Bruno de Carvalho. Parece, segundo o Leoninamente, de onde tive acesso a este documento, que o novo projecto é menos oneroso para o clube. Ainda não tive tempo para verificar.

Não posso, todavia, deixar de notar duas ou três coisas. O documento está no site, na secção das Investor Relations, mas a nova direcção não se dignou a enviar o projecto por e-mail aos sócios. E ainda hoje recebi um mail com a entrevista ao Leonardo Jardim. Para ser absolutamente sincero estou-me relativamente a cagar para o Leonardo Jardim, mas votei no Bruno de Carvalho para que este tipo de merdas não continuassem a acontecer. É OBRIGAÇÂO desta direcção, sobretudo tendo em conta a forma como ganhou as eleições, de manter os sócios ao corrente de todas as decisões fundamentais para o futuro do clube. Em segundo lugar espero mesmo que a AG não seja marcada à última hora e que haja tempo para os sócios poderem debater o plano em causa. Finalmente, espero que haja uma boa justificação para este plano voltar para cima da mesa. A ver vamos.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Um Verão Tranquilo

À medida que o passado se vai desvanecendo, espera-se que o futuro não demore muito tempo a chegar. Consumada a saída de Jesualdo Ferreira, é fundamental que as bases para a próxima época sejam rapidamente clarificadas. O ideal seria que até ao final do mês fosse apresentado o novo treinador - parece que Leonardo Jardim vai ser anunciado amanhã - e dois ou três reforços fundamentais. Como sempre falta um defesa-esquerdo e um ou dois avançados. Jefferson e Ghilas são os nomes de quem se fala. Wilson Eduardo pode regressar. Se até dia 31, dia em que pode decorrer uma AG com vista a apresentar aos sócios o plano de reestruturação financeira, a questão do treinador e dos reforços estivesse resolvida teríamos um Verão absolutamente entediante, no melhor sentido do termo. Os outros que alimentem  o circo das especulações e das transferências da imprensa desportiva. Depois, com mais calma, era arranjar colocação para os excendentários. Seria um defeso propício a um bom arranque de época.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Jesualdo

Idealmente Jesualdo Ferreira deveria continuar a ser o treinador do Sporting. Esta minha vontade baseia-se numa ou duas ideias muito simples. Ao contrário de muitos que passaram pelo banco do Sporting nos últimos anos não é um novato e, sem ser um génio, percebe qualquer coisa de futebol. Os resultados mostram isso. Numa época normal Jesualdo estaria a lutar pelo seu posto de trabalho. Numa época como a que o Sporting teve parece o salvador da pátria. A estabilidade é importante. Quando se advinha que algumas das principais equipas do futebol português se preparam para mudar de treinador, a sua continuidade poderia ser uma arma competitiva importante, numa época que se advinha difícil.

Apesar deste meu desejo, e passando do plano dos desejos para o das possibilidades, a continuidade de Jesualdo depende, antes de tudo o resto, da sua disponibilidade em ocupar um lugar na nova estrutura do Sporting. Se Jesualdo pretender manter o pleno dos poderes e funções com que foi contrato por Godinho Lopes, a nova direcção do Sporting deve proceder à sua dispensa. Há muito que sucessivos presidentes do Sporting se têm tornado reféns dos treinadores. Não é preciso relembrar a história toda. Urge acabar com esse problema. Resolvê-lo é tanto mais fácil quanto Jesualdo é simplesmente um tipo competente. Nem especialmente bom, nem especialmente mau. Nem quente, nem frio. O problema é que o professor se tem em tanto melhor conta quanto mais se tornou num símbolo da oposição à nova ordem de coisas no Sporting. Na realidade, a Jesualdo não pode, de nenuma forma, ser oferecido o destino do futebol do Sporting: contratações, dispensas, programação, formação, etc. Ele, como qualquer outro treinador, tem que ser parte de um colectivo. Não há homens providenciais. Não há milagres. A única coisa que a nova direcção deve fazer é defender o projecto para o qual foi mandatada e não se deixar sequestrar por quaisquer pressões exteriores ou urgências inevitáveis. Se Jesualdo quiser colocar os interesses do Sporting acima dos seus próprios interesses pode ter um lugar no futuro do clube. Se optar por assegurar o seu poder, sem compreender que as condições que determinaram a sua entrada se alteraram, deve sair. Não é o Sporting que se tem de adaptar a Jesualdo. É Jesualdo que se deve adaptar ao Sporting.