quinta-feira, 12 de março de 2009

A gestão, a racionalidade e a mística

Em 1999/2000, depois de sermos campeões ao fim de 18 anos de seca haviam várias escolhas a fazer. Uma delas era se se contratava a título definitivo De Franceschi, elemento fundamental na caminhada para o título. A SAD entendeu que dois milhões de euros (400 mil contos à época) era demasiado dinheiro. Meia dúzia de meses depois estava a contratar Tello por sete milhões. Ao fim de anos de adaptação, e quando este finalmente começava a render e queria passar a receber cerca de 50 mil euros por mês a SAD entendeu que não, que era demasiado. Em compensação manteve Ronny e contratou Grimi (que não acho mau jogador) por três milhões por uma percentagem do passe.
Pelos vistos De Franceschi foi a Munique:

Todos os sportinguistas foram sujeitos a 90 minutos de puro terror em Munique, mas houve um adepto especial - mesmo sem ser português, diz-se tão leão quanto os melhores - que viajou 500 quilómetros da sua Pádua natal e, para seu desgosto, viu o símbolo pelo qual se apaixonou sofrer o maior vexame da sua longa história europeia.
"Os 'tifosi' sportinguistas são únicos, mas percebo a sua revolta. Não vale é a pena pedir-se a cabeça do treinador! Isso seria o mais fácil. É preciso ter calma e assentar ideias para ganhar o campeonato e a Taça da Liga."


"Escreva aí que eu sou sportinguista de verdade! Cresci como um adepto do Inter, a minha equipa em Itália, mas sofro pelo Sporting, estou sempre atento." Após esta manifestação, De Franceschi reforçou: "Ser campeão no clube foi inesquecível, o maior título da minha carreira, mas a homenagem dos adeptos, quando joguei em Alvalade pelo Chievo Verona, foi das melhores coisas que vivi! Emocionei-me, cantaram o meu nome, dei voltas ao relvado. Não sabia que gostavam tanto de mim."

4 comentários:

paulinho cascavel disse...

Até o gajo que vive em Itália pede pra que o distingam dos sportinguistas falsos e nojentos.

15672 disse...

A ausência das palavras sobre Pedro Barbosa são um acidente ou manobra?

Luizinho disse...

eu gostava que fosse uma manobra. Seria um evidente sinal de que a roulote se vai tornando mais poderosa a cada dia que passa e que vai manobrando e conspirando a atrás das cenas para conquistar o poder no clube. Infelizmente também não é um acidente, isto partindo do princípio que se refere a esta posta.
como poderá depreender pelo título, pelo conteúdo da posta e pela minha última posta (antes desta, portanto) o objectivo aqui era tentar assassinar a sangue frio, à plena luz do dia e na presença de testemunhas a gestão desportiva levada a cabo durante o projecto roquette. Salientando não apenas a irracionalidade económica de algumas medidas de gestão daquilo que se convencionou chamar activos desportivos, como também o facto de muitas vezes (como sucede no caso de De Franceschi) uma gestão "moderna e racional" (De Franceschi tinha-nos saído muito mais barato que Tello e seria melhor para a posição que o Tello supostamente veio para ocupar)não ser necessariamente oposta aos princípios da mística e do amor à camisola (provados pelas declarações de De Franceschi). Em resumo, a higienização emocional dos vínculos entre entidade patronal e trabalhadores nem sempre resulta numa maior eficácia, produtividade e consequente geração de mais valias. Espero ter sido claro. O Barbosa não tem nada que ver com o assunto. Para mais, a minha relação de paixão inexprímivel por Barbosa ficou pelos relvados. no resto é tratado como toda a gente: mal. Lá porque foi um dos três maiores jogadores de futebol do séc XX (a par de Maradona e Garrincha) não quer dizer que tenha descontos enquanto dirigente desportivo.

Barbosa disse...

Lindo! Grande De Franceschi, apesar de não ser um fora de série, foi mesmo um dos que marcou nessa época! Yééô Ivone De Franceschi..Yééô Ivone De Franceschi!