quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

União de Blogs Leoninos

UNIÃO DE BLOGS LEONINOS

Foi aprovada por unanimidade no passado Domingo dia 27 de Janeiro, no espírito da Missão 2008, a criação da União de Blogs Leoninos, vulgo UBL.

Os seus fundadores são:

- Sangue Leonino http://www.osangueleonino.blogspot.com/

- Centúria Leonina http://centuria-leonina.blogspot.com/

- King Lizards http://kinglizards.blogspot.com/

- A Última Roulote http://ultimaroulote.blogspot.com/

A ideia principal subjacente a este projecto prende-se com a promoção de ideias/projectos que, uma vez discutidas e aprovadas no seio da UBL, permitam uma exposição simultânea em todos os blogs aderentes. O know-how resultante dessa mediatização, será aproveitado e incorporado num documento final a apresentar ao Sporting, se for caso disso.

Os documentos aprovados pela UBL serão publicados em todos os blogs que dela façam parte.

Esta iniciativa é aberta a todos os participantes da blogosfera que queiram aderir. Como requisitos para participação nas reuniões da UBL, deverão ter espírito Democrático e como único interesse elevar o nome do Sporting Clube de Portugal.

Inscrições em:

- Pelo Sangue Leonino: luisferreirahenrique@sapo.pt

- Pela Centúria Leonina: verdao@netcabo.pt

- Pelos King Lizards: raul.ph@netcabo.pt

- Pela Última Roulotte: ultimaroulote@gmail.com

Entretanto...

... em Liverpool os adeptos descontentes com a gestão tentam comprar o seu clube de volta.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Paulinho


Hoje o Paulinho faz anos! Muitos parabéns a ele e a todos os Sportinguistas, pois esta história representa o que de mais valioso há no futebol, e todos os sportinguistas se devem orgulhar. Pensei em escrever um grande texto, mas vou ficar sucintamente por transcrever uma declaração (penso do jogador Hugo) dita na reportagem "No mundo do Paulinho" que passou em tempos na Sporttv:

"...pelo Sporting passam Presidentes, dirigentes, jogadores, treinadores, mas o Paulinho está sempre lá...!"

Só faltou acrescentar que os adeptos, como nós, também estão sempre lá!

Ah! E quando num final de treino, o Paulinho faz uma cueca ao Tonel e vira-se para ele e diz: "Oh Tonel, doi-te os rins?" lol de chorar...

Abraços

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

E você, é dono do seu clube?

A imprensa desportiva informa-nos hoje que Pini Zahavi é o novo representante de João Moutinho. Zahavi é igualmente, como nos informa o Record, tio-avô de Alexander Zahavi, jovem extremo da formação do Sporting. Até aqui tudo legitimo. A única coisa que esta troca indicia é a clara vontade de João Moutinho em trocar de ares. Zahavi é, porém, mais do que um simples empresário de jogadores e o seu percurso lança algumas questões não apenas sobre as formas de gestão e organização do futebol contemporâneo, mas também sobre o futuro do próprio Sporting. Como se pode verificar num excelente e completo artigo do Guardian, Zahavi começou, à semelhança de Freitas, como jornalista desportivo, tendo posteriormente transitado para as funções de empresário de jogadores, depois de algumas bem sucedidas transferências de jogadores israelitas para o campeonato inglês e entre clubes ingleses. Nos tempos mais recentes ficou conhecido por motivos bastante diversos mas quase sempre ligados entre si. Pela sua ligação a Kia Joorabchian, proprietário da MSI, uma espécie de fundo de jogadores que em 2004 assumiu o controlo do histórico clube brasileiro Corinthinas, agora a navegar pelas águas da segunda divisão, depois de se ter sagrado campeão em 2005 e de um ano após a entrada do MSI as suas receitas terem aumentado em 500%. Este fundo é também o responsável pelas polémicas trasnsferências de Mascherano e de Tevez da Argentina para o Brasil e dali para o West Ham (clube que o MSI tentou adquirir sem sucesso), em contornos que nunca chegaram a ser esclarecidos. Assim o interesse deste grupo de pessoas pelo mundo do futebol passou rapidamente das transfrências de jogadores para a produção dos mesmos e para o controle dos clubes. Diz-se que Zahavi, também bastante próximo de Berezovsky (um outro oligarca russo) terá desempenhado um papel fundamental na aquisição do Chelsea por Abramovich e do Portsmouth por Alexander Gaydamak, filho de Arcadi Gaydamak. Alexander dirige o clube porque o seu pai, envolvido num escândalo de tráfico de armas conhecido por Angolagate, não pode sair de Israel (onde fundou um partido político e é dono do Beitar Jerusalém) porque tem um mandato de captura internacional às costas. Tanto Chelsea como Portsmouth eram clubes à beira da falência que encontraram nestes investidores uma fuga da morte certa. Nas palavras do próprio Zahavi, quando interrogado no referido artigo do Guardian: 'What was Chelsea before Roman came?' he asked, rhetorically. 'It was two days before going bankrupt. The situation was a disaster. The chief executive at the time [Trevor Birch] came and he really begged. "Help me," he said. "We cannot pay the salaries." Now, Chelsea are one of the best teams in the world. And that's because of Roman Abramovich's money.'Portsmouth were on the way to crash down, not to the first division, but to the second or third. Now they are doing well. Because, I did terrible things! No, all I did was manage to bring somebody who could put his own money into the club. Show me one club in England run by totally British people that is not a business. Of course, a football club is a business that serves the community, but it is still a business. Finalmente o grande interesse parece estar na descoberta de novos talentos no que poderíamos apelidar de mercados emergentes: " He has a network of scouts and associates working for him around the world, notably in Africa, which he considers to be 'the major zone of football. I don't think that Europe will produce too many [new] players. The big ones will come from Africa and South America, which is why I do so much work in Brazil and Argentina.'"
Onde é que o Sporting encaixa nisto tudo? Talvez na parte da produção de jogadores, nos mercados emergentes e no clube à beira da falência. Independentemente do que possa suceder, e não sei minimamente se é intenção de Zahavi adquirir o Sporting, a verdade é que a passagem do Estádio e da Academia para a SAD e o posterior aumento de capital pode gerar situações deste género, com personagens tão, ou ainda mais, recomendáveis como o Sr. Zahavi a fazerem do clube o que bem entenderem sem que tenhamos qualquer possibilidade de interferir seja de que modo for na vida do clube. A não ser como consumidores, como é evidente.
Numa linha menos clubista estes casos revelam duas dinâmicas que merecem ser pensadas com maior cuidado. Por um lado, uma espécie de regresso dos mecenas, de que Abramovich é o exemplo mais perfeito, que nos deve levar a interrogar sobre o que será dos clubes depois de os mecenas encontrarem um brinquedo novo ou deixar de existir dinheiro para lavar? Em segundo lugar as implicações destes fenómenos para aquilo a que com muitas dúvidas poderemos chamar de "verdade desportiva". Se a história do futebol é também a história de uma progressiva divisão social do trabalho, de especialização de funções e de autonomização dos diferentes tipos de agentes envolvidos, como poderemos avaliar os "verdadeiros" interesses deste tipo de personagens, simultaneamente empresários, donos de diversos clubes, muitas vezes de meios de comunicação social (relembro a tentativa de aquisição, chumbada pelo governo inglês do Manchester United por Rupert Murdoch)?

P.S. Aconselho vivamente a leitura do artigo do Guardian sobre Zahavi.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

A azia do Jesualdo na noite abençoada

O homem da cara a quem parece que lhe riscaram o carro todos os dias, vem desculpar-se da sua inaptidão congénita para vencer em Alvalade com uma frase de bradar aos céus "Foi um resultado mentiroso".

Isto é um pouco como Camacho vir dizer no rescaldo da próxima derrota do benfica: «Foi um resultado que premeia o mau futebol»;
Ponho-me a imaginar Vale e Azevedo a lamentar-se de uma das suas mega-contratações falhadas: «Foi uma contratação desonesta do outro clube»;
Arrebentaria de riso se ouvisse de Pinto da Costa: «O FCP não merecia este lugar. Foi um campeonato aldrabado».

Jesualdo, se tiveres aí companheiro, deixa-me dizer-te que para mentiroso antes o 'resultado' do que o jogo. Um abraço.

domingo, 27 de janeiro de 2008

Fraquinho , Fraquinho...

Hoje houve jogo!

E como o título indica esperava mais daquela demolidora equipa do porto.
Logo no inicio da partida, eles até podiam ter marcado, mas logo comentei para os desesperados colegas de lugar que o primeiro milho era para os pardais.
E eis que logo a seguir o pardal do guarda-redes (fura-redes) do porto resolve mostrar serviço, e que serviço!
O segundo golo surgiu com a habitual tranquilidade sportinguista, nada mais.
Só lamento mesmo que a equipa tenha falhado tantos golos, a goleada passou mesmo ao lado!
Tal foi o domínio avassalador da equipa do Sporting que até o arbitro ficou contagiado, pois como foi possível não descortinar nenhum pénalti na área do sporting? Foi possível porque a bola não lá chegou. Vou mesmo ousar dizer que esta partida se assemelha aos feitos heróicos da Odisseia de Homero, às tropas de Alexandre Magno que combateram os exércitos quatro vezes superiores de Dário da Pérsia, e mais não digo.
Chegou a ser confragedor ver esta equipa portista a jogar, com os seus jogadores a nem sequer acertarem com a bola na baliza aberta, até na barra acertaram, mas golo népia. Eu vou mesmo ter a ousadia de sugerir que para a próxima o Sporting lhes ceda o purovic, é que assim talvez consigam melhor performance finalizadora.
O paulo bento, como estratega genial, ainda tentou dar emoção ao jogo, tirando o apagado romagnoli e pondo o enérgico farnerud (o das pilhas duracel), mas foi na colocação o sueco em campo que paulo bento cometeu um erro craso, pois se romagnoli valia por meio jogador o sueco valia por nenhum e daí que a sua colocação deveria ter sido no lado esquerdo do terreno, deslocando o nosso defesa esquerdo - o izmailov - para o lado direito do meio campo. Assim equilibravamos mais as coisas para o lado dos coxos finalizadores do porto, passaríamos a ter o zero sueco a apoiar o meio jogador rony, aquele que se faz de falso defesa esquerdo.
Mas enfim, à posteriori é facil criticar.
Uma palavra especial para o sportinguista quaresma: estiveste bem miudo, com a tua exibição demonstraste o que significa a gratidão, ao invés dos lampiões figo e simão.
E assim fui saindo de alvalade, esperando que na quarta feira para essa competição galáctica da taça da liga, o penafiel dê mais luta do que o porto.
P.S.: no fim do jogo, estava eu petiscando na roulote e vendo as entrevista da sport tv, quando vejo a zona vip de alvalade vazia, pensei em Sousa Cintra e como seria diferente com ele, aquilo seria uma festa com abraços emotivos e grandes celebrações, mas com o administrador da opca isto de festejos após vencer o porto deve ser uma chatice, e eu até o compreendo, acredito que há alturas em que um homem deve ficar sozinho com o seu scotch.
P.S2.: acho profundamente que o Incrivel Vuckcevic já vale mais do que o mantorras.

Temos bife

A resposta aos argumentos do Valete está no Óculo Verde

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Provavelmente a pior taça do mundo!


p.s.: ainda não vi um jogo de jeito nesta nova competição, para a qual eram prometidos grandes espectáculos...

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Hit the road Jack

A direcção do Sporting parece definitivamente empenhada em tomar como suas as palavras do célebre Jack, o Estripador: - Vamos por partes!
Não sendo daqueles que acredita que o projecto Roquette falhou não por incompetência mas por calculismo, não podemos deixar de pensar nas consequências que o projecto teve para as diferentes partes envolvidas.
Vamos primeiro aos negócios. Na Assembleia-Geral do Pavilhão Atlântico, Soares Franco queixa-se da explosão da bolha bolsista e da retracção da economia para justificar o facto de o Edifício Visconde estar vazio e o Sporting não conseguir materializar as receitas que esperava. Como o mercado estava para os compradores a OPCA, que Soares Franco presidia e que entretanto foi adquirida pelo BES, não se fez rogada e adquiriu o edifício em preço de saldo. Seguiu-se a necessidade, por arrasto, de vender o Alvaláxia. Aqui a justificação foi diversa. O Sporting não tem vocação para gerir património imobiliário e a não aprovação do loteamento na Câmara leva a que os potenciais clientes do centro comercial não apareçam. Venda-se. Aqui duas objecções. O Sporting criou uma série de empresas para gerir património e essas empresas contavam com a colaboração de algumas das mais destacadas figuras ligadas à banca, à construção civil e à gestão em Portugal. Por outro lado, é necessário pensar a aprovação do loteamento dos 29 mil m2 pela CML. O processo está pendente há nove anos e o muitíssimo bem educado Soares Franco diz que não está na sua natureza defender os interesses das instituições que representa (talvez este princípio não se aplique de forma tão evidente à OPCA). Portanto, fomos "obrigados" vender o Alvaláxia pouco tempo antes de a coisa começar a ter clientes. Finalmente o loteamento. O Sporting serviu essencialmente de barriga de aluguer da MDC, empresa que adquiriu os terrenos, no sentido de alterar de forma mais ou menos ilegal o plano director municipal com vista a aumentar a volumetria da construção naquele espaço. Os terrenos, segundo um dos poucos sócios que teve o direito à palavra na mítica assembleia, foram vendidos abaixo do preço de mercado, mais uma vez a uma empresa que tinha nos seus quadros dirigentes do Sporting. O Alvaláxia, um ano e meio depois de ser vendido, tornou-se assim num óptimo negócio, tal como o Holmes Place e a Clínica.
Agora numa de Zandinga pemitam-me um pouco de futurologia. Garantida esta receita, esperam-se umas vitórias desportivas. Marca-se uma assembleia-geral para passar o Estádio e a Academia para a SAD com a justificação de permitir aumentar o valor das acções para realizar o aumento de capital. O clube deixa de ser nosso e o Estádio e a Academia também. Passou o ano e meio que falta para Soares Franco acabar o mandato e todo o pessoal do projecto Roquette dá de fuga. Assim se passam treze anos na vida de um clube.

P.S. Então como se eu fosse mesmo, mesmo burro outra vez. Há nove anos que a MDC assinou o contrato com o Sporting para a aquisição dos terrenos do antigo estádio para construir quatro torres para escritórios. Meteu uma cláusula no contrato que "obrigava" o Sporting a assegurar uma volumetria de 29 mil m2, que viola o plano director municipal, e o edifício Visconde teve que ser vendido porque o mercado de escritórios em Lisboa estava saturado?

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

"O Djaló é tecnicamente um cataclismo e um campo de futebol não é uma pista de atletismo"

Porra, esqueci-me da da password da Roulote! Atenção, este post não é da autoria do Luizinho, mas sim do OCEANO.

Desculpa abusar do teu nome, Luizinho, mas não podia deixar de partilhar esta pérola convosco:

aqui

Oiçam a faixa "Baza correr com o Paulo Bento"... o título é auto-explicativo.

Rap de intervenção? Sem dúvida. Agora quero deixar claro que não subscrevo estas palavras do Valete. Pelo menos não na sua totalidade. Há diversos pontos com os quais não podemos deixar de concordar. Em relação ao Farnerud e ao Ronny, então...

OCEANO

Garrincha: A Alegria do Povo III

Diz Ruy Castro, «Nesta miniexcursão, o Botafogo derrotou o célebre Milionários de Bogotá por 6X5 e os que assistiram à partida garantem que, aquela, sim, é que fora a maior exibição de Garrincha. Nunca se vira nada igual a seu baile em Gambetta, o grande lateral argentino conhecido como “El Campin”.
Um lance dessa partida ficou célebre. Numa disputa de bola junto à linha lateral, Garrincha driblou seguidamente Gambett. Este caía, se levantava e caía de novo a cada drible. Seria driblado até morrer, mas não desistiria. Em pleno combate, os dois saíram sem querer pela lateral e os dribles continuaram na grama ao lado do campo. O juiz e o bandeirinha podem ter visto mas não ousaram interromper a beleza do lance – dois grandes homens no mano-a-mano por uma bola. Ali estava a quintessência do futebol. A jogada só foi paralisada quando Garrincha e Gambetta já estavam na pista de carvão. Os dois foram tirados do seu transe mágico pelo apito do juiz. Gambetta não voltou para o campo – substituiu-se.»

Isto e toda a história, como já disse, podem vê-la neste livro.

Garrincha: A Alegria do Povo II

Peço emprestado o título do Yazalde que já de si emprestado era. É o melhor que temos para o lembrar, 25 anos após a sua morte.

O meu contributo não vai em video mas em prosa. Mais concretamente transcrevo-vos dois trechos da magnífica obra de Ruy Castro «Estrela Solitária - um brasileiro chamado Garrincha»


No primeiro, a situação passa-se no Mundial de 1958, onde o Brasil defrontou, na cidade de Gotemburgo, a temida URSS em jogo decisivo. Ganhou por dois a zero mas pareceram muitos mais.


«”Monsieur Guigue, gendarme nas horas vagas, ordena o começo da partida. Didi centra rápido para a direita: 15 segundos de jogo. Garrincha escora a bola com o peito do pé: 20 segundos. Kuznetov parte sobre ele. Garrincha faz que vai para a esquerda, não vai, sai pela direita. Kuznetov cai e fica sendo o primeiro João* da Copa do Mundo: 25 segundos. Garrincha dá outro drible em Kuznetov: 27 segundos. Mais outro: 30 segundos. Outro. Todo o estádio levanta-se. Kuznetov está sentado, espantado: 32 segundos. Garrincha parte para a linha de fundo. Kuznetov arremete outra vez, agora ajudado por Voinov e Krijveski: 34 segundos. Garrincha faz assim com a perna. Puxa a bola para cá, para lá e sai de novo pela direita. Os três russos estão esparramados na grama, Voinov com o assento empinado para o céu. O estádio estoura de riso: 38 segundos. Garincha chuta violentamente, cruzado, sem ângulo. A bola explode no poste esquerdo da baliza de Iashin e sai pela linha de fundo: 40 segundos. A plateia delira. Garrincha volta para o meio do campo, sempre desengonçado. Agora é aplaudido.
A torcida fica de pé outra vez. Garrincha avança com a bola. João Kuznetov cai novamente. Didi pede a bola: 45 segundos. (…). Vavá a Didi, a Garrincha, outra vez a Pele, Pele chuta, a bola bate no travessão e sobe: 55 segundos. O ritmo do time é alucinante. É a cadência de Garrincha. Iashin tem a camisola empapada de suor, como se já jogasse há várias horas. A avalanche continua. Segundo após segundo, Garrincha dizima os russos. A histeria domina o estádio. E a explosão vem com o gol de Vavá, exactamente aos três minutos.”

Foi assim que o repórter Ney Bianchi reproduziu em Manchete Desportiva aquele começo de jogo, como se tivesse um olho na bola outro no cronómetro. Mas não estava longe da verdade. Outro jornalista, Gabriel Hannot, diria que aqueles foram os maiores três minutos da história do futebol (…).
E ainda faltavam 87 minutos para o jogo acabar! A continuar daquele jeito, já havia russos contemplando uma temporada na Sibéria. Nunca o orgulho do “científico” futebol soviético fora tão desmoralizado, e pelo mais improvável dos seres: um camponês brasileiro, mestiço, franzino, estrábico e com as pernas absurdamente tortas. (…).
Garrincha nascia ali, não apenas para o mundo, mas para o próprio Brasil. (…)
Sua única frase, que resumia tudo o que sentia, era: “Eu tava com fome de bola”


* João era o nome que, dizia-se, Garrincha dava a todos os seus adversários de marcação directa.

domingo, 20 de janeiro de 2008

Sporting vs Lagoa - O rugido do Camelo

Ficha de jogo - MINUTO A MINUTO, JOGADA A JOGADA

00' - Ouve-se o ruido de fundo do "speaker" dentro do estádio a incentivar o publico que, logo de seguida, responde com a mesma moeda. Pela minha "experiência sonora" admito que das duas uma: ou só uma minoria reagiu às palavras de ordem ou a maioria ainda está cá fora nas filas dos bilhetes (para terem ideia, uma delas entrava pelo metro adentro!).

05'- Vejo que a espera não vai ser fácil. Já lá estou há 15 minutos e a fila só andou dois ou três metros. Lembro-me que no jogo contra o Louletano nada disto se passou. Estavam todas as três bilheteiras abertas, a fila era incompravelmente menor e andava a um ritmo razoável.

08' - «Goolooo!». "Olha, golo do sporting", murmura-se cá fora num misto de alegria e frustação.

10' - Devolvo o mini-cachecol ao puto de kispo à minha frente. Deixara-o cair de tão estático que estava no meio de várias pernas de adultos que também não se conformavam com a bilheteira fechada e faziam contas à vida. Sempre deu pra me esticar um pouco.

15' - A este ritmo tá visto que a 1º parte já era. Entretanto, os Silvas (vieram uns 6 ou 7) demonstram bons índices em criatividade e resolução de problemas: "- A culpa não é do Sporting, é da Federação. - Qual quê?! Os bilhetes são da federação mas os recursos humanos são do sporting! - Então e a polícia, em vez de estar aqui a olhar pró ar, não podia muito bem ir ajudar a vender os bilhetes na bilheteira??".

18' - "Éprábola! Éprábola! Éprábola! Prá central, amigo. €15 cada um!" Os candongueiros passavam por ali.

20' - Afinal há movimentações na bilheteira fechada: o Cunha leva o puto dele, já em desespero, a fazer uma mijinha entre o muro e a bilheteira.

21' - Eureka!, devem ter pensado o Guedes e o Azevedo que agarram nas mãos dos seus leõezinhos e imitam o lance protagonizado por Cunha.

25' - O puto do Santos, cara de reguila, começa a puxar o braço do pai a dizer que está farto e quer ir embora. A irmã, segurada pela mão esquerda, parece ir aguentando-se. O p'ai sem saber bem o que dizer, justifica-se "está quase, tem calma... já vamos ver o sporting." Deve estar, deve...

27' - Com o rádio numa das orelhas, um dos Silvas, indivíduo bastante expansivo, vai actualizando a malta com actualizações do jogo dos lampiões contra o Freirense. Na Luz, quem parece estar a dar barraca não são os Feirantes mas os de vermelho: o avançado dos visitantes Márcio, isolado, quase marcava!

29' - "Golo do Benfica", diz o Silva do rádio, em voz tão mal projectada que nem parecia ele. "Eheheh!! O Cardoso foi festejar o golo com os adeptos e tirou a camisola para lhes oferecer. Só que agora está sem camisola e proibído de entrar em jogo!". Ah benfica!

32' - Lá mais para trás, várias crianças já vão brincando entre si. Não sei se foram os pais a adoptar a estratégia mas pareceu boa ideia. Estavam era ainda longe do Santos. Olho para trás e lá está ele, em esforço de hércules, tentando em vão animar o filho: "Tão-balalão-cabeça-de-cão! Tão-lalalão-cabeça...";

35' - Silva: "Feirense à barra!"

37' - A filha de um dos Silvas, depois de várias voltas (numa mistura de dança contemporânea e pisar de uvas) em torno de seu pai, atinge o ponto de saturação e obriga o progenitor, dali em diante, a carregá-la ao colo. "Se eu soubesse que era esta vergonha, nunca a teria trazido.", tinha dito antes. Melhor sorte teve o outro Silva, até agora o pai da criança mais bem comportada, cujo filho, farto de tanta inactividade, pede ao pai para lhe deixar ir explorar manchas e brechas no pavimento ali ao pé. Se não estivesse sozinho também eu ia com ele.

38' - O senhor Santos, já com o filho a choramingar de um lado e a filha num "bora, bora!" do outro, não tem outra solução senão ceder à pressão e abalar dali. Não foi o primeiro nem o único desistente. Ao olhar para o comprimento da fila atrás de mim era nítido que já muitos tinham optado por ir ouvir o relato em casa. Doutro modo nem no estádio nem em casa, devem ter pensado.

40' - Os Silvas pareciam resignados mas ainda não completamente: "Diz lá que se estes gajos o mínimo que faziam agora que já passou metade do jogo, não era abrirem as portas pró pessoal entrar??! Um jogo da taça contra o Lagoa..."

45' - Logo atrás de mim a filha do Esteves pergunta-lhe: "- Oh pai, aquilo ali desenhado na parede não é um camelo? - Não, filha. Camelos somos todos nós por ainda aqui estarmos!"

47 - Finalmente chega a minha vez de adquirir o bilhete. "Então, mas porque é que aquela bilheteira está encerrada?", atiro. "É que aquela não tem estes computadores que emitem bilhetes. Aquela só serve para entrega de bilhetes." Estranho a resposta do funcionário pois no jogo com o Louletano pareceu-me ser uma "bilheteira normal". Sem perder mais tempo, fui-me embora dali a ver se ainda via qualquer coisa do intervalo.


Tempo extra
Caros Senhores Soares Franco, Ribeiro Telles e Pedro Afra,
Vós que mui propagandiais a necessidade de trazer a família para o futebol não era nada má ideia arranjarem uns computadorzinhos ali para aquela bilheteira. É que assim é mais "chutar a família do futebol". Sei do aperto financeiro que grassa no nosso clube. Por isso, se não for pedir muito, falem com a família Espírito Santo e estou certo que vos facilitará uma boa linha de crédito.
Ah, lembrem-se de duas coisas muito importantes: comprar o bilhete com antecedência é uma opção e não um dever. Abrir todas as bilheteiras quando se formam filas como as de ontem é um dever e não uma opção.

Relatório do árbitro - Só os nomes das famílias são, claro está, fictícios (acho eu!..).




RRRrruuuuuaaaarrrhhgg!!!

Garrincha: A Alegria do Povo

Faz hoje 23 anos que se apagou o anjo das pernas tortas.porque quem gosta de futebol tem de gostar de garincha...

Saudações Leoninas

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Luizinho Freitas

Como, apesar de tudo, ainda vamos vivendo do futebol que se joga no relvado deixo aqui mais uma opção para avançado. Podia vir agora mas, se calhar, tinha sido bem contratado no Verão e não teria custado muito mais do que Purovic e Bonifácio juntos.
José Sand, está a fazer a primeira época no Lanús e esta época marcou 15 golos em 15 jogos. O ano passado jogava no Colón e meteu 7 em 23 jogos e no ano anterior marcou 10 em 33 jogos no Banfield. Tem 1,83m e 27 anos. É a opção possível porque German Dénis(jogador do Independiente que marcou 18 golos em 19 jogos) parece já estar a caminho de campeonatos mais competitivos, especulando-se sobre o interesse da Lazio.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Pavilhão Atlântico I

Desculpem lá estar a monopolizar a coisa mas o Bonifácio e a intrujice da direcção estão-me a fazer perder a paciência. Não que defenda uma demissão imediata da direcção mas há coisas que merecem ser recuperadas. Fica aqui um texto que escrevi a 22 de Março de 2006 na semana que se seguiu à Assembleia-Geral no Pavilhão Atlântico. No caso em concreto sobre a relação da imprensa com as direcções do clube. Á saída da Assembleia e depois de Soares Franco ter afirmado que não se iria recandidatar lembro-me de discutir à chuva com o Paulinho Cascavel sobre o número de dias que o homem iria demorar até voltar com a palavra a atrás e navegar na vaga mediática gerada pelos seus amigos. Aqui fica um retrato fotográfico dos sentimentos da altura.


A assembleia geral do Sporting realizada na semana passada no pavilhão Atlântico oferece-nos mais um exemplo da influência que o enquadramento mediático tem na legitimação da "ordem", e apresenta-se como um estudo de caso exemplar sobre a produção das "vagas mediáticas".
O projecto Roquette passava essencialmente por dois eixos: subtrair o clube "ás bolas que batem na barra", por via de uma gestão rigorosa e assegurar um conjunto de receitas extra-desportivas. O projecto falhou na íntegra. O orçamento da discórdia contemplava receitas da Liga dos Campeões que, como todos sabemos, nunca chegaram a entrar, e o tecto para a aquisição de novos jogares foi largamente ultrapassado. Gestão rigorosa portanto. Daí os 15 milhões em défice. As superficies comerciais que deveriam proporcionar as receitas dão prejuízo, embora exista a possibilidade de no medio prazo virem a dar lucros, daí a necessidade premente de alienar o Alvaláxia. O bingo passou a uma situação deficitária, a culpa é do Euromilhões. A argumentação para tudo isto revelou-se frágil. Soares Franco, que fez parte das direcções do clube nos últimos dez anos, fez como se não fosse nada com ele. Chegou ontem e tem um projecto inovador. O falhanço do anterior projecto deveu-se a Bin Laden e à explosão da bolha bolsista ligada às novas tecnologias (não é piada).
Mais ainda, a assembleia geral permitiu-nos finalmente compreender os interesses objectivos que motivaram o projecto: a apropriação de um conjunto de terrenos do Sporting com um brutal valor de mercado. Terrenos que valeriam 190 contos o m2 foram vendidos por cem, a empresas que têm no seu quadro dirigentes do sporting. O saque está feito. Soares Franco quando interrogado sobre se estava na Assembleia enquanto comprador, na medida em que gere a OPCA, empresa interessada na compra do edifício Visconde, ou vendedor mais uma vez respondeu com o número da virgem ofendida. Nada disto encontrou eco nos meios de comunicação social.
Mais curioso ainda é o facto de no dia seguinte à entrevista de Peseiro, que acusava os jornais de serem dominados pela agenda dos clubes, termos tido a possibilidade de observar o início da contra vaga mediática. Apenas a "situação" teria doravante o direito à palavra. Os jornalistas apresentavam a "alienação" como inevitável, a oposição não apresentou propostas alternativas. A este propósito nem vale a pena citar jornais desportivos, mas a inenarrável prestação de Paulo Garcia no programa de opinião dos espectadores da SIC Notícias às 5 tarde do dia da Assembleia será suficiente para revelar a peça.
Claro que o carácter chantajoso da proposta não foi mencionado. Nem o trajecto de Soares Franco e seus compadres nos últimos dez anos. A gestão Roquette não foi revisitada, nem confrontdas as posições actuais com as de então. O facto de Soares Franco ter falado durante uma hora e meia na Assembleia contra 32 minutos do total dos sócios passou ao de leve. O facto de quatro em quatro intervenções dos sócios surgir uma proposta na mesa para proceder de imediato à votação, cortanto por essa via a palavra a dois dos já assumidos candidatos também não foi noticiada.
Assim a proposta de "alienação" que encontrava brutal resistência nos sócios chumbou por míseros 2%.
A vaga continua. Soares Franco é agora o avatar Cavaquista no espaço leonino. O homem providencial, a Razão, que nos vai salvar das hordas de fanáticos guiados pelo seu sentimento mas que não percebem nada de gestão.

Crítica teórica da razão prática da contratação desportiva

O Sporting ilustra na perfeição um dos problemas do mundo contemporâneo... ou melhor, vários problemas do mundo contemporâneo. O mais grave e significativo deles, porque parte de uma crença arreigada no coração de muitos, é que tudo é um problema de comunicação. Neste mundo, que abrange áreas tão diversas como o amor e o futebol, passando pela política, ele há os que acreditam que bem falado não há nada que não se resolva. Neste mundo apenas existe competência e incompetência, não existe uma diversidade de posições e modos de entender o mundo e, valha-nos Deus, interesses anatgónicos. A contratação de Roberto Tiuí, doravante Bonifácio, como o apodam os amigos, é uma perfeita ilustração desta forma de estar no mundo e na vida. Envolta numa onda de contestação a SAD resolve mostrar que está activa no mercado e vai daí toca a contrartar Bonifácio, na esperança de com esta manobra aplacar durante uns dias, a que se soma a esperança de vitórias com o Lagoa e Beira-Mar, os otários que todos os dias compram jornais e todas as semanas lá estão a picar o ponto. O problema é que este otário em particular acha que o submarino acabou de ir ao fundo. Então expliquem-me lá como se eu fosse mesmo burro. O Sporting tem um plantel jovem e inexperiente e por isso toca a ir buscar um avançado com 22 anos? O Sporting precisa urgentemente e mais do qualquer outra coisa de um defesa esquerdo. Então toca a ir buscar um avançado? O Sporting aposta numa política de formação. Então vai buscar um puto desconhecido, desempregado e sem currículo relevante quando temos aqui o Saleiro à mão ou dispensámos o Varela no início da época?
Obviamente que este pessoal da comunicação para além de não perceber muito bem como funciona o mundo fora das estratégias de marketing tem outro problema sério. Acham que os outros são mesmo muito burros. O que ainda é um problema ainda mais sério.

P.S. Continua nos próximos capítulos. Com mais digressões sobre as estratégias comunicacionais e argumentativas no Pavilhão Atlântico. Sobre a "irracionalidade" do adepto. E ainda sobre o negócio com a Câmara Municipal de Lisboa e outros números de circo. Não percam.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Subsídios para uma democratização do Sporting

À margem de querelas antigas, relacionadas com preferências técnicas e ideológicas respeitantes ao futebol que se joga no relvado (Peseiro sempre!!!!), é evidente para quem frequenta a blogosfera leonina o anseio de uma democratização do clube. Penso que o primeiro passo para a recuperação da identidade, sobre a qual também muito se tem dito. De forma breve, deixo, para já, quatro medidas concretas que poderão permitir uma maior particpação dos sócios na vida do clube. Esta, como se sabe, decorre essencialmente a partir de três formas: na tomada de decisão, nas bancadas, e na prática desportiva. Começo com quatro medidas que se podem enquadrar na primeira categoria.

1- Obrigatoriedade de entrega dos estatutos do clube a todos os novos sócios. Dados os tempos de penúria, e para não sobrecarregar o orçamento, para os outros seria disponibilizado um PDF dos mesmos on-line. o site não pode servir só para propaganda e merchandising.

2- Obrigatoriedade de convocatória de todos os sócios na plena posse dos seus direitos clubísticos para todas as assembleias gerais. Do mesmo modo que recebemos SMS para adquirirmos bilhetes para a Taça estas também poderiam servir para incentivar os sócios a participarem nas Assembleias-Gerais, que também deveriam ser anunciadas pelo inenarrável speaker do Estádio no último jogo em casa antes da ditas. Mas isto são questões de pormenor. Por email, CTT ou pombo correio, o que interessa é que as convocatórias cheguem aos sócios.

3- Como já muitos referiram a criação de um Provedor do Sócio. De preferência eleito e independente da direcção.

4- Talvez a mais polémica. a verdadeira democratização do clube passa também pela aplicação do princípio um homem/um voto, de forma a criar uma igualdade de facto entre os sócios.

Peseiro, Ricardo e Malarz



A propósito de Peseiro,

Foi sem dúvida com o escalabitano como timoneiro do Sporting que vivi momentos inesquecíveis. Inesquecívies no contentamento e na tristeza. Nauralmente, em defesa da minha paz de espírito tento ao máximo não recordar aquela noite de Maio de 2005 quando, na lixeira, perdemos o campeonato com o fatídico golo de cabeça do ogre Luisão batendo Ricardo nas alturas. Mas pronto, o que lá vai, lá vai e é passado, como se costuma dizer.
Tal como a mim, para Peseiro a lembrança também lhe deve ter ficado atravessada. Mas pronto, a vida continua e com certeza ele agora já não tem de preocupar com derbys decididos em saídas parvas dos guarda-redes.
Quer dizer... acho eu. Ou tu queres ver que...
Olympiakos - Panathinaikos 1-1 (13-01-08)
Para além de as suas equipas continuarem a dar bons espectáculos, o resumo do video indicia que Peseiro aprendeu a não enfrentar jogos "destes" com medo e falta de audácia. Decerto não esperava era por "aquilo". Valeu não ser um jogo decisivo. O Panathinaikos de Peseiro segue em 3º lugar a dois pontos do líder AEK e a um do Olympiakos.

Karl Marx disse uma vez que a história repete-se primeiro como tragédia e logo a seguir como farsa. Alguém duvida?

O feitiço e o feiticeiro II

O Sporting 100 recorda a resposta de Paulo Bento a Peseiro, depois deste comentar a qualidade do futebol da equipa.

Paliativos

Nada como o Benfica para amenizar as nossas dores. Lazlo Sepsi chegou ontem e não perdeu tempo antes de nos informar que quer ser melhor que o Maldini. Lembram-se do útimo defesa esquerdo que chegou a Portugal e disse que iria ser melhor que o Maldini?



Bala, Balaic

Hesitações

À semelhança de Paulo Bento também eu vou hesitando nos julgamentos definitivos sobre seja lá o que for que diga ao respeito ao Sporting, já que o furacão de rumores que vai assolando o mundo leonino não permite certezas relativamente a nada. Neste pântano de dúvidas, fica em link mais um subsídio sobre Pereirinha. Há o que temos visto no relvado e aquele de quem fala o seu antigo treinador no Olivais e Moscavide ou este que é retratado no blog Entre Dez.

sábado, 12 de janeiro de 2008

o puto das tranças

Através do óculo verde, uma ligação interessante sobre o Paím.
Não é para embandeirar mas é bom saber que já tem cânticos...

E se mourinho...

Caros consócios leoninos, uma posta do blogue centúria leonina acerca da contratação de mourinho pelo Sporting motivou uma viva e acessa discussão no qual já iam cerca de 230 comentários. Pelos comentários feitos inclusivé pelos bloguistas do blogue, percebeu-se que algo se passava por alvalade no dia seguinte à derrota com o setubal. Disseram alguns comentadores que tal só não se concretizou, mas que o encontro foi real. Não sei se tal foi real, mas o que é facto é que no blogue em causa falaram de tomáz morais, o actual seleccionador de raigby, e eis as noticias nos jornais nos dia seguinte sobre a falhada contratação para administrador do Sporting. Agora de uma coisa tenho a certeza, não há fogo sem fumo, se algo não se tivesse passado com mourinho ou qualquer outro porque razão veio para a comunicação social uma notícia que dá conta do apoio incondicional da adminstração da sad em paulo bento e que o treinador está seguro. Algo se passou. Pois se nada se passa então nada haveria para dizer.

Quanto há hipótese mourinho, ainda estou para saber qual o desfecho da acção judicial e das provas cabais que eduardo bettencourt disse que tinha.

E ainda sei que parece loucura, mas se o homem viesse mesmo, é que dinheiro não precisa, e haverá algum projecto mais dificil para ele do que este Sporting? Não seria este um excelente golpe de markting, era ver as game box e os bilhetes a serem vendidos. Se ele quer desafios difíceis, provas quase impossíveis, inimigos mais poderosos e sucesso quase nulo, então mourinho este Sporting é o caso indicado e sede bem vindo a Alvalade.



Saudações Leoninas

Chamava-se assim Carlos Freitas...

Em primeiro lugar as saudações ao novo membro do blog, o De Franceschi. Desde a sua saída de alvalade que o Sporting nunca mais teve um extremo esquerdo (com pé esquerdo) digno desse nome.
Agora que a poeira vai assentando (ou não) e os co-bloguistas já escapulizaram as contratações do freitas uma a uma, apraz-me dizer o seguinte:
1-época por época quais foram os resultados finais em termos financeiros entre as contratações e as vendas? (incluindo ordenados e dipensas);
2-como hoje refere eduardo bettencourt, o homem é um gestor e não um administrador, (algo que concordo). Assim quem o fez administrador tem de ser responsável pela má escolha.
3-o homem teve méritos enquanto gestor, ou empresário, como na primeira época com luís duque, (em janeiro arrancamos para o título com as contratações).
4-nestas épocas mais próximas o dinheiro para contratações não abundava, assim e sabendo freitas disso continuou. Agora continuou pensando que seria possivel lugar pelo título com menos dinheiro ou era um deiza lá ver se acontece um milagre? (sou 2/3 pela segunda).
5-sabendo do que se passava com a falta de dinheiro para contratações, freitas também foi conivente com a situação. (é profissional e tal, mas também não era portista de origem?).
6-quem dizia qual o preço de venda dos jovens talentos? Também era freitas? Pois no tempo de dias da cunha o cristiano foi vendido por tuta e meia, e no tal protocolo só o clube do assistente queiróz lucrou. O que já não aconteceu com Nani, vendido a preço demasiado alto para o valor real (o que se passou não sei).
Assim com estas breves constatações só não tenho respostas para o primeiro e a último ponto. Pode ser que alguém tenha.
Em jeito de despedida digo que não fico com saudades de freitas mas também não guardo rancor, a haver culpados seguramente não era ele, mas quem o fez administrador e não lhe vistoriava as contratações por não perceber nada de futebol. Assim sugiro que arranjasse um gestor e um administrador e não um dois em um.
Saudações leoninas

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Livro de estilo

Com a entrada de De Franceschi, e que entrada!, completa-se um primeiro ciclo de vida da Roulote e levanta-se a mãe de todas as questões: a mística, ou será antes a materialidade?, do futebol leonino e a identidade do clube. Como todos sabemos, a identidade constrói-se de uma forma relacional. Não somos os mesmos em todos os contextos e o modo como nos definimos, e nos definem, varia em função dos nossos interlocutores. A descoberta de quem somos, e daquilo que desejamos, processa-se mais por oposição aos outros do que na identificação com os nossos. Serve este intróito para abordar duas questões. Por um lado, constatar que apesar da generalidade dos roulotistas defenderem o aprofundamento do peso dos jogadores vindos da formação do clube isso não impede que de Yazalde a De Franchesci, passando por Paulinho Cascavel, e de forma perfeitamente inadvertida, sejam estrangeiros, na sua maior parte, os heróis aqui cantados. Muitos deles heróis de tempos de vacas magras. Por outro lado, para aqueles que nasceram entre o final dos anos 70 e o início dos oitenta, o Sporting, como dizia De Franceschi na posta anterior, define-se por muito mais do que pelos resultados. A glorificação da glória deixamo-la para os outros. O Sporting é para nós, e acima de tudo, uma inesgotável fonte de prazer. Não é por acaso que nas bancadas de Alvalade se canta essencialmente sobre amor e fidelidade. Os sportinguistas são aquilo que Galeano apelidou de mendigos do bom futebol. Foi aí que nos fomos realizando. É por isso que nem nos tempos mais sombrios os sócios desertaram, as bancadas foram abandonadas, os cânticos esgotaram. É por isso que a alma nunca secou. Se repararem as grandes convulsões foram mais causadas por violações a este livro de estilo, inscrito na génese do clube e actualizado na sua prática quotidiana, do que por derrotas no campo. Essas acarinhamo-las como os mais preciosos tesouros.


OS últimos dez minutos da época passada

Uma questão de personalidade

"O pior que pode acontecer a uma equipa é perder o seu carácter". Assim começa o artigo de Bruno Prata na edição de hoje do Público. A foto que o acompanha, captada no preciso momento em que a bola sai disparada, do pé esquerdo de Vukcevic, em direcção à baliza do Setúbal, mostra dois defesas assustados, os deles, e um jogador, o nosso, a "mostrar quem manda" com autoridade e elegância. Desde que a fotografia foi inventada sabemos ser arte que, inadvertida ou propositadamente, ilude facilmente a realidade. Quem nunca dedicou muito tempo a pensar nesta questão, tem o jogo da Taça da Liga entre Setúbal e Sporting e a foto correspondente para tirar as suas conclusões. Eu, porque não "vi" o jogo, não o posso fazer.
A televisão esteve ligada, mas sem som e com reduzida capacidade de concentração da minha parte. Que nem o aperceber-me, algures na segunda parte, da entrada da criança Paez para substituir o poste montenegrino tenha originado um despertar esperançoso numa epifania, é sintomático. Quem escreve estas linhas rejubilou com a primeira entrada em campo de Ouattara, acreditou até ao quarto jogo em Cesar Ramirez e esperou ansiosamente pelo momento em que pudesse finalmente ver em campo Rui Dionísio, avançado que Sousa Cintra contratara ao Montijo seguindo a lógica metafísico-eufórico-cabalística que guiava todos passos do grande presidente sportinguista: Paulo Futre saiu do Montijo para Alvalade e era avançado; Rui Dionísio jogava no Montijo e também jogava perto da grande área. Por deus!, Que mais observações, que mais sinais eram necessários? (mantém-se como um dos mistérios insondáveis do futebol português como pôde o bom do Dionísio contrariar tamanha boaventura cósmica e escapar à consagração como um dos maiores futebolistas da história sportinguista).
Acontece, portanto, que nem o jovem Paez me despertou a atenção, que a televisão se manteve silenciosa até ao final e que a derrota no jogo da Taça da Liga me abalou muito pouco. O pior de tudo isto é a percepção clara de que tal estado de espírito não está directamente relacionado com os maus resultados, com o atraso para o Porto, etc, etc. As razões são mais profundas - quem, como eu, nasceu em 1977 e começou a ligar a sério a futebol quando Jorge Gonçalves se preparava para assaltar a presidência do Sporting, conviveu de perto e durante muito tempo com uma tendência crónica para o insucesso. Não, o que me afastou do Sporting neste jogo foi consequência do aviso apocalíptico de Bruno Prata: "O pior que pode acontecer a uma equipa é perder o seu carácter". O Sporting perdeu o seu, e isso angustia-me bem mais que qualquer outra coisa.
Vejamos: Não me interessa ganhar de qualquer maneira, como tentou Octávio, ao transplantar para Alvalade a ditadura defensiva em que se formou. Interessa-me ganhar e perder "à Sporting", com aquela aura de cavalheirismo anacrónica - a do Barbosa -, com a sensação de que os tipos que andam no relvado podem não ser os melhores do mundo, mas são os nossos e, mais que isso, sabem o que é que isso quer dizer. Não falo, obviamente, de qualquer sentimento de pertença tribal ou de associação semi-fascizóide a um símbolo. É algo superior a isso, como que um bairrismo do espírito: É, por exemplo, ver os primeiros minutos de De Franceschi em Alvalade e perceber imediatamente que era um gajo do Sporting; é lembrarmo-nos ainda, oito anos depois, que só um sportinguista como o Vidigal se poderia atirar de cabeça a um petardo assassino de um gajo do Porto, sem receio de danos cerebrais, no prolongamento da final da Taça de 2000. Resumindo, falta Sporting a este Sporting - e por isso, tenho receio que o sacrilégio de ver um jogo sem o ver realmente se repita nos próximos tempos.
Quem são os culpados da situação? Deixo as respostas para a restante malta da roulote que eu, em respeito pelo nick assumido, limito-me a saltar para cima do banco de suplentes de Paranhos e, tudo emoção despida de qualquer racionalidade, cantar um "O Sole Mio" tão desafinado quanto tocante.
Ainda assim, recomendaria a Soares Franco, que é o muito moderno, muito "marketeer" presidente do Sporting que lhe dedica uma hora por dia (eu não trabalho no Sporting e o meu cérebro ocupa-se dele uma média de 12), a leitura deste livro (só para ver se percebe um par de coisas):


Duvido, contudo, que o digníssimo Presidente sportinguista e sua trupe de indistintos executivos saiba do que fala Peyroteo (e Peyroteo ele mesmo, saberão quem foi?)

Freitas, it’s time to say goodbye

Aviso prévio: Aproveitando a personificação da ‘fruta’ que havia no episódio das escutas telefónicas mais ouvidas da nação, segue uma breve estória que volta à baila com esse género alimentar como eixo narrativo. Peço-vos que, no entanto, se esforcem por desassociá-la das profissões de natureza sexual e não liguem a prováveis erros de cálculo.

Estávamos em 1999, quando o jovem Freitas, foi contratado para gestor das Pêras da Cooperativa de Alvalade. Também por lá andava Carlos Janela e Norton de Matos, mas às tantas estes foram-se embora.
Logo nessa temporada, verdade seja dita, acredito que fruto do seu trabalho (ou do Janela??) obteve-se excelentes aquisições – chamemos-lhes “peras boas” – com que o pomar de Alvalade se sagrou campeão nacional: pêra italiana (Ivone De Franceschi), pêra-abacate (André Cruz) estavam entre as melhores.
Mas também houve muita pêra assim-assim - chamemos-lhes “Pêras fixes mas com muito caroço” - e muita pêra da bera (alguma até com bicho) - chamemos-lhes as “peras amargas” - a ingressar no pomar de Alvalde. Destas últimas relembro 3 que engasgaram todos os sportinguistas: pêra Hanuch (€4 milhões), pêra Kmet ($5 milhões dólares) e pêra Kmet (outro balúrdio).
Freitas importou verdadeiras pêras doces para o gáudio degustativo da clientela da cooperativa. Algumas de tão grande qualidade que valeram um títulos que escapavam à cooperativa há muitos anos e que têm compensado as más digestões das peras amargas que vinham no cabaz. Freitas, como poucos agricultores hoje em dia, nunca apareceu sob os holofotes para reclamar a parte do mérito que também era seu.
A coisa prosseguiu mais ou menos com um equilíbrio entre pêras boas e peras amargas, ao longo dos nove anos em que por lá andou (vejam a minha lista pessoal mais abaixo), e onde chegou a ser promovido na administração da cooperativa.
Do primeiro triénio para o terceiro triénio, parece-me, contudo, haver uma diferença significativa: se as peras amargas já não são hoje, se calhar, tão onerosas quanto dantes, continuam porém a existir em número superior às “peras boas”, mas principalmente, e isto é que é de sublinhar, tem havido cada vez menos “peras boas” como ó milho! Ou seja, se no primeiro triénio tivemos pêra Schmeichel, pêra João Pinto e pêra Jardel, no último triénio quanto muito tivemos, até ver, pêra Romagnoli (e tem os seus dias. Quando acontece chover fica logo mole e já não presta) e pêra Caneira (mas nem era nossa). Esta diferença, se calhar, até faz a diferença.
Freitas pode dizer que antes tinha a vida mais facilitada, que o patrão lhe dava maiores quantias para ir comprar às praças. Tem razão. Acontece porém que quando a corda aperta, só nos resta a todos lamentar e trabalhar ainda melhor. Não há muito mais a fazer se não ter mais pontaria. Apalpar melhor a fruta para correr menos riscos. Este ano, em menos de 24horas Freitas contrata a pêra Stoijkovic para substituir a melhor pêra-redes nacional que foi (mal) vendida para Sevilha, uma venda supostamente fora dos planos da cooperativa. Se calhar devia ter apalpado melhor, ter tido mais tranquilidade na substituição. Para Espanha também foi a pêra Varela, eleita a melhor pêra “jovem” do ano transacto. Para Alvalade veio a pêra Purovic, mas não presta. A pêra Semedo e a pêra Tello, também deviam ter sido melhor protegidas dos estorninhos que vêm de fora e andam sempre à coca. Isto só para falar deste ano.
Enfim, com tanto aperto, Freitas passa a ser alvo de duras críticas. Freitas, magoado por achar que só quando as coisas correm mal é que se lembram dele e por sentir estar-lhe a ser cobrado em demasia o insucesso da produção do pomar de Alvalade, anuncia a retirada da cooperativa. Tem razões para estar chateado, mas sabe melhor do que eu ao que vem. E vai com 86 mil euros de prémio da época passada para se consolar.
Fim

E é por este fim assentar tão bem na estória que se calhar estava mesmo na hora de terminar o ciclo Freitas.
Estão abertas as vagas pró seu lugar!



99/2000 (12 pêras importadas)
Pêras Boas:
Peter Schmeichel; César Prates; André Cruz; De Franceschi; Mpenza (5)
Pêras fixes mas com muito caroço:
Ayew
Pêras Amargas: Robaina, Hanuch; Viveros; Spehar; Bruno Gimenez; Toñito (6)
Balanço entre Pêras Boas e Amargas=-1

2000-01 (13 pêras importadas)
Pêras Boas: Dimas;
Phil Babb; Paulo Bento; Sá Pinto; João Pinto (5)
Pêras fixes mas com muito caroço:
Pavel Horváth; Rodrigo Fabri;
Pêras Amargas:
Hugo; Alan Mahon; Bruno Caires; Kirovski; Mario Cáceres;
Rodrigo
Tello (pêra boa, mas saiu demasiado cara) (6)
Balanço entre Pêras Boas e Amargas =-1

2001-02 (6 pêras importadas)
Pêras Boas:
Niculae; Mário Jardel (2)
Pêras fixes mas com muito caroço:
Rui Bento;
Pêras Amargas:
Jorge Vidigal (o irmão do outro); Luís Filipe; Dimitrios Nalitzis (3)
Do nosso viveiro:
Carlos Martins; Diogo; Hugo Viana; Ricardo Quaresma
Balanço entre Pêras Boas e Amargas =-1

2002-03 (5 pêras importadas)
Pêras Boas:
Contreras (1)
Pêras fixes mas com muito caroço:
Kutuzov; Danny
Pêras Amargas: Marcos Paulo; João Paulo (2)
Do nosso viveiro:
Cristiano Ronaldo; Paíto,
Balanço entre Pêras Boas e Amargas =-1

2003-04 (8 pêras importadas)
Pêras Boas:
Ricardo; Anderson Polga; Rochemback; Liedson (4)
Pêras fixes mas com muito caroço:
Tinga; Custódio (adquirido ao Guimarães em 2001)
Pêras Amargas:
Mário Sérgio; Silva; Clayton (3)
Do nosso viveiro:
Miguel Garcia; Paulo Sérgio; Lourenço;
Balanço entre Pêras Boas e Amargas =+1

2004-05 (5 pêras importadas)
Pêras Boas:
Enakarhire; Rogério; Pinilla (rrhumm…pronto… pra mim era uma pêra especial) (3)
Pêras fixes mas com muito caroço: -
Pêras Amargas:
Douala; Mota (2)
Do nosso viveiro:
João Moutinho;
Balanço entre Pêras Boas e Amargas =+1

2005-06 (10 pêras importadas)
Pêras Boas: Caneira;
Tonel; Romagnoli (3)
Pêras fixes mas com muito caroço:
Abel; Luís Loureiro; Deivid
Pêras Amargas: Edson; João Alves; Koke; Wender (4)
Do nosso viveiro:
Semedo; André Marques; Nani; Varela
Balanço entre Pêras Boas e Amargas =-1

2006-07 (5 pêras importadas)
Pêras Boas: - (0)
Pêras fixes mas com muito caroço:
Ronny; Alecsandro
Pêras Amargas: Farnerud; Paredes; Carlos Bueno; (3)
Do nosso viveiro:
Miguel Veloso; Bruno Pereirinha; Yannick Djaló
Balanço entre Pêras Boas e Amargas =-3

2007-08 (9 pêras importadas)
Pêras Boas:
Izmailov; Simon Vukcevic (2)
Pêras fixes mas com muito caroço:
Stojkovic
Pêras Amargas: Marían Had; Celsinho; Purovic (3)
Pêras ainda em processo de análise:
Gladstone; Pedro Silva; Derlei
Do nosso viveiro:
Rui Patrício; Adrien Silva; Luís Paez
Balanço entre Pêras Boas e Amargas =-1

A crítica da contratação desportiva

Antes de mais peço desculpa pelo exagero destes dois posts que se seguem. Não volta a acontecer.

Quando Pipinho vem dizer «hoje não contrataria Paredes, porque não correspondeu às expectativas» é grave. Revela categoricamente como o nosso presidente não faz ideia nenhuma de como gerir recursos humanos numa organização desportiva. Com esta tirada não é de admirar a atitude “agora é que me estou completamente a cagar para isto” do Paredes. Isto é, ninguém no seu juízo contrataria em momento algum quem quer que fosse, se soubesse de antemão que esse jogador não iria corresponder às expectativas. Isso é óbvio, e por isso não o dizemos mais vezes. A falha de carácter ou de liderança, como queiram chamar, está em vir dizer isso para as capas dos jornais sei lá eu com que objectivo. Se é correr com ele para fora do Sporting é dizer isso directamente ao paraguaio.
Reparem, para um homem que trabalhe apenas um dia por semana no (piso do) Sporting, calculo que tenha no máximo duas hora por semana para ficar a par do que o Freitas anda a fazer. E já é com sorte. Nesses períodos de tempo, por altura da abertura dos mercados de transferências, Pipinho, quando muito, lê ou ouve o sumário do relatório (de viabilidade) de aquisição de um jogador já com o parecer técnico elaborado pela equipa do Freitas. Aí, rápido que se faz tarde, concede ou não concede a sua autorização suprema. Não creio por isso que ele tenha todo o conjunto de dados que lhe permita uma tomada de decisão consciente e, sobretudo, que conheça bem as margens possíveis de evolução esperada do desempenho de cada um dos seus “novos activos”. Confia-se no Freitas para isso. Daí o seu espanto perante as expectativas não correspondidas. E daí ele transmitir, tal como noutros episódios, a impressão de ter perdido a noção de que ele próprio foi o um dos decisores e co-responsável por todas a borrada que por lá se vai fazendo. É o que acontece a quem trabalha um só dia por semana.
Enfim, ia eu a dizer que para dar rumo à política de contratações confia-se no Freitas e na sua equipa (incluindo, penso eu, o Ribeiro Telles, o Barbosa e o Paulo Bento) para o trabalho de prospecção, observação e avaliação de jogadores. Foi este, até hoje, o seu principal métier e é essencialmente por aí que Freitas deve ser avaliado. Como muito bem diz o Visconde de Alvalade “Pelas características inerentes à função [de gestor de activos], cada decisão, a bem da justiça, deve ser avaliada no momento e no contexto em que é tomada, atendendo à conjuntura do mercado e aos recursos disponíveis.”. Ora os indicadores e dados para se proceder a esta avaliação só o Freitas os detém na plenitude, pelo que temos todos de confiar que ele avalie… da melhor maneira possível. Nesse processo, exige-se que os possíveis resultados de uma decisão sejam estrategicamente equacionados e antecipados com tanto mais detalhe quanto maior for o risco da decisão. A partir daqui entramos no “nosso” métier: a crítica ad hoc. A crítica desportiva had hoc pode parecer desonesta por ser muitas vezes feita depois de observados os resultados de uma escolha (…) [já que] se fundamenta num conjunto de dados que não estavam disponíveis aos agentes no momento de tomada de decisão. Será desonesta se, ao ter participado de todo o processo de decisão, se critique “as escolhas” tendo apenas como base essa fundamentação. Mas não é verdade que a avaliação crítica “honesta” se esgote no quadro ‘do momento da decisão’. Tal como noutras esferas da vida é um erro avaliar-se uma decisão levando somente em conta os efeitos que ela produziu sem atender ao contexto da decisão. Mas não é errado tecer avaliações também com base nesses efeitos à posteriori, relativizando-os q.b.. Não fugindo à regra, a crítica desportiva deve levar em conta estes dois momentos. Neste segundo momento - em que os adeptos são chamados pela primeira vez a participar – é muito difícil estabelecer critérios fidedignos que permitam avaliar os resultados do Freitas.
A sensação de desonestidade pode surgir quando se pretende, por exemplo, ter como critério o sucesso da equipa de futebol. Evidentemente, há toda uma infinidade de factores como a táctica e o posicionamento do treinador, os “jogadores não contratados”, o desempenho das equipas adversárias, do árbitro, etc. que inviabilizam uma séria relação de causalidade directa entre o desempenho da equipa e as contratações efectuadas.
Mas verdade seja dita, se ele recebe um prémio de desempenho de 86 mil euros baseado nos resultados desportivos da equipa então está mais do que legitimizada a crítica do adepto tendo por base este referencial.
Mesmo assim, com mais ou menos exagero, creio que a avaliação do adepto em geral não foge muito de um conjunto imaginário de critérios que se pode aceitar como válido para ser tido em conta, em particular: pela prestação individual dos jogadores contratados (a sua qualidade), do seu peso para a prestação global da equipa e da gestão dos activos na transição de épocas (saídas/entradas; renovações/rescisões).
Vão-me dizer que há sempre factores que não se controlam e quase impossíveis de antecipar como cenário provável - lesões; factor comportamental (adaptação à cidade; relação com colegas, etc.) - e que é ainda assim desonesto avaliar um jogador que “todos” concordariam à partida ser uma boa aposta. Eu respondo que não é. Pela natureza deste negócio (activos são pessoas; as decisões comportam elevado grau de risco; num plantel nem todos podem ter épocas boas; etc.) continuará a haver inevitavelmente erros de casting; não temos outra hipótese. Não se trata aqui de avaliar um ou dois activos, mas de perceber que é na regularidade encontrada de dezenas deles ao longo de n(ove) épocas que nos permite partir para a avaliação do desempenho de um gestor de activos (= o gajo das contratações) e a consequente crítica devida.

Não querendo ser chato, voltando rapidamente ao Paredes como exemplo, não é certo que o Paredes fosse uma aposta segura (basta desconfiar dos elogios de Pinto da Costa sobre o jogador aquando da sua contratação) pois não tínhamos os dados todos que o Freitas tinha (ou devia ter) na altura de decidir por um jogador para aquela posição. Logo só nos resta avaliar ad hoc. Não um, mas dezenas deles.
Portanto, o Freitas que não se queixe.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Insólitos Sporting

Toda a gente conhece a natureza altruísta do nosso Sporting "a espalhar alegria pelos campos do mundo desde 1906" Clube de Portugal. Porém, ainda não satisfeitos resolvemos mesmo entrar em concorrência directa com aqueles anúncios meio alucinados da Yorn. Então não é que o demissionário Freitas ainda foi incumbido de orientar, ainda antes de se ir embora em Fevereiro, e a custo zero, um avançado "que faça a diferença"?!?!? Melhor ainda, e para felicidade daqueles que se limitam a ver futebol sem antes passar pelos jornais desportivos, a onda e loucura também chegou ao relvado, ao banco de suplentes e aos neurónios do Paulo Bento. Então e aquela de pôr o Moutinho a trinco? E o Adrien "ora é desta que joga. Agora não joga" Silva? E o Farnerud que depois de meses consecutivos a ser uma aposta continua já nem sai do banco? E a cereja no cimo do bolo? Had, Marian Had. O homem que nos faz ter saudades do Ronny, que também oscila entre o titular e a não convocatória. É a puta da loucura...

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

E o ruim sou eu?

Não! O ruim deve ser claramente o Celsinho! Mais uma vez ficou de fora da convocatória, desta feita para a taça da liga... enfim!

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Será o adeus de Freitas?

Como se pode ler hoje no record, Carlos Freitas pediu a demissão.
Vamos deixar assentar um pouco a poeira antes de um comentário.

domingo, 6 de janeiro de 2008

Missão 2008

Se um dos objectivos deste blog era não nos ficarmos só pela conversa e intervir de forma real na vida do clube a partir de ligações e propostas em conjunto com outros sportinguistas nada melhor do que aproveitar a oportunidade que nos é dada pelo blog  Sangue Leonino. Tamos lá ou quê?
Segue a mensagem original reproduzida aqui em baixo porque não dá para linkar a posta.

Numa bela iniciativa - denominada "Missão 2008" - lançada pelo Leãoconselheiro e pelo Verdão - habituais presenças deste blogue - propõe-se a realização de um encontro entre Sportinguistas que visa ser um espaço de debate onde se faça o levantamento de questões (centrais) que preocupem os adeptos, onde se discutam ideias e se encontrem caminhos; deverá elaborar-se ainda uma estratégia para que as ideias daí resultantes possam chegar à direcção e aos sócios através dos meios de comunicação social.
Naturalmente que - segundo os proponentes - o objectivo será sempre construtivo e não destrutivo, dando um sinal claro de vigilância em relação a quem tem um compromisso perante os sócios.

Todos os interessados em participar - e esperemos que sejam muitos - deverão manifestar o vosso interesse para verdao@netcabo.pt ou para o telemóvel 934245407 (por razões profissionais apenas depois das 18h30!).

Segundo os proponentes a sugestão para o local deverá ser feita em conformidade com o número de possíveis interessados.

Vamos a isto! O nosso Sporting não precisa de um, mas sim de TODOS os Sportinguistas!

Leonino

Outras contas

Agora que o campeonato está ainda mais definitivamente perdido fica o link para as contas da SAD, relativas ao primeiro trimestre 2007/2008. Sacadas do blog Jogo Directo, onde também se analisam e apresentam as contas do Benfica e do Porto. 

sábado, 5 de janeiro de 2008

Duas notas sobre Paredes

Volto à roulote depois de vários dias de horrores informáticos que me alienaram do contacto com o mundo com dois breves comentários sobre o Paredes. À semelhança de toda a gente estou desejoso que o outrora valioso médio se vá embora o mais rapidamente possível, dado o fraco rendimento que evidenciou ao longo do ano e meio em que está ao serviço do Sporting. No entanto, a utilização do seu atraso no regresso de férias para abrir um possível processo disciplinar com vista a uma eventual rescisão de contrato não deixa, no mínimo, de ser hipócrita. Gostaria de ver se haveria coragem para fazer o mesmo em relação a Liedson? Como diz um amigo meu "ou há moralidade ou comem todos". Se querem correr com o homem transfiram-no ou paguem-lhe a respectiva indemnização. Por outro lado, não alinho no coro daqueles que consideram agora que Paredes foi uma péssima contratação. Terá sido uma das melhores contratações dos últimos anos e toda a gente ficou num estado quase eufórico quando foi anunciada a sua vinda para o Sporting. Correu mal. Acontece. 

Reforços de Inverno

Grandes Roulotistas,

Antes de mais desejo-vos um grande 2008 com excelentes jogos e vitórias leoninas! Depois, pergunto-me se a ASAE passou na nossa roulote e esta ficou de quarentena por ter posts fora de prazo ou cheios de nicotina... no entanto é uma honra poder escrever o primeiro post deste ano, já que me deram espaço para tal!

Mas vamos lá ao que interessa. Aparentemente este ano vamos ter bons "reforços" de inverno. Sei que o tema não é assim tão actual, mas a notícia de que o Paredes pode não regressar é óptima! O Sporting deveria rescindir já unilateralmente o contrato! Juntamente com ele, e como amanhã é dia de Reis, juntava-se um pouco de incenso e mirra, e no pacote ia o Farnerud e o Ronny. Estes, aliados à promoção de alguns juniores/emprestados, eram certamente 3 belos reforços... mas talvez um pouco aquém de reforços de outros tempos:
um abraço