terça-feira, 28 de setembro de 2010

Como isto está, pior não ficava...

Mais um pratinho ali para o menu degustação

Depois veio Roquette. Primeiro com Santana como fantoche, depois ele próprio como mestre da banda. Vinha o mundo das SAD e da gestão profissional. O argumento era simples: o futebol moderno era uma indústria e o clube tinha de ser gerido como tal. Uma indústria que pressupôs ser visionário, antecipar o futuro, transformar o clube numa empresa, primeiro, e num conjunto de empresas, depois. Todas elas com activos tangíveis e intangíveis, capitais, accionistas, balanços, empréstimos obrigacionistas, dívida financeira, passivo corrente, passivo não corrente, VMOCS, enfim… um fartote. O adepto comum não percebeu nada. Ouviu falar num estádio novo, numa academia, na aposta na formação e na projecção do Sporting como grande emblema nacional do século XXI. E nisto o povo português é fodido: cheirou a modernice, o verbo era erudito, a malta tinha pinta de perceber do assunto e até era descendente de fundadores, portanto… vai de aceitar tudo.

A hidra - esboço em photoshop


Enquanto o Master Lizard não põe em linha um dos mais importantes textos da história do sportinguismo, fica a imagem. Uma imagem que, ainda assim, não vale mil palavras.
via 1906 luta e resiste.

Quantificar a esperança

No dia em que o presidente do clube e da SAD vem mais uma vez responsabilizar as vozes críticas de dentro clube pelos maus resultados (sim eu admito, foi a minha maledicência que trocou o Pongolle por seis milhões e meio), queria fazer um pequeno inquérito aos nossos leitores. É certo que sentimentos como o amor não se quantificam, embora a SAD bem o tente fazer, não é? Toda a filosofia da maior rendibilidade do segundo lugar do campeonato em relação ao título assentava no pressuposto dessa mesma mensurabilidade, vero? Então, como não pode ser só o poder a produzir saber, a resistência também procura quantificar sentimentos. E claro, se o amor não se compadece com o frio e cínico cálculo económico, já a esperança é todo um outro negócio. Isto é, toca a quantificar a esperança que esta SAD, esta direcção, este treinador e este plantel são capazes de mobilizar. Isto é, quem é que pôs o dinheiro onde temos a esperança?
- De que é que este labrego, atrasado mental, do Luisinho está a outra vez falar, que não se percebe nada outra vez, caralho?, interroga-se o leitor mais incauto, e esperançoso de que a roulote se tenha transformado num espaço de optimismo em vez do antro de bota-abaixismo que é.
O Luisinho explica. Quem é que comprou o pacote Sporting Allez para a Liga Europa?
Vá toca de responder. Está na hora de quantificar esperanças. Aliás, a própria direcção da SAD aposta num falhanço da equipa na Liga Europa, não é? Se não porque raio é que haviam de especular financeiramente com esse falhanço, não é? Assim, ao menos ainda dá para fazer uns trocos não é? Vá lá malta, quantos Sporting Allezes é que andam aí? Quem é que acredita mesmo que o Sporting faz pelo menos três joguinhos terminada a fase de grupos da Liga Europa? Quem é que meteu dinheiro nisso, hã seus garanhões?

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Turbo

Paulo Sérgio, tenho dito, dá-me a impressão ter bons princípios de jogo e uma cultura táctica acima da média (especialmente a nossa média recente), mas isto não tem nada a ver... caramba, isto, se não é ter confiança no plantel então não faço ideia do que é ter confiança no plantel!!! Podíamos perfeitamente ter perdido. Não seria nada de extraordinário por várias razões, as primeiras delas, por falta de rotina de jogo, de experiência, de tranquilidade ou de rotina táctica. Só que ganhámos. Mais do que os três points, ganhámos aquilo que se pode chamar de injecção de 'Turbo no motor da carripana'. Isto não vem nas sebentas da mecânica táctica mas ajuda - e muito - a ganhar.
Uma bela victoire!
Sporting Allez!!!

domingo, 12 de setembro de 2010

Chega este Natal (esfregar mãos de contente)

Já perceberam porque é que um bom avançado é fundamental para decidir aqueles jogos em que nem o Liedson, nem o Saleiro nem o Falcão acertam na baliza?? Até o José Bettencourt já percebeu. Pena é que prefere esperar pelo frio, quando já tivermos com o sonho do título nos congelados.

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Junho de 2007 - Silvestre Varela eleito “Jogador do Ano” pelos adeptos do Vitória de Setúbal
Julho 2008 - Paulo Bento: «-Venda-se que temos melhor!»
Junho de 2009 - Silvestre Varela eleito “Jogador do Ano” pelos adeptos do Estrela da Amadora.
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Em Portugal, isto não basta para perder a carteira profissional, mas devia.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Um verdadeiro fa-achista

O Secretário de Estado da Juventude e Desporto é um personagem que devia, de forma serena e rapida, pedir a reforma. Não se lhe reconhece uma actuação anterior que o recomendasse para o lugar e não se lhe reconhece qualquer mérito agora que permita dizer que vai deixar saudades ou que está a deixar obra. Assim, desaparecia de cena e pronto.
A intervenção dele no "caso Queiroz" é, sob o ponto de vista institucional, um desastre em toda a linha. Capaz mesmo de por si só desencadear uma crise política que o desemprego, a situação económica e social não parecem ser capazes de justificar nem à lei da bala. A figura que a criatura fez na conferência de imprensa de "explicação" do caso Queiroz ficará para a história como uma das cenas mais deprimentes que um responsável do governo jamais fez em qualquer intervenção pública. E nisto incluo as intervenções do dr. Jardim e do major Loureiro, que em confronto com Laurentino, correm o sério risco de ser destronados.
Ontem, em declarações públicas, para além de uns comentários não-sei-quê sobre a prestação da Selecção no jogo com o Chipre, responde ao jornalista que não era adepto da "técnica do achismo" (?). Que não tinha nada que "achar", o que quer que fosse. Mas, logo de seguida, diz que achou que tínhamos "sido infelizes" e achou que "devíamos ter ganho". É muito achar para um assumido não-achista...
Eu também acho que estamos a ser infelizes por termos uma criatura deste calibre à frente da pasta do desporto e acho ainda que ganharíamos todos em ver o secretário de Estado voltar para Fafe, onde decerto lhe darão o reconhecimento que merece.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

De lobo a cordeiro

Antes que me comecem a insultar com impropérios daqueles que se usam muito nas sessões de colheita de urinas da ADoP, faço já uma declaração de intenções: não gramo o Carlos Queiroz. Apreciei o trabalho que fez até 91, mas daí para a frente acho que não conseguiu fazer nada de jeito. E a passagem dele pelo Sporting, então, foi um desastre daqueles que reclama intervenção da Protecção Civil e tudo. Ainda hoje tenho pesadelos com o 6-3. Fiquei-lhe com um pó desde aquela altura que não há espanador que o consiga sacudir.
Mas..., acho eu, o que a ADoP e o secretário Laurentino andam a fazer, não se faz. Nem ao Queiroz!
Não fora os resultados da Selecção e nada disto estaria a acontecer. Essas figuras sinistras, pardas e patéticas que povoam o dirigismo desportivo português (incluindo o oficial) e que a gente não tem maneira de varrer do planeta, estavam a esta hora a engolir o sapo, ainda com as patinhas de fora da boca e sorriso amarelo. Como os resultados, não sendo propriamente um desastre, não foram de molde a permitir que essas figuras, figurinhas e figurões se pudessem encavalitar neles (porque era o que fariam se pudessem!) para tirar os respectivos dividendos, vá de cruxificar o homem. O Queiroz não deu uma folga clara à crise!! Eis o pecado do seleccionador. E foi apoiante de Cavaco.
O governo então devia estar em grande ansiedade porque um lugar no pódio para Portugal daria certamente direito a uma semana de férias pagas em Cancoon para todos os pensionistas idosos e comemorações nacionais durante um mês ou mais. Assim, tivemos de voltar ao álibi da crise internacional... A sanha do Laurentino é patética de óbvia.
É que há em tudo isto uma contradição tão grande, tão grande que eu até fico espantado como é que o Madaíl, o Laurentino e toda essa cambada ainda conseguem manter BI português! Reparem no seguinte, a acusação que se faz a Queiroz, no fundo, resume-se a isto: não querendo ou não podendo criticar os resultados da Selecção (não é por acaso que tudo isto surge uns sólidos quatro meses depois do acontecimento que originou o processo; eles esperaram para ver...), acusam-no de, por conduta imprópria, prejudicar a Selecção.
Ninguém contestou o resultado dos exames efectuados. Não houve doping na Selecção! Não houve sequer impedimento da actuação da brigada da ADoP. Ninguém apontou uma pistola aos médicos e disse "Fora daqui!" Não havendo impedimento, tendo sido feitas as análises, não havendo doping, não havendo matéria da competência da ADoP, está-se a julgar o quê?!
Os exames foram feitos, pelo que se percebe, sem interferência nos resultados e estes não foram positivos. Não houve mais ninguém responsabilizado pelos factos que terão ocorrido, não há um reparo do foro clínico, nada! Ao doping a ADoP disse nada!
Trata-se, portanto, apenas de avaliar até que ponto uma "boca" do seleccionador se repercute na imagem da Selecção e, ipso facto, na do País. Aparentmente, a ADoP e o Laurentino apenas estão, pois, a velar pelo País... Mas, se não houve impedimento da acção da ADoP, se a operação teve lugar, se não houve doping, o que raio está a ADoP a julgar então neste caso?
O Queiroz só pode actuar no plano desportivo. Cabe a outros actuar nos outros planos. (Em rigor, se há consequências de facto negativas, quem deveria ser responsabilizado, ao nível da Selecção, por quaisquer factos relativos à conduta dos seus membros são os dirigentes que escolheram os colaboradores prevaricantes. Mas, vamos dar este facto de barato...) No plano desportivo a sua actuação não teve directamente nenhuma consequência e não afectou nada a prestação da Selecção e o prestígio do País. Pelo menos ninguém até agora usou esse argumento. Então é na "boca" do seleccionador que reside o problema e o problema é as consequências que tudo isto teve para a Selecção. Que já vimos que foram nenhumas.
Agora vejam o putedo que se gerou com a actuação neste caso, primeiro do Secretário de Estado Laurentino e depois da ADoP. Delas resultou que em vésperas dos primeiros jogos de qualificação da Selecção para o Europeu, estamos sem seleccionador em campo, em "piloto automático", como diz o Madaíl, projectando uma imagem de ineficácia, incapacidade de planenamento, uma imagem de total caos das nossas estruturas desportivas, uma imagem, agora sim, totalmente desprestigiante do País. E tudo isto, ainda por cima, numa altura em que os técnicos da FIFA vêm a Portugal apreciar a bondade da candidatura de Portugal à organização, conjunta, do Mundial de Futebol de 2018 ou 2022. Ineficácia, incapacidade de planenamento, caos e desorganização de que as entidades estatais se tornaram totalmente coniventes ao agirem como agiram.
Que rica imagem terá levado de Portugal a delegação da FIFA, que rica demonstração do modo português de funcionamento das instâncias desportivas oficiais, que rica imagem que o País e os seus dirigentes projectam do País com este "caso" perfeitamente patético, cujas causas mesquinhas, ainda por cima, se topam à distância!
Quem prejudica então o quê?
De lobo, Queiroz passou, para mal dos nossos pecados (porque no final deveria ser apenas o seu mérito desportivo que deveria estar em causa), a cordeiro. Sacrificado no altar dos interesses mais obscuros, por sacerdotes de passados também obscuros, sacerdotes mesquinhos, sem mérito, sem glória, sem ponta de grandeza. Sacerdotes que não estiveram, não estão e nunca poderão estar à altura dos acontecimentos.
Só espero que o fanatismo e a miopia não impeçam os portugueses de apontar o dedo aos culpados de tudo isto e de lhes dar o castigo que merecem. É que em última análise, a pena aplicada a Queiroz, vai ter consequências desagradáveis para todos nós. Mesmo para aqueles que não gostamos dele. Nem de Cavaco.

Este Jorge Mendes pra quê, pá?! Cadê os olheiros do tempo do Cintra? Mandaram-nos embora por que não sabiam fazer relatórios em Excel, foi?

É claro que há tempos fomos buscar o Angulo e o Pongolle. E antes disso, o Alecsandro e mais uma caravana deles e não foi por isso que a testosterona deixou de subir em muitos sportinguistas. Mas isso não apoquenta. Com o tempo passa-lhes e, é como diz a sabedoria popular, o futebol é como uma caixinha de palitos do Dias Ferreira, tem para todos os gostos.

O que verdadeiramente, caros consócios que ainda acham que o Timo Tales é que é!, anda a minar este nosso querido clube não é, lamento informar, os jogadores serem novos ou velhos, altos ou velhos, da academia ou do pinhal de Leiria. Não é mesmo. O que não está a bater certo também não é o facto dos ex-contratados para nº9 valerem, todos juntos, um quilograma e meio de esterco com polpa de fruta. Não, não. Se virem bem, para os mais leigos nestas matérias, o que anda a a enterrar e a armadilhar isto tudo são - vá se lá saber como é que adivinhamos estas coisas não é? - são, desculpem se estou a pisar o risco, os excelentíssimos senhores que dirigem o nosso futebol.

Vamos lá rever, telegraficamente.
Dirigentes endividam-nos até mais não; só em gestão de jogadores, o passado escreve-se com tomam lá o Ronaldo, Carlos Freitas deixa de acertar uma para caixa, Paulo Bento goodbye Varela, rejeitara-se o Raul Meireles, depois o F. Coentrão, e muito etc, etc, etc.. Até que chegamos, muito logicamente, ao desastre da época passada. E ao, como ficou conhecido em Madrid, 'el Dia da Inocentada': em Dezembro, para serenar a chusma, fomos largar 6 ou 7 milhões de euros por Sinama Pongolle.

Quando chegou o Costinha, achava que finalmente podia-se fazer qualquer coisinha. Perdoada a maluqueira como lidou com o caso Izmailov, era gajo para conseguir achar aquele treinador de experiência internacional que aguentasse a pressão e soubesse revolucionar mental e tacticamente o colectivo. Qual quê. O JeB deu-lhe uns tostõezitos e deu para ir buscar o Paulo Sérgio de quem tenho a dizer que o vejo do melhorio em relação ao que tínhamos antes e ao que havia no mercado português. Pese embora a tara pelas alturas, por aquilo que tem mostrado até agora, dentro e fora de campo, acredito que possa vir a ser, com sorte e um décimo da paciência que muitos adeptos devotaram ao Paulo Bento, o herói que fez renascer a equipa do estertor e pô-la a praticar um futebol alegre e condigno. Por isso, as vitórias contra o Brondby e Naval poderão ter sido o nosso cabo da Boa Esperança. Deitámos fora grande parte da pressão e stress acumulados e, apesar de ainda longe de estarmos a salvo do pior, achava eu que, pelo menos, com a vinda do tal grande avançado para empinheirar com o Liedson era possível voltar a lutar até ao fim.

Enfim, tanto tempo para pensar e tanto por onde escolher, gajos que só para ir ao WC planeiam no MS Project, e depois chega dia 1 de Setembro e acabamos, mais uma vez, atrás do refugo. Acho que é hora de tirarmos a mesma conclusão: o Pongolle foi o nosso último cartucho de ouro, completamente disparado para o ar para afugentar o pânico, o moutinho e veloso foi para amortizar e a chantagem da competitividade da reestruturação financeira era a gozar.
Portanto, Saleiro e Postiga vocês são mesmo o nosso grande amor.