sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

O sócio e o simulacro

...continuação...

Director geral e gestor das áreas do marketing e da multimédia, Pedro Afra cedo revelou talento na concepção de “ofertas atractivas” para o mundo no qual se sente com peixe na água: o mundo Corporate.
Com efeito, o novo estádio permitia albergar esse público-alvo nos camarotes Sponsor, Corporate, Prestígio e Business Seats. Apesar da inflação dos preços das melhores bancadas (mais próximas da gente bem comporatada), os sócios aproveitariam as boas promoções gamebox apesar de, em termos de contabilidade directa, ser mais vantajoso adquirir uma gamebox adepto em vez de suportar o preço de quotas + gamebox sócio. Mas Afra, esperto para estas coisas, sabia que ser sócio é muito mais do que uma equação racional, não obstante os plurianuais tiros abaixo do alvo (tradicionalmente atingem os pés) quando toca a prever a fasquia do número de game boxes vendidas.
Os restantes dos restantes sócios ou têm um boa conta bancária para suportar o preço dos bilhetes em de dia de jogo ou têm de aguardar pelo jogo de “entrada livre ao sócio” ou têm de tentar ser menor de 16 anos e irem acompanhados... Ah, esperem!.. Err.. pois isso já não existe mais. Bom, não é só os sócios leoninos que têm razões de queixa. Longe vão os tempos em que vinham a Alvalade 12 mil lampiões. Agora, aparecem 1200 galinhas e já vão com sorte.

Porventura inspirado nos ensinamentos dos novos especialistas em marketing desportivo que por aí brotaram, Afra resolveu revolucionar o modo de participação do sócio e do adepto em dia de jogo. Acabou-se o domínio da Palavra, do Vernáculo nos períodos de pré-jogo/intervalo/pós-jogo, e é agora o técnico de som quem mais ordena e nos cala as matracas. Com a intenção de dar ao espectador uma função mais participativa (seguindo os termos dos manuais) substituiu-se o festim tradicional e mais o ‘penalti fidelidade’ pelos chamados métodos centralizados de animação. Isto é tudo muito bonito e “participativo” mas como nem tudo o que vem da NBA é bom, deparamo-nos com alguns limites. E, para não variar, “Os números ficam um pouco aquém do inicialmente esperado".

Não obstante estas chamadas à terra, os entusiastas deste tipo de relação com o sócio não ficaram cabisbaixos pois continuamos todos a receber sms, revistas, mailings, merchandising e material promocional sobre o clube. Só se esquecem é de avisar a malta para as Assembleias Gerais. O que é entendido como mais um sinal de hipocrisia, indiferença e desrespeito (para as más-linguas pois claro) ou como um dissimulado mas genial sinal de alerta de que estes Gestores do Olímpico afinal também falham. Hélas.

Continua…

Nós também temos saudades

A não perder a entrevista de Manuel Fernandes.


O sócio, o 11 de Setembro e as aluci… alienações

…Continuação…

Um ano e quatro meses após a vitória no campeonato nacional dois aviões embatem contra as torres gémeas em Nova Iorque. Este acontecimento foi talvez a única explicação directa que se ouviu até hoje do presidente FSF para justificar os desastres financeiros que começaram a surgir nas contas das várias empresas-ilhas.
Com várias consultoras contratadas para trabalhar conjuntamente com o nossos gestores, aparentemente ninguém encontrou melhor indício para explicar por que carga de água o Bingo – esse eterno gerador de receitas – alvo de investimento, todo arranjadinho, cheio de luzes e cor, deixasse de dar receitas. Ele até estava situado dentro do Family Entretainement Centre – de cognome Alvaláxia – onde as famílias passariam a divertir-se e consumir regularmente nesse monstro das “novas funcionalidades”. Imagino o quão alta terá sido a dificuldade em descobrir as falhas. Os estudos de mercado, o benchmarking dos parques desportivos norte-americanos, as simulações financeiras, enfim, fazendo fé de que tudo o que vinha no manual do bom gestor foi bem implementado, então… deve mesmo ter sido aquela ideia do Bin Laden. Terrorista filho-da-mãe!
Os sócios, que em número foram descendo de uns 90 mil para uns 50/60 e tal mil, nunca foram tidos em conta quanto mais darem-nos explicações sobre esse facto. Corrijo o exagero, não é bem assim. De facto, eles eram tidos em conta porquanto era daí que advinha uma importante e não negligenciável parte do bolo dos lucros. Para a “rubrica quotização” recordo como foi gerida esta receita na altura (2003/04 salvo erro) quando ainda havia uma empresa-ilha chamada NEJA (Novo Estádio José de Alvalde) criada para o projecto, construção, financiamento e exploração do novo estádio: foi “encaminhada” do SCP (que está no topo da estrutura empresarial do Grupo Sporting e dirige todas as actividades desportivas não profissionais) para a Sporting SAD poder pagar a renda que esta tinha de pagar à NEJA pela utilização, por parte dos seus jogadores (sob a alçada da Sporting SAD), do campo desportivo do estádio (sob a alçada da NEJA). Nada de extraordinário enquanto acto de engenharia financeira. É pena que estas ideias barrassem à porta das modalidades, visto que o dogma da auto-sustentabilidade destas continuava sem ser beliscado. Talvez, uma questão de prioridades e de pragmatismos.
Quanto à cotação no mercado bolsista, a montanha pariu um rato. Porém para FSF a causa não está perdida. Está convicto que a solução passa por entregar a maioria das acções da SAD aos accionistas. Para ele, um culminar de um sonho. Para ‘o sócio’ será o seu fim, tal e qual o conhecemos.

Continua…

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Era uma vez um sócio

Como é de todos sabido, a partir da transformação do clube desportivo Sporting em SAD operaram-se radicais transformações no modo de gestão do clube. Quotas, empréstimos, subvenções e doações já deixavam de ser as fontes de financiamento dos clubes. A figura do sócio, passou a partilhar a sua posição de decisor e conselheiro com a figura dos accionistas. Mais correctamente, na SAD manda quem pode – os accionistas e, em maioria representativa, a Direcção do Sporting, eleita pelos sócios.
Por via de uma segmentação organizacional foram criadas várias ilhas-empresas do arquipélago Sporting com a finalidade de gerir com maior eficácia as diferentes esferas de negócio, na qual se incluía um novo estádio cheio de cores e diversões. Gestores com MBA maiúsculo, com provas dadas na alta-roda do mercado financeiro e comercial, em quem os sportinguistas depositaram a confiança, prometeram-nos que o sucesso do clube passaria pelo rigor da gestão. (pausa para respirar fundo e contar até dez)
Tal como outra empresa qualquer, urgia eliminar as actividades que não fossem auto-sustentadas, os vícios de um associativismo arcaico e de práticas de gestão presidencialistas que até aí reinavam. Eliminou-se umas tantas modalidades e “afastaram-se” outras para não interferir com o futebol: rei do desporto e do business.
Os sócios - uns convencidos outros não – até não resmungaram por aí além, num sinal positivo de que também eles estariam dispostos a renunciar à paixão em detrimento da razão no que respeita aos tipos de gestão, já avisados que estavam quanto a certas aventuras. Arremessados diariamente com a confrontação destes dois termos antagónicos, quem pensasse o contrário era louco. Apoiados pelos ventos de mudança e numa estratégia bem delineada os gestores conseguiram sensibilizar as bases. Ver os atletas a treinar, ir ao pavilhão ou mesmo ir dar uma espreitadela às bancadas só porque lhe dava na galheta eram coisas mundanas doravante interditas a que o sócio, apesar de descontente, teria de se resignar. Ao fim ao cabo, era uma gestão moderna, porra!
Pode parecer estranho, mas por lá andava, então, o actual presidente do clube que confessou um dia mais tarde: “Quero um clube só de futebol, sem sócios mas com adeptos que não se intrometam na gestão nem tenham voto nas eleições dos corpos sociais”. Porque o futebol “é um negócio que precisa de investidores e porque para se ser bom há que ser especialista”.

Continua…

Sinais do Tempo

O ano era o de 1994, nao sei bem que mês mas sei que o presidente do Sporting era o místico Sousa Cintra e o treinador era o recente Carlos Queiróz.
Na altura fui com o meu Pai à inauguração do núcleo Sportinguista de Torres Vedras e como convidados estavam além de Sousa Cintra, os Jogadores Filipe e Travassos.
Na altura era um jovem de 14 anos e fiquei entusiasmado com o empolgante discurso de Sousa Cintra, na altura não se usava a palavra sistema mas a sua homónima directa de federação e de árbitro. Era a época de Carlos Valente, Isidoro Rodrigues e outras figurinhas. Por isso até acho os árbitros de hoje como bons rapazes (e já cá não está o Martins dos Santos).
E vai daí no fim da jantarada passei por uma mesa onde estavam empilhadas umas fotocópias de originais de inscrição de sócios do Sporting. Mas e isto era o elemento distintivo, as folhas possuíam um carimbo que diziam isenção de jóia e três meses de quotas.
Ora foi tudo o que bastou, nada de sócios corporate e empresas filantrópicas a me darem pontos para eu poder trocá-los num porta-chaves ou num bilhete para uma sessão de cinema. Não é isso que faz o meu ser Sportinguista, mas admito que a benesse de não ter de pagar a avultada jóia de inscrição teve a sua influência.
Assim o novo cartão vai servir para o que servia o antigo, para pagar quotas e ver os jogos do Sporting, o resto é a futilidade da massificação consumista.
Penso que era tudo o que bastava para que aumentar o número de sócios e restabelecer o número de sócios pagantes, não se pode esquecer que uma inscrição hoje custa a quantia de € 100,00 e a existir uma isenção de jóia que de certeza que a campanha teria os seus frutos.

Saudações Leoninas

Post Player

Nova definição para o glossário de termos técnicos de futebol.
Quando se referirem a jogador poste: "The centre forward, has one main task: to score goals. Coaches will often field one striker who plays on the shoulder of the last opposing defender and another attacking forward who plays somewhat deeper and assists in creating goals as well as scoring. The former is usually a large striker, typically known as a "target man", who is used either to distract opposing defenders to help team mates score, or to score himself; the latter is usually of quicker pace, and is required to have some abilities like finding holes in the opposing defence and, sometimes, dribbling. In other cases, strikers will operate on the wings of the field and work their way goalwards.", tenham em atenção para não confundir com a nova definição: "Ponta de lança que fica parado e no qual a bola tabela para outra direcção".
Uma ideia para o departamento de marketing do Sporting em registar a patente e quiçá exportá-la para o Djibuti.


Saudações Leoninas

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Flash Cartoon

Para além das inusitadas referências ao clube de Carnide, o lançamento do novo cartão de sócio revelou a inversão total de prioridades da direcção. São as compras na GALP e nos outros parceiros "premium" que dão descontos nas cotas quando na prática deveria ser ao contrário, não é? O Sporting deveria fornecer uma clientela potencial de 50 ou 100 mil pessoas aos parceiros que a troco desse privilégio dariam descontos aos sócios. Mas no original mundo de FSF e da sua trupe são os clientes da GALP que têm descontos em Alvalade. Assim resta apenas dizer que me encontro totalmente de acordo com o que se diz no Sporting no Coração.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Híbridos

À semelhança do que acontece em muitas outras áreas, a mercantilização e comercialização do futebol português é um processo em curso mas também um híbrido legal e moral que tanto abre algumas possibilidades de resistência como por outro lado não permite mimetizar aquilo que observamos noutros contextos, obrigando à invenção de soluções originais. A criação de associações de adeptos de clubes é um desses casos. Por isso vale a pena perder algum tempo a pensar na criação por parte da Ofensiva 1906 de uma Associação Independente de Adeptos do Sporting Clube de Portugal, e discutir algumas das ideias que têm sido propostas pelos King Lizards.
Antes de mais é necessário ter em conta que se trata de um importação vinda de Inglaterra, contexto onde estas associações fazem todo o sentido. A génese do campo futebolístico inglês encontra-se na comercialização do futebol e na sua divulgação por parte das entidades patronais, com o objectivo de controlar os tempos livres das classes trabalhadoras. Neste contexto, e ao contrário do que se passa no Sul da Europa, os clubes ingleses nunca foram empreendimentos associativos mas sim propriedade privada de empresas ou indivíduos particulares. A mercantilização acelerada do jogo nos últimos anos levou a que florescessem as associações de adeptos na Ilhas Britânicas. Associações que procuram garantir a representação dos adeptos nas Boards dos clubes. Em Portugal a mercantilização do jogo fez-se por portas travessas. Foram os próprios clubes, isto é associações de adeptos, que resolveram criar um instrumento de gestão, as SAD's, no sentido de angariar investimento e potenciar novas formas de gestão. Os clubes continuam, porém, a ser detentores da maioria do capital das SAD's e mesmo que o não sejam a sua representação estará sempre garantida. A criação de associações de adeptos torna-se assim redundante, na medida em que são as direcções dos clubes, representadas nas SAD's que representam os adeptos. Os clubes, por sua vez, através da criação das SAD's tornaram-se numa aberração. Por um lado, instituições de utilidade pública de natureza associativa e democrática. Por outro, corporações que visam a maximização do lucro. A criação de associações de adeptos neste contexto é insustentável na medida em que, volto a repetir, é a direcção do Sporting que representa a vontade dos adeptos na SAD. O problema é esse: a representatividade da direcção. A criação de diversas correntes de opinião dentro do clube não deve por isso ser feita de modo a mimetizar o modelo inglês. No caso do Sporting a luta deve servir para garantir a representação dos adeptos não apenas através da direcção mas na própria direcção, nomeadamente através do Conselho Leonino. Trata-se assim de desnotabilizar o Conselho Leonino e permitir a participação da "sociedade civil" leonina no mesmo; dos núcleos, dos Leões de Portugal, das claques e demais organizações que devem, por sua vez, tornar claro quem representam (coisa que não me parece de todo evidente no caso da Ofensiva 1906). As associações de adeptos que verdadeiramente interessam no caso português, e apesar de "existirem seis milhões de portugueses a mais", são aquelas que consigam reunir todos os adeptos de futebol. E aqui incluo não apenas os sócios dos clubes mas também os simples adeptos e os consumidores de futebol televisionado. É no aprofundamento da representatividade do Conselho Leonino (no caso do Sporting) e na criação de uma associação de adeptos de futebol (que deveria lutar por uma participação efectiva na FPF e na Liga de Clubes) que reside a possibilidade de democratizar o futebol português e impedir que seja sequestrado por uns quantos empreiteiros e magnatas nos media.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

À espera de Godot


A entrada de Abrantes Mendes na Centúria Leonina oferece-nos motivos para fartas reflexões sobre os mais variados temas. Reflexão que, no entanto, não vou aqui desenvolver para não vos chatear em demasia. Apenas dois comentários. Por um lado o vazio total de ideias de Abrantes Mendes e o ridículo das respostas que deu na caixa de comentários. Não se comprometeu com rigorosamente nada, não assumiu qualquer posição sobre nenhum dos temas estruturais da vida do Sporting e do futebol português; sobre o aumento de capital, sobre a passagem do estádio e da academia do clube para a SAD, sobre a política desportiva, sobre a negociação dos direitos televisivos... enfim, sobre tudo o que interessa disse um insuportável nim. O que lhe interessa é a liga intercalar e a reorganização dos calendários e das estruturas competitivas do futebol português. Sobre as estruturas directivas, os apitos dourados nem uma palavra. Se já não merecia grande credibilidade, no que me toca, agora perdeu-a toda. Nem por isso deixaria de votar nele, mas isso é outra conversa. O problema é que para além do vazio a intervenção foi desajeitada e pateta. Serviu apenas e simplesmente para desembargar uma previsível candidatura de Ernesto Ferreira da Silva. Apoio lançado com a subtileza de um elefante numa loja de porcelana e a verve de um qualquer Dantas. E temos então Ernesto a marcar posição. Mais um da velha guarda que se junta ao 2L e ao beto Betencourt na corrida, também ele como se não tivesse andado por lá. Mais um que vai "andar por aí" como se não tivesse nada que ver com o assunto. Mais grave ainda porque foi presidente do Conselho Fiscal; a quem supostamente caberia fiscalizar os negócios todos que se fizeram nos últimos anos. Esperar por decência de antigos dirigentes e potenciais candidatos à presidência do Sporting é como esperar pelo Godot...

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

O Espectáculo, a Atitude, a Táctica e as causas da crise

Em resposta ao Yazalde, segue a seguinte posta que, quando nasceu, era um simples comentário tão bonito e rechonchudo.

Para mim há várias causas. Antes fosse só uma.
A principal causa para estarmos a ???pontos do primeiro classificado é porque, sem paralelo na história recente, a nossa equipa vale menos ???pontos que o fêcêpê. É talvez a mais simples de analisar. Primeiro ponto.
No reinado de SF & Lda, houve má gestão, desperdício e acima de tudo péssimos negócios. Entre estes últimos estão as contratações/vendas em cujo o último defeso veio agravar a distância qualitativa de um plantel para o outro.
Parece-me mais do que evidente que a crise do futebol nasce de terem partido peças fulcrais em toda a linha (o valor em campo e em experiência. É a custo que alguns só agora se apercebem da importância de jogadores como Ricardo e Rodrigo Tello). Para piorar lesionaram-se as "esperanças" Derlei e Pedro Silva. Os que ficaram para jogar têm dado o que podem (o Purovic dá tudo o que pode. Percebendo pouco ou nada de inglês, português, ou de dar toques numa bola, é a sua atitude (e a côr do equipamento) que o distingue… de um dos pilares amarelos do estádio e lhe permite existir). E isto equivale ao nosso lugar na tabela classificativa.
Não podemos fazer melhor que os rivais mesmo com orçamentos e margens muito mais apertados? Sim podemos e devemos, para parafrasear o 2L. Mas esta época não foi possível porque (alínea b) do primeiro ponto) ninguém agarra o Lisando e, segundo ponto, porque:
A crise de resultados provocou o desnorte da equipa, numa espécie de espiral da crise malígna.
Nos dois últimos campeonatos ficámos em 2º lugar. O último deles a um mísero ponto. Ao regressar de férias todos pensaram "desta vez não vamos facilitar desde o início pois isso pode ser fatal nas esperanças de alcançar o objectivo A"; Quando, pouco a pouco, se constatou que ainda não era desta, que a equipa afinal não presta, foi a inevitável desmotivação de muitos adeptos e de (alguns) jogadores. Com reflexo na atitude;
Perante a crise a estalar, tivemos um treinador e jogadores inexperientes face a este tipo de pressão. Houve vários jogos (Coimbra e Setubal na Taça da Liga são paradigmáticos) em que a desorientação técnico-tático e a inexperiência foram tristemente exibidas para o país. Não estou a querer colocar em xeque o treinador, estou só a tentar apontar algumas causas das deprimentes exibições e dos fracos resultados. Quiçá, a pressão e desprotecção a que o PBento esteve sujeito foram de tal ordem que, dadas as circunstâncias (e os ovos disponíveis) muito poucos fariam melhor. Não sei ao certo. Agora, que ele e a equipa têm andado à nora, descaracterizada e sem alma, lá isso têm. E isto é mais do que falta de atitude ou garra.
Têm-nos valido 'bons momentos'. De jogo, do Vukcevic, do Izmailov, do Levezinho… mas não basta. Estou confiante que o pior já tenha passado. No entanto, em ordem a atingirmos o objectivo B, a equipa deve corrigir de vez alguns dos seus piores defeitos: posicionamento e trsansições defensivas; percentagem de passes falhados; ter alternativas tácticas para quando a equipa adversária consiga anular e secar o nosso losango (veja-se o que aconteceu no Restelo).
O público, devia deixar de assobiar jogadores antes de entrarem. Os dirigentes (felizmente já não podem fazer muito para interferir no desenrolar esta época) deveriam era tratarem de incutirem a cultura e valores sportinguistas por todo o departamento de futebol e transmitirem ao plantel o significado do que é jogar com aquela camisola. Lamentavelmente desconfio que não o saibam. Resta-nos o Barbosa e o capitão Moutinho. Se todos eles (do Stojkovic ao Tiuí) soubessem e sentissem o que isso representa, a atitude seria exemplar em todos os jogos. É ou não é, Yazalde? É ou não é, Yordanov?


PS - Das crises também podem crescer coisas interessantes (ao contrário do desempenho na liga ou desta posta). Uma delas é, daqui a pouco, chegarmos lá a cima e mostrarmos que ainda assim, mais vale um Purovic a jogar do que um Carlitos a chorar.

Ondas

Sérgio Abrantes Mendes, em quem votei sem qualquer tipo de convicção nas últimas eleições, é desde ontem colaborador do blog Centúria Leonina. A entrada não mereceu qualquer tipo de comentário em qualquer um dos blogs do Sporting identificados na barra lateral, pese embora o facto da posta de abertura ter recolhido cerca de 70 comentários. Para já fica a nota do acontecimento. O comentário, na habitual má onda divisionista, segue mais logo.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

olha o puto a falar!

o puto carlitos gosta deste tipo de atenção. os jornalistas desportivos chegam à suiça e perguntam.se:
"quem é que eu conheço aqui? vou ligar ao carlitos".
carlitos atende: "luis filipe?"
jornalista: "não sou eu o *#%º*/, o luis ainda não disse nada"
carlitos: "então? como estás? já estás em basileia?"
jornalista: "pá! não queria gastar a guita do jornal em hoteis, eh eh eh!"
carlitos: "aparece aí. vocês d´a bola tem sempre lugar em minha casa."
jornalista: "porreiro pá!"
carlitos: "ainda bem que é o sporting, senão tinha de chorar no final".
jornalista: "aquilo do vukcevic foi demais. bem jogado. vocês têm de ganhar, senão ficamos sem fotos que cheguem para o jornal"

como é que se entrevista alguém como o carlitos? quem é que quer saber o que ele diz? no jogo em alvalade o comentador só sabia dizer, "belo golo de vukcevic. se carlitos tivesse apanhado a bola lá atrás talvez não fosse golo. mas mesmo assim belo golo." é verdade que o liedson não tem andado em si, mas mesmo assim é o jogador mais perigoso da equipe. encontrou em vukcevic uma boa dupla. marien had podia ter levado o puré? viste, com ele. voltando ao carlitos, esse grande extremo das escolas do lfv fc, nunca fará história a não ser em declarações à imprensa.

2L

Ribeiro Telles (e reparem bem nos dois éles que explicam a personagem na íntegra) abriu a boca. Para dizer o quê? Que o Sporting precisa de fazer mais dinheiro para ser mais competitivo e que a via para fazer mais dinheiro é "aumentar receitas em dois milhões de euros e a opção mais viável passa pelo aumento de quotização". Depois, e já fora da filosofia do "clube não estar dependente da bola que bate na barra" diz que é preciso irmos todos os anos à Liga dos Campeões. Isto é, faz depender a existência económica do clube da bola que bate na barra. Em alternativa a espoliar os sócios, que como se vê todas as semanas é tudo malta não só com grande disponibilidade económica mas com amor ao clube (a começar pelo próprio presidente), o insigne Telles (com dois éles, como se quer nas pessoas bem) acha que a solução passa por, vejam bem, espoliar os sócios: "encontrar-se um investidor que compre a maioria da SAD, a exemplo do Chelsea". Depois não digam que o Luizinho não avisou. Já se sabe que vem aí a transferência do estádio e da academia para a a SAD e da SAD para sabe-se lá quem. Portanto, enquanto alternativas (????) presidenciais temos o Soares "OPCA" Franco, o beto Betencourt e agora o 2L. Tudo gente que fala como se estivesse de fora apesar de por lá andar à quase 13 anos.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

O Espectáculo, a Atitude e a Táctica

Pense numa pirâmide, como três lados.
Agora transporte essa imagem para um estádio de futebol.
Decorre um jogo de futebol.
Só por acaso até pode ser em alvalade.
No decorrer da fantasia futebolística pensamos em ver um jogo com espectáculo, a menos que o espectáculo só seja dado pela equipa adversária ou pela equipa de arbitragem.
Se tudo corre bem dentro do espectáculo somos levados a pensar na boa atitude dentro de campo, na visão táctica do treinador. Ao invés se corre mal transpomos a jogabilidade para a falta de atitude e más opções tácticas.
Com isto o adepto da bola tem o foco de atenção consoante o desenrolar do acontecimento em curso.
Vem o intróito a propósito da jogabilidade tactica mental da equipa do Sporting.
Quando se pede que os adeptos do Sporting sejam como os adeptos ingleses comuns, que apoiem sempre a equipa e não assobiem tal implica uma correlação directa com a outra parte, ou seja que a equipa do Sporting tenha ela também uma atitute à inglesa. Isto implica procurar sempre mais um golo inclusivé no período de descontos. Ou não s exige tal situação de nenhuma das partes.
Preciso será não confundir a táctica com a atitude e esta com o espectáculo. Pode haver quem considere que as três são fundamentais para o tal equilibrio piramidal. Mas no essencial bastam duas, a atitude e a táctica. A noção de espectáculo é subjectiva ao invés das restantes que são objectivas.
Quem não gostar da táctica irá sempre como consequência não apreciar o espectáculo, daí que este último seja apenas a consequência a posterirori do que se considera estético.
Agora o que não se deve misturar são os conceitos de táctica e atitude. Por exemplo posso aceitar que a última exibição do Sporting contra o Estrela da Amadora foi insultuosa para com quem pagou o seu bilhete pela falta de atitude mas posso já entender a táctica aplicada durante o jogo.
Se pegarmos no chelsea do mourinho ou nas equipas italianas (até pode ser o udinese que nos eliminou na pré-eliminatória da liga dos campeões - 2ª época de peseiro) constata-se que o esquema táctico pode provocar uma imputação estética negativa no observador do jogo devido à mentalidade e posicionamento táctico aplicado pela equipa em campo, mas não se pode por em causa a atitude dos jogadores. Isto é primaz, o nivel de atitude competitiva demonstrado, assim discordando da táctica sempre se pode dar o jogo como um bom espectáculo pois a atitute foi séria e honesta. Quando não há atitude não há futebol espectáulo sequer, é uma condicionante.
Assim o espectáculo surge como o bom da fita apenas quando as suas condicionantes estão patentes e não por si só.
Assim vai o Sporting, com uma táctica que se pode discutir mas o essencial é que é esbatida pela inacção de atitude neste campeonato, o que leva à inactividade do instituto do espectáculo.
Saudações Leoninas

Sol na eira e chuva no nabal...

... ou, como dizem agora alguns dos mais notáveis comentadores políticos portugueses (e porque imitar o povo nunca ficou bem a ninguém), não se pode comer o bolo e ficar com ele ao mesmo tempo. Vem esta recuperação da sabedoria popular, e de sabedoria não tão popular quanto isso, a propósito das horas indecentes a que o Sporting jogou ontem. Mais uma vez temos duas teses que se complementam. Por um lado uma certa visão octáviomachadiana do mundo: "isto anda tudo ligado" ou "vocês sabem do que é que eu estou a falar". Trata-se, à semelhança do que Mourinho tinha constatado com o Chelsea, de também nós nos apercebermos que a fava calha sempre ao Sporting em termos de programação da jornada. Esta fava, à semelhança de tantas outras também tem duas dimensões (ao contrário da fava real, que tem três): uma desportiva e outra económica. Na desportiva, e de modo impressionista, poderemos verificar que o Porto é o clube que tem geralmente os tempos de recuperação entre jogos mais favorecidos pela Sport TV. Em termos económicos poderemos também verificar que mantendo tudo o resto constante o prime-time futebolístico é quase sempre para o Benfica: mercado oblige. Para nós sobram os jogos à sexta e ao domingo à noite, com implicações sobretudo nas assistências no estádio e na moral dos pobres otários que ainda insistem em deslocar-se ao estádio em vez de se manterem no conforto do lar ou da tasca.
Para além desta dimensão mais octáviomachadiana não será de deitar fora também a água do banho. Na sua estratégia económica, a SportTv, que no fundo é quem calendariza o campeonato português, submete os interesses dos adeptos que vêm futebol em Portugal às suas próprias estratégias comerciais. Impossibilitada de interferir na calendarização do campeonato inglês (joga-se preferencialmente ao sábado à tarde) e no espanhol (sábado e domingo ao fim da tarde) ou no italiano (domingo à tarde) remete o futebol português para os late nights desportivos. Para a malta do sofá até que nem se está mal. O povo das bancadas é que sofre...
Serve este breve intróito para mais uma vez lançar o debate sobre o papel dos consumidores no futebol moderno. Se tenho muitas dúvidas na adopção do modelo inglês de participação dos adeptos na administração das SAD's (por motivos que explanarei, apesar da vossa ânsia, noutra ocasião) esta não deixa de ser uma área onde uma potencial coligação entre uma associação de adeptos de futebol e consumidores de televisão poderia fazer sentido. Quer no sentido de defender os interesses dos adeptos de bancada quer com vista a subtrair a programação desportiva em Portugal da monocultura futebolística.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Tão grande como os maiores da Europa

Dizia o Visconde que queria que o Sporting "fosse tão grande como os maiores da Europa". Olhando para os recentes números das competições europeias até nos podemos enganar a nós próprios e pensar que de facto somos grandes. Duzentos jogos (não vou entrar na polémica das Taça das Cidades com Feira, que só de pensar no nome já dá arrepios...); o jogo com o Basileia representou a vitória nº50 e o golaço do Vukcevic foi o golo não sei quantos. De facto parecemos grandes. Isto claro se esquecermos que em cinquenta e três anos de competições europeias estivemos lá 52 ocasiões, o que nos manda para o ridículo número de 4 jogos por época, ou ainda, quer dizer que somos estatisticamente afastados à segunda eliminatória. A vitória 50 torna a história europeia do Sporting ainda mais trágica, se pensarmos em termos de médias: quer dizer que em cada 4 jogos (média) ganhamos um, o que significa que ganhamos o jogo da primeira eleiminatória e depois empatamos fora e somos encavados sem dó nem piedade na segunda. As performances do Sporting no campeonato não sendo tão trágicas concentram quase metade dos títulos em cerca de dez anos; os outros 60 deram direito para aí a dez campeonatos. Serve isto para dizer que esta época está a ser gloriosa? Para os padrões habituais do Sporting até se pode dizer que sim. O problema da mania das grandezas dos aristocratas arruinados é que depois lhes dá para a maluquice. É esta fome de vitórias alicerçada num passado mítico que não existiu que leva a que seja cometidas loucuras em torno de um projecto imediatista, que como é evidente irá chegar no dia de são nunca à tarde.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Coisas Incriveis!

Em primeiro lugar o titulo serve de homenagem ao actual melhor jogador do Sporting, o Simon.
Ao ver a bela foto no BnR B pensei: "Esta diz tudo".

E eis que no mesmo blog, posta seguinte vem uma bela charada, consegui adivinhar um dos nomes. Vejam se também adivinham antes de ler os humorosos comentários.

This is the end...

Ao ler a noticia veio à cabeça a música The End, dos Doors.
Aqui fica a imagem daquilo que foi:




Acredito que tenha sido o melhor ponta de lança mundial que apareceu nos últimos 12 anos.

Saudações Leoninas

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Tentaram-me roubar, mas eu corajosamente não deixei...

Foi em plena bilheteira do estádio José Alvalade que me tentaram roubar à descarada! Pedi um bilhete para o Sporting-Basileia e qual o meu espanto que o valor do assalto eram 20 euros para a superior!! 20 euros?! Fiquei imediatamente a perceber o motivo pelo qual mais uns quantos adeptos se revoltavam à volta das bilheteiras!
Sei que em dia de jogo os bilhetes costumam ser mais caros, mas o dobro do valor normal??? Aliás, relativamente aos jogos da taça da liga (tal a miséria que são) nem têm aumentado o valor do bilhete em dia de jogo! Enfim, suspirei fundo e revoltado fui ver o jogo para casa...felizmente moro perto do estádio e tenho esta alternativa.

Chegando a casa, fiquei ainda mais perplexo ao constatar no site do Sporting que os sócios com gamebox deveriam pagar apenas 7 euros! E pior, nas notas está bem claro que o valor "No dia do jogo, os preços sofrem um acréscimo de 5€;". Ora 7+5 são 12 ou na pior das hipóteses seriam 10+5... Não foi pelo valor do bilhete em si (já paguei mais de 20 euros por um) mas por uma questão moral e protesto, achei que não deveria assistir ao jogo no estádio.

Como a informação no site deve estar prestes a ser retirada, decidi transcrever para aqui:

BILHETES ONLINE: VENDA TERMINADA
Competição: Taça UEFA
Local: Estádio José Alvalade Data: 13-02-2008
Hora: 20h45

TABELA DE PREÇOS

Adepto Sócio/Sócio/Gamebox 07'08

BANCADA A
Central 30€ 25€ 15€
Lateral 25€ 20€ 12€
Superior 20€ 15€ 10€
Jovem (4 aos 17 anos) 12€ 8€ 5€
Bilhete Inc. Motor 12€ 8€ 5€
BANCADA B
Central 25€ 20€ 12€
Lateral 20€ 15€ 10€
Superior 15€ 10€ 7€

Notas:
No dia do jogo, os preços sofrem um acréscimo de 5€;
Crianças até aos 3 anos com entrada proibida;
Bilhete especial dos 4 aos 17 anos (ou detentores de Cartão Jovem) desde os €5;
O preço especial Gamebox é somente válido até ao dia 9 de Fevereiro e somente para Lugares Especiais renovados ou titulares de Gamebox 07-08;
No dia 7 de Fevereiro será enviado um SMS a todos os Sócios com lugar anual esta
época, com o preço especial,no entanto, todos estes Sócios com lugar anual já poderão comprar o bilhete a preço especial nas bilheteiras do Estádio;
Quota de Janeiro de 2008.



PS - É óbvio que após o jogo, este valeria bem os 20 euros...o magnifico golo do Vukcevic vale bem mais que isso! Mas continuo a achar que foi a decisão certa...

Não, eu é que sou o presidente...


Caro adepto,

Está farto de gritar ao Paulo Bento para meter o Pedro Barbosa em campo e ele 'nada', como se não fosse com ele?

Já perdeu a conta das sms de protesto que enviou para o rodapé do "Dia Seguinte" e repara angustiado que a linhagem Roquete ainda continua no clube passado 12 anos?

Abatido pela sensação de impotência perante os negócios e comissões do Freitas?

Indignado por, apesar de ter sempre as cotas em dia, nunca ninguém lhe ter consultado sobre o penteado do nosso treinador principal?

Sente-se injustiçado ao ver-se forçado, por via da excelsa gestão dos nossos dirigentes, a percorrer toda a Área Metropolitana de Lisboa cada vez que quer ver jogar as equipas de futebol, andebol, futsal, juniores, atletismo...?

Desgostoso de, sem saber bem como, aperceber-se que comprou um project finance e agora quem manda no clube é a banca, que o quer a todo o custo dali pra fora (entrar sim, mas só se "bancar")?
Desconfiado de que 'cada-negócio-cada-trapaça' é o rasto do presidente Pipinho?
Cansado de não ter mão nisto tudo?

Se a sua resposta for sim a todas elas, tenha paciência, havemos de dar a volta a isto. Até lá, relaxe, e fique a saber de uma empresa que lhe promete um paliativo: http://www.donosdoclube.com/contactos.php

A ideia inspira-se no projecto inglês MyFootballClub (ver link ao lado), onde milhares de adeptos gerem, em rede, tudo o que concerne à vida do seu clube - o Ebbsfleet United (quinto escalão). Em Portugal, esperam os promotores do projecto, talvez dê para comprar um clube da Liga de Honra ou... 1ª Liga. Depende da penúria.

Eu não me inscrevi por duas razões:
- até ver, não têm roulotes.
- só depois de decidida a côr do equipamento é que venham falar comigo...

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Será que o Paulo Bento sabe? ou "e tu, marcas bolas paradas?"

O avô, Juan Carlos, deu conta do estado de espírito do neto: "Está muito feliz. O forte dele é subir. Cá, na Argentina, marcava e fazia assistências. E ainda não o viram a marcar grandes penalidades!"

domingo, 10 de fevereiro de 2008

REVISÃO DA JORNADA - Leia com ponderação. Todas de rajada é que não.

A revisão da jornada segue numa posta desdobrada em cinco pontos distintos. Para evitar que me chamem de Rui Santos, inseri algures a meio das análises um trailer blogonovelesco. P'ra descontrair.

1. É uma justiça portuguesa. com certeza - 1ª lição

  1. Facto do Crime - Ricardo Bexiga é brutalmente espancado por dois indivíduos encapucados. Carolina testemunha que a 'encomenda' partiu dele

  2. Conclusão do MP - Arquivado. «“Na altura dos factos, e não obstante ter comparecido no local a PSP, não foram recolhidos vestígios, designadamente não foram recolhidas impressões digitais na viatura, nem o local foi sujeito a exames a fim de encontrar a arma do crime”. Também o reconhecimento fotográfico de eventuais suspeitos foi feito dois meses depois, quando a memória já estava esbatida».

  3. Solução - Depois de muito pensar e nada encontrar, foi o anarca constipado que achou a solução: aqui.

2. Sporting 2 - 1 Marítimo
Venha o próximo. O Paulo Bento resolveu e bem refrescar a equipa fazendo entrar de início Grimi, Adrien, Celsinho e Tiuí. O ambiente anda abafado e com este abanão a equipa já respirou melhor e lá conseguiu ganhar, feito que, nestes dias, já é motivo para brinde. A intranquilidade não desapareceu nem foi desta que surgiu uma pressão defensiva digna de nome, mas pelo menos já estamos na próxima fase.


3. Lampiões na Taça - a tradição mantem-se
«Você devia ligar ao que se passa no futebol em vez de ligar ao que passa no Benfica», treinador José Mota, na conferência de imprensa, em resposta a um jornalista que fingia não perceber as razões da sua indignação com a arbitragem do árbitro-arguido Augusto Duarte.


"Bufos-Basters" - o trailer
"Ele é o líder. Ele sabe que a 'bufaria' é uma arma muito perigosa e que basta um elemento para ameaçar a união do seu grupo. Alguém se atreveu a desrespeitar a lealdade e o código de honra do grupo. Ele não vai descansar enquanto não encontrar quem o anda a tramar. E quando o conseguir... só um poderá sobreviver!"
Não perca. A primeira série alguma vez feita sobre o líder mais temido do pavilhão sul do E.P. de Alvalade. Baseado em factos verídicos. Brevemente numa Tvi perto de si!



4. Gestos
Maravilha de domingo. Começou cedo com o derby de Manchester. Fez esta semana 50 anos sobre o desastre de Munique que matou sete jogadores da equipa de futebol do Man United, entre eles Duncan Edwards, diz quem o viu, uma grande promessa do futebol europeu. Entre as várias homenagens, num gesto simbolico de reconhecido valor, a equipa do Manchester resolveu entrar em campo com as mesmas camisolas que os Busby Babes vestiam. Foi bonito ver os rapazes com aquelas camisolas sem os seus nomes inscritos nas costas, sem nomes de patrocinadores, nada; apenas o vermelho (bleearghhc! ...desculpem o vómito, mas por vezes ainda me sai; é um tratamento lento segundo o médico), uma tira preta presa no braço de cada um e a numeração à antiga de 1 a 11.
De repente, vejo o clube que provavelmente mais dinheiro tem vindo a fazer à custa da mediatização e mercantilização globalizada do seu jogo e das suas equipas, a renegar, por um dia (que seja!), a essa mesma lógica mercantil (calma, eu sei que este 'gesto' também vai dar para vender mais uma data de camisolas "série 1958 classic") em nome da memóra e da identidade. Para os seus fãs e flanêurs por esse mundo fora, talvez não lhes faça muita diferença, mas com certeza que contribuirá para preservar e alimentar o amor e fidelidade (para muitos, estados de alma beliscados, desde há uns anos para cá, seja pela política de preços do estádio, seja, mais recentemente, pela compra do clube por parte dos Glazer) dos genuínos adeptos do MU. Adiante. Bobby Charlton mostrara videos da equipa de 58 a Ronaldo e estava na bancada à espera de reviver a história frente ao velho rival City; nas palavras dum comentador qualquer: «a day that really was all about history».
E de facto foi. Pelo gesto, e porque o City ganhou por 2 a 1 quebrando um jejum de 34 anos sem ganhar em Old trafford. Muito gritaram os adeptos do City (olha quem!). Que festa!

5. Egipto
Grande Taça Africana das Nações. Veio até nós via "on Eurosport" com mais uma excelente cobertura dos comentadores de serviço. Chegou hoje ao fim.
Parabéns ao Egipto e, em especial, aos seus maravilhosos 5 clarinetes (a música é outra. Violinos são só os nossos): Al Hadari, Hosni Rabou, Amr Zaki, Zidan e o chefe de orquestra - que jogador! -Mohamed Aboutreika


sábado, 9 de fevereiro de 2008

«Se os descubro não ficam cá nem mais um minuto»

mas então...? o que é andaram a contar? é verdade que em dezembro ainda queríamos o título. todos os anos o queremos. quais serão as preciosas informações que nos escondem? o que se passa no balneário fica no balneário? se o paulo bento apanhar os tais bufos, será que eles voltarão a arranjar trabalho cedo? as perguntas não acabam e é isso que me mata. é que eu preocupe.me, é isso, preocupe.me com estas coisas. estas coisas que não se percebem. um exemplo que me alimenta a ansiedade é o caso de alguns jogadores. não é que eu goste deles ou pelo contrário do contrário, não queria que eles ficassem nem mais um minuto. o médio.defensivo de quase sonho que pensava que me ia deliciar as noites/frias de inverno e as tarde/noite/quentes de verão. todos os fim.de.semana lá vou e nunca mais o vi. se calhar foi isso um sonho. aquele lateral esquerdo que se falava, falava e com tanto falar descobriram.no noutro lado e não veio para alvalade. ora mas então, quem é o bufo que foi para aquelas reuniões, que se dão não se sabe bem onde e disse que queria um jogador daqueles de encher o olho? e já agora sem ganhar muito dinheirinho. foi tão bom dizer ao malogrado alecsandro barbosa felisbino, que é cunhado do deco, olha um grande bem.haja mas agora arranjámos um gajo que tem 1,93m para ajudar o liedson. coitado, que o cruzeiro o tenha. são estas pequenas coisas que me matam por dentro. eu às vezes penso, "calma negrete, isto ainda vai mudar". valha.nos o orgulho que é ser do sporting. ter na memória o melhor jogador que jogou em portugal de nome fernando peyroteo. e nunca assobiar a própria equipe, assobiar as outras ou o árbitro. é fácil, é gritar sporting bater as palmas 3 vezes e voltar a gritar sporting. assim e sempre. bem só me resta tempo para 2 pontapés de biciclete e 1 pontapé de moinho. paulo bento, it was really nothing. sporting!!!

A marca

Uma das obsessões dos novos senhores do futebol é a ideia de marca, que concomitantemente transforma os adeptos em fãs e consumidores. Quando o futebol se torna um produto como qualquer outro, tal como as fábricas, também pode ser deslocalizado. A Premier League elaborou um plano para se jogar uma 39ª jornada do campeonato em territórios exóticos que vão de Miami a Singapura. Como seria de esperar os novos proprietários dos clubes estão esfuziantes com a ideia de conquistar novos mercados para as suas marcas. Menos contentes estão os adeptos dos clubes da Premier League que depois de aumentos escandalosos nos preços dos bilhetes (que servem essencialmente para pagar os empréstimos que permitiram a compra dos clubes) vêem agora os jogos a escaparem-se-lhe por entre os dedos. Depois de num primeiro momento os jogos passarem a ter sido embalados para o adepto de sofá, fenómeno que muito bem conhecemos por cá, é chegada a hora de fazer render o peixe e levar o adepto global para as bancadas. Vale a pena ler este artigo do Guardian onde se reflecte sobre as motivações da deslocalização do campeonato inglês e a relação que tem com os novos proprietários e as novas formas de gestão dos clubes. Um dado a acrescentar será, se me perdoam o proteccionismo démodé, o efeito da entrada destas marcas nas estruturas futebolísticas locais, alvo de ataques cerrados por parte dos grandes cartéis do futebol europeu. Primeiro a televisão, depois os jogos de pré-época, finalmente as competições oficiais.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Porca Miséria

Após a ausência do País verifiquei que temos mais do mesmo.
Assim verifiquei que o Sporting voltou a perder em mais uma exibição miserabilista, nada de novo portanto. Vi que o Iordanov ganhou o processo que o opõe ao Sporting na 1ª instância e que o Sporting recorreu, nada de novo também.
Vi que a Selecção mista de Portugal perdeu com a Itália, nada de novo aqui também. Mas neste jogo houve algo de novo. Não me lembrava de num jogo particular onde houvesse três guarda-redes convocados, ele eram mais guarda-redes do que ponta de lanças, brutal!
Serviu também para não ver os jogadores do sporting a jogar na Selecção dita nacional. Talvez nacionalizando o Liedson, quiçá... (o que vale é que ele já disse que é nacionalista e fiel ao seu país).
Posto isto um parentesís, na minha opinião só deveriam ser utilizados na Seleccção Nacional jogadores com dupla nacionalidade desde que a aquisição da nacionalidade Portuguesa fosse feita até aos 18 anos de idade ou os jogadores que a viessem a adquirir depois dessa idade chegassem a actuar nas camadas sub da Selecção Nacional.
Quanto ao futebol em si, no jogo do Sporting só vi mesmo o grande golo do belenenses. No jogo da Selecção vi mesmo o jogo e pensava que era desta, contra uma Itália que não tinha apenas o melhor guarda-redes do mundo, não tinha o gattuso, não tinha um número 10 (o donnadoni não gosta do del piero e o totti não estava), nõ estava o nesta e nem o inzaghi. Ao invés Portugal estava na máxima força, tirando a questão do jorge andrade e do ponta de lança. Mas eis que o ricardo me fez recordar o porquê de estar a jogar numa equipa que luta para não descer de divisão, calculo que seja o lóbi dos que querem o baía na selecção. Mas também vimos que a concentração táctica entre as equipas é abismal, e que na hora da concretização é que se vê quem acerta e quem falha. Valha-nos a nossa senhora do caravaggio e as velhinhas que o scolari lhe vai acender, assim pode ser que isto até acabe por correr bem mais uma vez, sem se saber bem como, ou sabendo bem como.

Saudações Leoninas

A porta dos fundos

Para quem tenha passado ao lado da "notícia" vale a pena sugerir uma viagem até ao Sporting no Coração, que por sua vez cita a notícia do blog da bola, onde vale definitivamente a pena ver a caixa de comentários à posta. O que se sugere é que o Porto para além de manter ilegalmente um fundo de jogadores, também tiha nesse fundo jogadores do Sporting, cujos passes foram readquiridos na totalidade pelo Sporting a troco de uma participação desse fundo na SAD do clube. O que se pode dizer é que a ser verdade para além de ilegal e imoral é increditável, com letras inacreditavelmente grandes.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

De Iordanov a Niculae




Escreve o Paulinho Cascavel: "o Sporting somos nós". Que tenha de ser um tribunal a dizer isso à direcção "uma hora por dia" é significativo. Um clube sem memória (e, já agora, o futebol sem memória), é a negação daquilo que existe de mais básico e instintivamente apaixonante na nossa relação com um símbolo e um equipamento (isto a priori; posteriormente, sabemos explicar ponto por ponto porque escolhemos o Sporting e não outro qualquer).
O futebol é memória. Vivemos e sofremos e presente, mas filtrado por tudo o que o antecedeu: o golo do Cherbakov ao Beira-Mar, a bola a percorrer a linha de golo no jogo contra o Real Madrid, rematada pelo Juskowiak, o futebol bonito do Jozic, que acabou em 4º lugar e quero lá saber disso que as noites em Alvalade eram magníficas, o Iordanov a pôr um cachecol no Marquês, na sua última época, no ano em que terá jogado uns míseros três jogos, mas todos sabíamos que aquele campeonato era tão dele quanto do Acosta, do Schmeichel ou de nós todos cá em baixo.
Andar com guerrinhas em tribunais, com o argumento que o Sporting não é uma casa de caridade e que judicialmente a razão está do lado da direcção, pode ser inatacável em termos legais (por acaso, como hoje se comprova, nem isso), mas é, moralmente, um atentado ao Sporting, àquilo que é e ao que queremos que seja. O que, por portas travessas, me leva a outra questão.
No ano em que Peseiro e a direcção afastaram cobardemente Pedro Barbosa e Rui Jorge, dois jogadores que teriam de obrigatória e naturalmente acabar a carreira em Alvalade, forçámos Marius Niculae a sair. Mais uma vez, imperativos financeiros, legais e demais tretas muito racionais foram invocadas. Que tinha um ordenado altíssimo que teria de ser reduzido a um terço, se não me trai a memória, que o Sporting já tinha gasto muito dinheiro com ele sem retorno desportivo, culpa das prolongadas lesões.
Niculae chegou ao Sporting com 21 anos e, além de bom jogador, era daqueles que considerávamos inequivocamente dos nossos. Ora, é com os nossos que se faz uma equipa. Os nossos não são mandados embora por pouco justificável imperativo financeiro, não se põem os nossos em tribunal sem nos perguntar se é isso que queremos. Iordanov, quer se realize ou não o jogo de homenagem, não será apagado da memória com que se constrói um clube. Niculae, infelizmente, não teve essa hipótese. Anda a marcar golos pela Escócia, num clube que não é o dele, enquanto nós vemos o Purovic sem o compreendermos e perguntamos quem é aquele Bonifácio Kiwi (ou lá o que é) que andou perdido no Restelo.

O SPORTING SOMOS NÓS


domingo, 3 de fevereiro de 2008

Até os comemos!

Hoje, em Belém, joga-se um dos grandes derbys alfacinhas (não, não é o único. Relembro para os mais esquecidos que Atlético e Benfica foram, em tempos, grandes potências do futebol lusitano).


Eis a minha parte da receita para logo:
Ingredientes

Massa- Rui Patrício; Pereirinha, Tonel, Gladstone, Ronny; Veloso, Moutinho, Izmaelov, Romagnoli; Vukcevic, Liedson.

Recheio- Grimi; Farnerud; Purovic ou Tiuí (ainda não decidi, é uma escolha lixada).


Agora que os deuses estão connosco, nem Jesus lhes irá salvar. Vai ser só enfardar (oxaláh..)! Sporting Allez!!!...