sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Senso, consenso e restos

2009 é ano de eleições no Sporting. Eleições que vêm tarde, digo eu, porque havia há muito matéria mais que suficiente para ter deitado abaixo esta direcção. Esqueceu-se disso o senhor presidente da Mesa da AG, curiosamente um dos nomes que agora surge como "presidenciável"... 
Claro que os amigos da "estabilidade" puxam logo do revólver quando ouvem falar em eleições antecipadas. Preferem a paz podre da sua "estabilidade" à consulta democrática. Perfeitamente legítima, aliás, quando, por um lado, são reconhecidamente mais que muitos os indícios de que estes orgãos directivos do Sporting não correspondem ao pensamento e ao sentir dos Sportinguistas (senão não havia "crise" de militância...) e, segundo, o programa anunciado foi numerosas vezes tripudiado e as promessas metidas num saco. 
Mas, enfim, agora não há escapadela possível: as eleições estão aí.
Com o advento das eleições lá começa a eterna dança dos "elegíveis". E no meio da dança lá vêm os nomes. A gente ouve e lê o que por aí se diz sobre estes "elegíveis" e não pode deixar de pensar: lá estão estes sportinguistas outra vez a dar-lhe! Lá vem o elogio ao doutor A e o panegírico do doutor B. Lá vem a mesma postura sebastianística do costume. Tudo à espera que surja um nome mágico que "salve" o Sporting.
Os nomes adiantados, claro, são mais do mesmo. Mais gente "credível" porque provém das fileiras da situação. Nem importa que seja gente inexperiente, totalmente sem perfil e daquela que não dará mais de uma hora ao clube por semana.  Mais gente daquela que não pode garantir à partida uma direcção competente do Sporting. 
O que se esquecem estes patetas ingénuos que desatam logo aos saltos quando surge um qualquer nome nos jornais é que se o Sporting precisa de ser salvo é porque está em perigo. E por outro lado, um nome -- o nome!-- para a direcção máxima do Sporting deveria ser sempre o produto de um intenso debate interno que elaborasse a especificações do bom presidente e garantisse um total apoio a esta causa colectiva que é dirigir o Sporting. O nome do próximo presidente tem de ser um nome de consenso total, sob pena de a guerrilha de que Soares Franco falou, continuar, se calhar, com mais intensidade e mesmo com ele  à frente a comandar as operações mais uma vez... 
Como senso e consenso são palavras que não parecem constar do dicionário de muitos Sportinguistas, lá vamos tendo que gramar as entrevistas do Alves, lá vamos tendo de levar com a importância de alguém se chamar Ernesto e ir assistindo aos ridículos tabus do Franco. Os Sportinguistas só merecem restos...
E lá vamos tendo de ouvir os histéricos de sempre a abanar, sabujos, a cauda; felizes e contentes com  mais um "resto" que está a ser preparado para lhes ser servido...
O que precisamos é de uma direcção que convoque os Sportinguistas e que garanta a boa gestão financeira e desportiva do Sporting. É isto que o Sporting necessita. Não de mais caras e luxes...

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