quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

COMUNICADO DA A.A.S.

Comunicado da Associação de Adeptos Sportinguistas (www.aasporting.com)



A “nova” reestruturação financeira delineada para o Sporting Clube de Portugal 

 

Como é do conhecimento público, o presidente da Direcção do Sporting Clube de Portugal apresentou os seus planos para a reestruturação financeira do clube. Anunciado como um novo plano, importa recordar que em anterior Assembleia-Geral as medidas agora propostas foram recusadas pelos associados do Sporting Clube de Portugal. Razão pela qual aparecem de novo, camufladas num “novo” plano de reestruturação financeira. 

O “novo” plano assenta em dois pontos basilares :  

1. Emissão de VMOCs (Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis) no valor de 55 M€, por parte da Sporting, SAD  

2. Passagem dos direitos televisivos da Sporting Comércio e Serviços do clube para a SAD a troco de 55 M€.  

É crucial para o futuro do Sporting Clube de Portugal que todos entendam o que está em causa, antes de criticarem ou manifestarem apoio a estas medidas. A figura das VMOCs obriga o emitente – Sporting SAD, no caso – a proceder ao reembolso do valor em espécie, na data de vencimento. No caso, propõe-se que o reembolso seja efectuado através da entrega de acções da Sporting SAD. Se for tido em conta o valor actual do capital social da Sporting SAD – 40 M€, facilmente se percebe que o Sporting deixará de ter qualquer hipótese de ter a maioria do capital da SAD após o vencimento das VMOCs. A emissão de VMOCs foi objecto de decisão na Assembleia Geral de Maio de 2008, ou seja, há menos de um ano.  

Aliada a esta operação, surge a “venda” dos direitos televisivos da Sporting Comércio e Serviços à Sporting SAD no valor de 55 M€. Valor este utilizado, posteriormente, para abater o passivo do clube. É ainda de realçar que um dos accionistas da Sporting SAD detém o monopólio de negociação dos direitos televisivos nos campeonatos profissionais portugueses.

Mais uma vez, esta deliberação foi levada à consideração dos associados do Sporting na assembleia magna de Maio de 2008. A direcção do clube pretende colocar novamente a votos esta mesma medida. E, mais uma vez, se impõe a pergunta: porquê nova deliberação quando esta já foi a votos? 

Paralelamente, prepara-se um Congresso Leonino onde um dos temas em análise é precisamente o “Modelo de Sustentabilidade Financeira do clube”.  Não será legítimo que os associados pretendam dar valor a esse mesmo Congresso e adiar eventuais medidas desta dimensão para depois do Congresso? Não será de esperar moções interessantes por parte dos diversos associados que permita outro tipo de plano de reestruturação financeira para o Sporting Clube de Portugal? Não será também legítimo respeitar as decisões anteriormente tomadas em Assembleia-Geral do clube (o orgão máximo do Sporting Clube de Portugal) pelos sócios ? 

Nós, na AAS, exigimos que tal orgão estatutário seja respeitado e não sejam tomadas, pelo menos até final deste mandato, medidas hipotecárias do futuro do Sporting Clube de Portugal. 

Nós, na AAS, não nos revemos num clube-empresa onde os associados se tornam meros consumidores com as nefastas consequências que daí advêm: 27.000 sócios efectivos com as quotas em dia e uma grave crise de "militância". Com as dramáticas situações que outros clubes-empresa atravessam nos dias de hoje – Chelsea à venda, Newcastle United abandonado por anterior dono, por exemplo. Veja-se o exemplo do 

Hamburger SV. Clube que compete na exigente Liga alemã mas que, evitando a “entrada do negócio no seu futebol”, se mantém hoje apenas como uma Associação e compete pelos primeiros lugares da I Liga Alemã – está actualmente a apenas dois pontos do I classificado. 

Nós, na AAS, vemos as SADs como uma imposição legal como forma de aumentar o rigor e a transparência na gestão dos clubes em Portugal e não o contrário. “Porque o futebol deve ser um desporto de alta-competição gerido como um negócio e não o contrário” – Andy Durnham, Secretário de Estado do Desporto em Inglaterra. 

(Declaração emitida em Londres, no Congresso da organização Supporters Direct para a qual a AAS foi convidada.) 

Foi lá que o futebol nasceu. Foi lá que algumas destas situações se manifestaram pela primeira vez. Aprendamos, de vez, com os erros dos outros. Pelo presente, e sobretudo pelo futuro do Sporting Clube de Portugal! 

 

Comité Executivo 

Associação de Adeptos Sportinguistas, AAS 

3 comentários:

joaquim agostinho disse...

Em boa hora a AAS renasceu.
Vamos à luta.
SL

JG disse...

Para reflexão de todos. E QUE CADA UM VOTE EM CONSCIENCIA na AG que aí vem tendo plena consciencia das consequencias do seu voto!

Para amanhã não se arrepender amargamente do que fez...

Eduardo Barroso na ultima AG sobre este tema dizia que queria um Abramovich no Sporting! Nem foi preciso um ano para se perceber o que acontece a quem anda atrás de ilusões fáceis e não defende os seus ideais...

Anónimo disse...

A AAS nunca morreu...mas há timings correctos para tudo :)