segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Orgulho e Preconceito

Orgulho: Cartão de Sócio do meu Bisavô datado de 1959



















Preconceito: o meu cartão de sócio datado de 2008


























Reparando no essencial, no primeiro o importante era o símbolo do clube ao lado da fotografia do sócio. No verso do cartão exaltavam-se os valores e as conquistas do clube.
No segundo exemplo ao lado do símbolo do clube vem o número do cartão de crédito acompanhado do logótipo do visa. Mesmo assim nem tudo é mau e o número de sócio vem na frente do cartão.
O melhor está guardado para o verso do actual cartão, continua a referência multibanco, a nossa fotografia está sob o relevo dos números do crédito na frente do cartão e a cereja no topo do bolo: a propriedade do cartão, atribuída a uma entidade bancária chamada banco espírito santo, s.a.

Obs: os dados bancários e pessoais do meu cartão foram cortados por motivos de segurança.


5 comentários:

Anjo Exterminador disse...

Pois é Yazalde, assim chamado, presidente do Sporting nesta altura nem sequer era nascido. Ele é doutros tempos...
E isto que tu aqui mostras não é moderno pá! Um cartão com foto a preto e branco, sem código de barras, sem referência bancária, com conversa cróma no verso...? Ó pá!, isto é lá coisa de que a gente se orgulhe...!!?
Sporting Clube do quê...?!
Tu parece que não és um gajo do teu tempo...!

Anónimo disse...

Devias também ter passado uma barra em cima do teu cabelo espetado! :)

Luizinho disse...

És mesmo careta pá! Vê lá se apanhas o comboio dos tempos, que eles não esperam por ti.

Leão de Alvalade disse...

Caro Yazalde:
Imagino o orgulho que sentes quando olhas para o cartão do teu bisavô. És aquilo que se chama um leão com pedigree apurado.

Talvez por não possuir histórico leonino tão enraízado, eu orgulho-me com o que tenho, que é idêntico ao que exibes em 2º lugar. Sou um sportinguista de geração espontânea, pois na minha familia não há qualquer preferência clubistica arreigada e o futebol colhe mais antagonismos que preferências.

Não creio que a mudança da forma do cartão seja uma das principais causas para que as coisas tenham piorado. Por certo foram todas as pequenas coisas... Mas estas ligações bi ou tripartidas (BES, VISA, etc.) podem ajudar a mudar a susbtância da relação que temos com o clube.

Antes o cartão era usado de forma quase religiosa, de 15 em 15 dias, aquando dos jogos em Alvalade.

Hoje o seu uso está relativizado e já nem necessário é para distinguir os que vão ao estádio: são as gameboxes que imperam, enquanto o cartão de sócio é banalizado como isco para atrair clientes para uma entidade bancária a quem devemos muito dinheiro.

Como eu dizia, para mim o cartão de sócio é motivo de profundo orgulho porque vejo-o como uma conquista e uma distinção pessoal. Acredito que a banalização que acima falava pode potenciar a banalização da relação sócio/clube.
Cabe-nos a todos superar esse laxismo, pelo bem do clube.
SL

Yazalde disse...

Caro Leão de Alvalade:

O meu pedigree não e muito apurado, de facto nem o meu avô nem o meu pai são sócios. Mas acredito que este cartão do meu avô é para mim uma relíquia. O atiçar da chama foi com o Presidente Sousa Cintra, numa inauguração do núcleo de torres vedras, o seu apelo foi muito forte e não tive qualquer dúvida em agarrar num formulário de inscrição e preenchê-lo. Dúvido que a um jovem que tenha hoje 14 anos, um membro desta direcção consiga cativar a sua militância. Outros tempos...
De facto como falei no post anterior, não é apenas pelo cartão que a militância decresce, esta é apenas mais uma. Mas para mim tem um significado especial, sinceramente tinha orgulho no antigo cartão, onde mostravamos as quotas pagas, agora não consigo ter orgulho mostrando o cartão de crédito, e é como diz, o cartão não serve mesmo para nada,só para fazer compras a crédito. Elucidativo.