quarta-feira, 26 de março de 2008

Paulo Bento - O fim

Tinha pensado escrever mais meia dúzia de postas sobre Paulo Bento, onde para para além de explanar todos os meus conhecimentos futebolísticos ainda iria introduzir a plebe aos ideais-tipo de autoridade (tradicional, racional e carismática) de Max Weber entre muitos outros conceitos, e explicar cientificamente porque é que o homem não serve, mas no fundo já foi tudo mais ou menos dito, por isso resumo a coisa nalguns pontos essenciais:
  1. Na construção do plantel cedeu a toda a linha aos esquemas de Freitas. Isso significa que é um treinador sem autonomia em relação ao "regime". Um autoritário para baixo, mas um pau-mandado para os de cima.
  2. A aposta nos jovens é uma treta. Patrício e Pereirinha são exemplares. A este respeito ler o que se tem escrito no SportingCP Sempre. Os jovens aparecem quando a coisa começa a correr mal, e servem de paliativos e para aplacar a fúria das massas.
  3. Associado ao ponto anterior, referir que não vejo um único jogador que tivesse evoluído técnica ou tacticamente sob a orientação de Paulo Bento. Repito, um único.
  4. Fisicamente a forma do plantel é uma lástima. Pode ser da responsabilidade do preparador físico mas o responsável pelo preparador físico é o Paulo Bento.
  5. Tacticamente não tenho nada contra o losângulo, que continuo a achar o melhor sistema para o Sporting. O homem revelou-se, porém, incapaz de em 2 anos 3 meio arranjar um plano B (o 3-4-3, apesar do romantismo, quando colocado em prática pelo nosso homem revelou-se suicidário).
  6. Ainda neste plano, para o homem ser o Fergusson português a questão central não era ganhar. Era fazer o futebol do clube evoluir de forma mais ou menos consistente. Ora, o que temos é regressão.
  7. O Weber entrava na parte psicológica e de gestão do plantel. O modelo tradicionalista de autoridade (à pai tirano), para além de me ofender pessoalmente, não foi coerente e não parece ter melhorado o ambiente em relação ao que se observava no tempo do "banana" democrático que era Peseiro.
Fechou a loja. Finalmente acho inenarrável o facto de pessoas que aparentemente querem assumir responsabilidades no clube, como Subtil de Sousa, virem a público comentar o treinador e as tácticas. a contestação à direcção é necessária mas deve ser feita no plano directivo e administrativo e não atacando o plantel.

2 comentários:

master lizard disse...

Já agora que mencionas Subtil de Sousa deixa-me dizer que (à luz de Weber) as críticas que muito justamente lhe fazes devem ser extensivas a Abrantes Mendes. Também ele fez declarações incompatíveis com a condição de putativo candidato a um papel de maior responsabilidade no Sporting.
Não percebo o que vêem nele alguns Sportinguistas. Nem para voto de protesto serve...

Luizinho disse...

Caro Master,

Aqui há uns anos participei numa reunião do movimento de Subtil de Sousa, e apesar do evidente sportinguismo de toda a gente, que acabou com os gémeos Castro em lágrimas, o panorama geral era confrangedor, para não dizer patético. Isso não significa que não lhe dê o meu voto, mas numa altura em que se está a tentar convocar uma AG extraordinária para debater o projecto financeiro do clube e os negócios que foram feitos deslocar o debate para tácticas e para a equipa técnica não só me parece de péssimo gosto e de um oportunismo atroz como se vai revelar suicida no plano estratégico. Mas o problema do Sporting sempre foi esse, não é? Discutir pessoas e não projectos concretos. concentração no acessório para que o essencial possa permanecer.