O Espectáculo, a Atitude, a Táctica e as causas da crise

Em resposta ao Yazalde, segue a seguinte posta que, quando nasceu, era um simples comentário tão bonito e rechonchudo.

Para mim há várias causas. Antes fosse só uma.
A principal causa para estarmos a ???pontos do primeiro classificado é porque, sem paralelo na história recente, a nossa equipa vale menos ???pontos que o fêcêpê. É talvez a mais simples de analisar. Primeiro ponto.
No reinado de SF & Lda, houve má gestão, desperdício e acima de tudo péssimos negócios. Entre estes últimos estão as contratações/vendas em cujo o último defeso veio agravar a distância qualitativa de um plantel para o outro.
Parece-me mais do que evidente que a crise do futebol nasce de terem partido peças fulcrais em toda a linha (o valor em campo e em experiência. É a custo que alguns só agora se apercebem da importância de jogadores como Ricardo e Rodrigo Tello). Para piorar lesionaram-se as "esperanças" Derlei e Pedro Silva. Os que ficaram para jogar têm dado o que podem (o Purovic dá tudo o que pode. Percebendo pouco ou nada de inglês, português, ou de dar toques numa bola, é a sua atitude (e a côr do equipamento) que o distingue… de um dos pilares amarelos do estádio e lhe permite existir). E isto equivale ao nosso lugar na tabela classificativa.
Não podemos fazer melhor que os rivais mesmo com orçamentos e margens muito mais apertados? Sim podemos e devemos, para parafrasear o 2L. Mas esta época não foi possível porque (alínea b) do primeiro ponto) ninguém agarra o Lisando e, segundo ponto, porque:
A crise de resultados provocou o desnorte da equipa, numa espécie de espiral da crise malígna.
Nos dois últimos campeonatos ficámos em 2º lugar. O último deles a um mísero ponto. Ao regressar de férias todos pensaram "desta vez não vamos facilitar desde o início pois isso pode ser fatal nas esperanças de alcançar o objectivo A"; Quando, pouco a pouco, se constatou que ainda não era desta, que a equipa afinal não presta, foi a inevitável desmotivação de muitos adeptos e de (alguns) jogadores. Com reflexo na atitude;
Perante a crise a estalar, tivemos um treinador e jogadores inexperientes face a este tipo de pressão. Houve vários jogos (Coimbra e Setubal na Taça da Liga são paradigmáticos) em que a desorientação técnico-tático e a inexperiência foram tristemente exibidas para o país. Não estou a querer colocar em xeque o treinador, estou só a tentar apontar algumas causas das deprimentes exibições e dos fracos resultados. Quiçá, a pressão e desprotecção a que o PBento esteve sujeito foram de tal ordem que, dadas as circunstâncias (e os ovos disponíveis) muito poucos fariam melhor. Não sei ao certo. Agora, que ele e a equipa têm andado à nora, descaracterizada e sem alma, lá isso têm. E isto é mais do que falta de atitude ou garra.
Têm-nos valido 'bons momentos'. De jogo, do Vukcevic, do Izmailov, do Levezinho… mas não basta. Estou confiante que o pior já tenha passado. No entanto, em ordem a atingirmos o objectivo B, a equipa deve corrigir de vez alguns dos seus piores defeitos: posicionamento e trsansições defensivas; percentagem de passes falhados; ter alternativas tácticas para quando a equipa adversária consiga anular e secar o nosso losango (veja-se o que aconteceu no Restelo).
O público, devia deixar de assobiar jogadores antes de entrarem. Os dirigentes (felizmente já não podem fazer muito para interferir no desenrolar esta época) deveriam era tratarem de incutirem a cultura e valores sportinguistas por todo o departamento de futebol e transmitirem ao plantel o significado do que é jogar com aquela camisola. Lamentavelmente desconfio que não o saibam. Resta-nos o Barbosa e o capitão Moutinho. Se todos eles (do Stojkovic ao Tiuí) soubessem e sentissem o que isso representa, a atitude seria exemplar em todos os jogos. É ou não é, Yazalde? É ou não é, Yordanov?


PS - Das crises também podem crescer coisas interessantes (ao contrário do desempenho na liga ou desta posta). Uma delas é, daqui a pouco, chegarmos lá a cima e mostrarmos que ainda assim, mais vale um Purovic a jogar do que um Carlitos a chorar.