sexta-feira, 25 de março de 2011

O bom e o mau dinheiro

Existe uma certa teoria, apoiada em exemplos práticos, que largas quantidades dinheiro provenientes de pessoas singulares indicam uma origem ilícita ou imoral.
Neste ponto falamos de dinheiro proveniente de negócios ilícitos segundo as normas vigentes num determinado espaço e tempo, porém, não intemporais nem universais.
Essas normas podem ser legais ou sociais e como as duas várias vezes se confundem, bem como se confunde a moral e ética, muitas vezes julga-se que o dinheiro que tem uma proveniência ilícita (norma legal) é o mau dinheiro.
O bom dinheiro por oposição será aquele que tem uma proveniência considerada legal pela norma legal vigente, independente da sua origem imoral ou não ética - regras de conduta internas ou externas.
Deixando de fora a moral, e contextualizando a questão da proveniência do dinheiro a ser investido pelos candidatos a presidente do Sporting, temos portanto, que este ou provém de entidades reconhecidas pelo estado - entidades financeiras - ou provém de particulares.
Aqui entra o pensamento subjectivo dos sócios votantes, na medida em que se o dinheiro provém dos bancos é o bom dinheiro, se provém de pessoas singulares é mau dinheiro.
Isto porque existe a errada convicção que só o dinheiro proveniente dos bancos é dinheiro limpo. O outro é dinheiro lavado e já usado.
É legítimo que tem tenha um negócio de usura proteja o seu comércio desvalorizando quem não exerça a mesma actividade profissional.
Não conseguindo distinguir entre o cheiro ou a cor de uma nota que provém de um banco ou um particular, tenho que a ideia que quem só tem o conhecimento fácil e tablóide, só consegue apreender os conteúdos que lhe querem transmitir e não um conhecimento amplo e geral.
Se assim não fosse, e independentemente de a proveniência ilícita e não ética do dinheiro particular, é útil e interessante indagar de onde vem o dinheiro dos bancos.
Parte dele vem dos juros e usura, a outra parte, nomeadamente o financiamento deles provém de terceiros.
Esses terceiros,tanto podem ser outros bancos estrangeiros como particulares.
Ou seja, os mesmos particulares cuja fonte de dinheiro é duvidosa, ou cuja fonte é o dinheiro de sangue da família do ditador de Angola, eduardo dos santos, que financia as necessidades actuais do BCP.
Aqui parece que já não existe problema ético, pois a norma legal não impede esta situação.
Das outras entidades terceiras como outros bancos, estes por sua vez não se financiaram também em particulares e estados amigos ou ex-amigos das democracias ocidentais, como a Venezuela e a Líbia? Aqui também não parece haver celeuma nos fazedores de opinião mentecaptos ou prestadores de serviços.
E já agora, onde se pensa que os barões de droga, os senhores da guerra e afins vão colocar o seu dinheiro ilícito e não ético? Será que é todo gasto em bares de strip e a investir em jogadores de futebol? Ou também sobra algum para investir em entidades financeiras?

Sem comentários: