A direcção do Sporting parece definitivamente empenhada em tomar como suas as palavras do célebre Jack, o Estripador: - Vamos por partes!
Não sendo daqueles que acredita que o projecto Roquette falhou não por incompetência mas por calculismo, não podemos deixar de pensar nas consequências que o projecto teve para as diferentes partes envolvidas.
Vamos primeiro aos negócios. Na Assembleia-Geral do Pavilhão Atlântico, Soares Franco queixa-se da explosão da bolha bolsista e da retracção da economia para justificar o facto de o Edifício Visconde estar vazio e o Sporting não conseguir materializar as receitas que esperava. Como o mercado estava para os compradores a OPCA, que Soares Franco presidia e que entretanto foi adquirida pelo BES, não se fez rogada e adquiriu o edifício em preço de saldo. Seguiu-se a necessidade, por arrasto, de vender o Alvaláxia. Aqui a justificação foi diversa. O Sporting não tem vocação para gerir património imobiliário e a não aprovação do loteamento na Câmara leva a que os potenciais clientes do centro comercial não apareçam. Venda-se. Aqui duas objecções. O Sporting criou uma série de empresas para gerir património e essas empresas contavam com a colaboração de algumas das mais destacadas figuras ligadas à banca, à construção civil e à gestão em Portugal. Por outro lado, é necessário pensar a aprovação do loteamento dos 29 mil m2 pela CML. O processo está pendente há nove anos e o muitíssimo bem educado Soares Franco diz que não está na sua natureza defender os interesses das instituições que representa (talvez este princípio não se aplique de forma tão evidente à OPCA). Portanto, fomos "obrigados" vender o Alvaláxia pouco tempo antes de a coisa começar a ter clientes. Finalmente o loteamento. O Sporting serviu essencialmente de barriga de aluguer da MDC, empresa que adquiriu os terrenos, no sentido de alterar de forma mais ou menos ilegal o plano director municipal com vista a aumentar a volumetria da construção naquele espaço. Os terrenos, segundo um dos poucos sócios que teve o direito à palavra na mítica assembleia, foram vendidos abaixo do preço de mercado, mais uma vez a uma empresa que tinha nos seus quadros dirigentes do Sporting. O Alvaláxia, um ano e meio depois de ser vendido, tornou-se assim num óptimo negócio, tal como o Holmes Place e a Clínica.
Agora numa de Zandinga pemitam-me um pouco de futurologia. Garantida esta receita, esperam-se umas vitórias desportivas. Marca-se uma assembleia-geral para passar o Estádio e a Academia para a SAD com a justificação de permitir aumentar o valor das acções para realizar o aumento de capital. O clube deixa de ser nosso e o Estádio e a Academia também. Passou o ano e meio que falta para Soares Franco acabar o mandato e todo o pessoal do projecto Roquette dá de fuga. Assim se passam treze anos na vida de um clube.
P.S. Então como se eu fosse mesmo, mesmo burro outra vez. Há nove anos que a MDC assinou o contrato com o Sporting para a aquisição dos terrenos do antigo estádio para construir quatro torres para escritórios. Meteu uma cláusula no contrato que "obrigava" o Sporting a assegurar uma volumetria de 29 mil m2, que viola o plano director municipal, e o edifício Visconde teve que ser vendido porque o mercado de escritórios em Lisboa estava saturado?
1 comentário:
Hit the road Jack ...and don't you come back no more,no more...
Primeiro os meus parabens por este blog que com a sua critica e perspicacia só ajuda a manter informados todos os Sportinguistas que abundam por esse mundo fora. Fica desde ja a promessa de voltar mais vezes e é com muito prazer que passo a divulgar este link no:
http://leaotatuado.blogspot.com/
Sporting ontem,hoje e sempre
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