quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Crítica teórica da razão prática da contratação desportiva

O Sporting ilustra na perfeição um dos problemas do mundo contemporâneo... ou melhor, vários problemas do mundo contemporâneo. O mais grave e significativo deles, porque parte de uma crença arreigada no coração de muitos, é que tudo é um problema de comunicação. Neste mundo, que abrange áreas tão diversas como o amor e o futebol, passando pela política, ele há os que acreditam que bem falado não há nada que não se resolva. Neste mundo apenas existe competência e incompetência, não existe uma diversidade de posições e modos de entender o mundo e, valha-nos Deus, interesses anatgónicos. A contratação de Roberto Tiuí, doravante Bonifácio, como o apodam os amigos, é uma perfeita ilustração desta forma de estar no mundo e na vida. Envolta numa onda de contestação a SAD resolve mostrar que está activa no mercado e vai daí toca a contrartar Bonifácio, na esperança de com esta manobra aplacar durante uns dias, a que se soma a esperança de vitórias com o Lagoa e Beira-Mar, os otários que todos os dias compram jornais e todas as semanas lá estão a picar o ponto. O problema é que este otário em particular acha que o submarino acabou de ir ao fundo. Então expliquem-me lá como se eu fosse mesmo burro. O Sporting tem um plantel jovem e inexperiente e por isso toca a ir buscar um avançado com 22 anos? O Sporting precisa urgentemente e mais do qualquer outra coisa de um defesa esquerdo. Então toca a ir buscar um avançado? O Sporting aposta numa política de formação. Então vai buscar um puto desconhecido, desempregado e sem currículo relevante quando temos aqui o Saleiro à mão ou dispensámos o Varela no início da época?
Obviamente que este pessoal da comunicação para além de não perceber muito bem como funciona o mundo fora das estratégias de marketing tem outro problema sério. Acham que os outros são mesmo muito burros. O que ainda é um problema ainda mais sério.

P.S. Continua nos próximos capítulos. Com mais digressões sobre as estratégias comunicacionais e argumentativas no Pavilhão Atlântico. Sobre a "irracionalidade" do adepto. E ainda sobre o negócio com a Câmara Municipal de Lisboa e outros números de circo. Não percam.

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