segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Falsos aquilatamentos

Se há coisa que me faz pegar no comando e mudar de leitura de um blogue são as discussões circunscritas a um tema e que nunca de lá saiem e obrigam um gajo a ter de ir buscar as pegadas da disussão cada vez mais atrás pra ver se se entende onde tudo começou e para então chegar à conclusão que mais valia ter feito logo zapping no início.
Mas dado que por enquanto somos só nós por cá, e porque que esta posta do Luisínho é um verdadeiro rubi do pugilismo da crítica (o que quer que isso seja), vale a pena promover a resposta à categoria de posta.
Antes de mais, deixa-me agradecer por me teres poupado à critica do dualismo kantiano. Não o digo por ironia mas porque acho que não era, como percebeste, caso para tanto. Não era, porque o que houve foi um mal entendido. Eu posso explicar. O meu último parágrafo "Ou então é só a minha dificuldade em ver interesses obscuros por detrás de aparente genuína paixão." não se tratava de ironia, nem outra coisa qualquer senão genuína auto-reflexão em voz alta. Pode vir a acontecer às vezes eu mudar repentinamente de estilo na prosa da posta. Mas não foi o caso. Reconheço a minha culpa e ingenuidade. Culpa, pois ao relê-lo, percebo que se pressinta um laivo de ironia, tipo golpe final. Mas não. Ingenuidade pois apecebo-me que nisto de bloggar tem de se deixar bem claro para quem se se dirige a escrita: se para o próprio, se para todos ou se para outro "internáutico" qualquer.. Pois bem, eu dirigia-me ao mesmo tempo a voçês e a mim próprio. É talvez dificil explicar isto: que vos tava a dar a conhecer a pessoa que escreveu a posta; que nessa frase ia uma patada crítica mais a mim próprio do que a ti próprio. Próprio de quem tem este estranho jeito de narrar. Auto-crítica por uma certa tendencia quiçá kantiana de julgar ou romantica de confiar, como que a pedir que não lessem aquilo como a minha posição face ao debate mas como uma tomada de posição face ao que temia que pudesse ser o debate se fosse pra beira do exagero. Se calhar, só estava defendendo o menino. Portanto, "interesses obscuros" não era pra levar à letra, muito menos das ciências sociais. Não era simples decifrá-lo, reconheço enfim agora. Apesar de tudo, valeu a pena para poderes desconstruires tão bem as nossas "razões", tornando o debate menos nebuloso.

dasse...

Posto isto, deixa-me voltar a ti por completo. A minha crítica a ti era subjectivazinha e só um poucozinho objectiva, vá lá.
No plano político estou de acordo contigo, tinha pouco a debater. O que me irritou foi a merda do 'energúmeno', tal como me irrita quando alguém diz pseudo-intelectuais ou quando dizem outras merdas que agora não me lembro. O jargão é fácil. Mas porque é que nunca dizem pseudo-lavradores, ou pseudo-comerciantes ou pseudo...?! Faz-me alergia pensar que todos os juve leos não possam ser outra coisa senão esse palavrão. E, por regra, quando se vai a ver a seguir, o argumento discorre sempre sobre a tese de que o mal do futebol está nas claques e que deviam ser proibídas. Sei bem que não foi - nem é - essa a tua posição. por isso simplesmente emiti a minha opinião sobre os acontecimentos de sábado, e contra-ataquei numa antecipação do que parecia ser um eminente descarrilar teu para a ladaínha diablolizante das claques. Repito, no plano analítico e factual da coisa estou contigo. Não disccuti isso. Aliás, tou tão de saco cheio da Juve Leo que quis mudar de topo este ano. Agora, espirro quando vêm com essa palavra. Atchim! É que às vezes os estilos subjectivo e objectivo são como a paixão e os interesses, intercruzam-se.

muitas mais bolas virão ao poste. umas irão pra fora. outras não.

PS- já agora explica lá melhor essa do "Sem querer colocar em causa o sportinguismo de Carlos Martins, nem a genuína paixão com que beijava o símbolo do clube na camisola, penso que é impossível ler a entrevista e o seu momento fora desta constatação [do Paulo Barbosa ser o empresário]"

4 comentários:

Luizinho disse...

Bem parece que fora questões de estilo e adjectivação estamos todos de acordo pelo que não há necessidade de continuar esta discussão. a única coisa que eu queria dizer com aquela conversa é que a paixão de todos pelo sporting é mais ou menos indiscutível e que defender a claque nesses termos não significava nada. estamos todos fartos da juve e por isso o adjectivo. Mas tambémn declaro já que se alguém for expulso do clube por delito de opinião também baso. Era só que o faltava não podermos mandar seja lá quem for para o caralho. Quanto ao Carlos Martins: o carlos martins é um sportinguista e não dúvido disso em momento algum. Não sei quais é que foram as motivações dele por ter falado agora e não o ter feito na altura. Portanto há que perceber o timing das declarações e apenas isso. ao que parece, e não sou só eu que o digo, existe uma guerra fria entre a direcção do Sporting e Paulo Barbosa por causa de Miguel Veleso, como se pode ler em vários locais e com diferentes versões. Como dizia na posta sobre os jornais, parece-me evidente que em maior ou menor grau todos os agentes activos no campo desportivo têm os seus lacaios na imprensa, lacaios esses que provavelmente concorrem entre si. Da mesma forma que a Juve foi utilizada por diferentes direcções e nenhuma delas a conseguiu controlar em pleno (é um elogio) penso que com os jornais deve-se passar o mesmo. É possível que o barbosa tenha passado a perna ao freitas e tenha encomendado a entrevista para agora. Porque é que o Carlos Martins o fez só ele saberá, não lhe perguntei.

Anónimo disse...

Muito bem.
Só um reparo: quando falas em expulso do clube referes-te ao sporting, correcto?

Luizinho disse...

Exacto. Mas aparentemenete a ordem já foi restabelecida. A Juve Leo pediu desculpa pelos insultos a Soares Franco, mas não a Freitas, e promoeteu entregar os últimos documentos necessários para a legalização. Resta saber que filmes é que estão ainda a aguardar ordem de soltura.

Anónimo disse...

que bonito.. já não via tanto amor num blogue desde que Narciso se descobriu.