quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Os chupistas ou vai mas é trabalhar malandro

1. Marco Fortes, aqui: "Não estava à espera. Foi um lançamento normal. Diria que a 70% das minhas capacidades. Por isso estranhei os aplausos e depois o resultado", confidenciou ao DN sport o jovem sportinguista. Marco Fortes terminou em segundo lugar na compe- titiva reunião espanhola, tornando-se também no primeiro português a superar a mítica barreira dos 20 metros , acrescentando 57 centímetros ao seu próprio recorde nacional (19,51) fixado a 27 de Fevereiro em Espinho.Um feito impar, que apanhou os especialistas de surpresa, realizado por um atleta que continua a treinar em part-time. Uma longa "travessia do deserto", afastou-o dos resultados que prometia em júnior, quando conquistou a medalha de bronze nos Europeus em 2001. "Cheguei a passar períodos em que treinei sozinho. Em 2005 e 2006, tive a possibilidade de ser orientado pelo técnico cubano Gustavo Ventura. Devo-lhe boa parte da minha recuperação mas, infelizmente, ele teve que regressar ao seu país", recorda. Mas o lançador apressa-se a recordar que teve a felicidade de reencontrar o seu actual técnico, o ucraniano Vladimir Zinchenko, antigo campeão do lançamento do disco radicado em Portugal. "É uma sorte ter a sua ajuda. Mas não esperava para já esta marca. Tanto mais que Zinchenko não é técnico profissional e só me pode treinar depois do seu trabalho , o que na prática resulta só poder orientar-me à hora de almoço ou ao fim do dia", atira, como que justificando o retardar na evolução. "É a alta competição à portuguesa. Mas sou um felizardo por poder contar com o seu saber, a sua ajuda. Agora só penso no dia-a-dia. Amanhã não sei o que me espera."

2. Pedro Dias, aqui: "Para vir a Pequim2008 tive de gastar muito dinheiro do meu bolso, para ter material adequado para competir. Investi no sonho de uma vida. Mas para futuro é complicado se não surgirem os apoios necessários e, se não houver motivação - que não tenho neste momento -, poderá acontecer situação de eu abandonar”, disse. O atleta do Sport Algés e Dafundo questiona o futuro: “Infelizmente sou amador. Tenho 26 anos, praticamente pago para fazer judo e é complicado. Estou a estudar devagarinho, em Gestão e Administração, e é preciso pensar no futuro. Recebo bolsa do COP agora, mas porque estou na elite do judo. Para continuar a receber essa bolsa é preciso manter-me no topo, caso contrário...”. “Aos 26 uma pessoa começa a pensar em casar, ter família e uma casa. E é complicado. Precisava de um patrocinador que permita ter ajuda básica para estabilizar”, acrescentou. Pedro Dias diz que “não é fácil treinar todos os dias duas vezes, estudar e dar aulas a crianças para ganhar alguns tostões”. “No final do mês estar a juntar os trocos todos a ver se tenho dinheiro para pagar as minhas contas é muito complicado”, lamentou. Segundo o atleta, a situação de Telma Monteiro, que representa o Benfica, é totalmente diferente: “Vive num mundo completamente à parte em que tem todas as condições e mais algumas para atingir o estrelato”. "

3. O valor das famosas bolsas olímpicas (página 13) é o seguinte: 1250 euros mensais para medalhados; 1000 euros para finalistas; 750 euros para semi-finalistas e 500 euros para qualificados. É com um apoio de pouco mais de 200 contos por mês do Estado que os atletas se preparam para ganhar uma medalha olímpica. Os melhores, os melhores...


INDECOROSAMENTE SACADO DO 442

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