sábado, 14 de fevereiro de 2009

Caça de Mitos Sportinguistas # Missão 1: o orçamento (2ª parte)

Ainda está por inventar uma fórmula que consiga equacionar o “real” valor de um plantel. Onde factores externos como o contexto, a especulação, a influência dos empresários, a margem de progressão dos jogadores sejam “extraídos” e onde factores internos como a experiência, "influência no grupo”, maturidade, vínculo emocional, entre muitos outros, sejam introduzidos. Não obstante nada nos impede de tentar fazer avaliações o mais objectivas possível.
À luz de dois critérios ‘de mercado’: os salários e a estimativa do crrecto “preço de venda” retomemos o mito 1.

O Mito 1 apoia-se no seguinte argumento:
Para ganhar o campeonato é muito importante ter o melhor orçamento. O nosso orçamento é muito mais baixo, logo será pouco provável ganharmos o campeonato.

O argumento vai abaixo também por não ser suficientemente sólido do ponto de vista do valor “real”, ou (vai dar ao mesmo) da qualidade do plantel.

1. Em contra-corrente com o senso-comum
o nosso gasto com salários não parece ser bastante menor que o dos rivais. Comparando as despesas salariais dos quatro jogadores mais bem pagos de cada plantel (só tive acesso a estes) temos:
Média de Gastos anuais: FCP – €1,365 milhões; SCP - €1,2 milhões; SLB - €1,38 milhões;
Total de Gastos anuais: FCP - €5,46 milhões; SCP – €4,8 milhões; SLB - €5,52 milhões.
A diferença do SCP p'rós rivais ronda os 600 a 700 mil euros. É quanto vale o empréstimo do Pele ao Portsmouth. Inferior mas insignificante.

Passemos ao valor “real” dos plantéis. Para não entrarmos em discussões intermináveis resolvi tomar como índice a classificação feita por
este sítio. Pese embora ser uma avaliação de mercado onde factores como a idade e internacionalizações enviesam um pouco a avaliação “real do plantel”, não outra e é ela que nos servirá de análise.

2. O valor “real” dos três plantéis não anda muito longe uns dos outros.
O plantel do FCP (25 jogadores) é avaliado em €114,4 milhões; o do SCP (24 jogadores) em €99,1 milhões; o do SLB (24 jogadores) em €112 milhões.
O que dá uma média por jogador de: FCP - €4,576 milhões; SCP - €4,129 milhões; SLB - €4,667 milhões.
Mas, se procedermos aos ajustes relativos ao enviesamento da idade que os seguintes casos retratam:
Moreira, €3,5 milhões / Quim, €2,8 milhões;
Liedson, €10,5 milhões /
Lisandro, €13 milhões
… aos ajustes relativos ao enviesamento do estatuto de internacional:
Luisão, €10,5 milhões / Polga, 6€ milhões / Bruno Alves, €9 milhões
… aos ajustes do enviesamento de jogadores que nunca jogaram na 1ª Liga:
Stepanov, €3 milhões
… aos ajustes reativos ao enviesamento por burrice:
Miguel Veloso, €10,5 milhões / Vukevick, €6,5 milhões;
Derlei, €2,5 milhões / Nuno Gomes, €6 milhões

… e fizermos aquela que é talvez a mais fiel das análises:
3. Avaliando os jogadores, posição a posição, de forma o mais imparcial possível, é legítimo considerar os três "onzes" (18 ou 24) os mais equilibrados, desde há um par de temporadas para cá.

Posto tudo isto, era bom que se admitisse de uma vez por todas que a diferença existente na qualidade dos plantéis dos três grandes é praticamente insigificante.
Acho que está na hora de dar como “caçado” o primeiro mito.


Fontes:
http://www.futebolfinance.com/
http://dn.sapo.pt/
http://www.transfermarkt.co.uk
http://www.zerozero.pt
http://sporting.planetaportugal.com/

1 comentário:

Yazalde disse...

Cuidado, estás a ir por um caminho perigoso.
Não se deve revelar a luz a quem não está pronto para a conhecer.