A equipa actual joga segundo a tradição das grandes equipas do passado. Alex pegou no legado de Sir Matt Busby, cuja filosofia passava sempre por agradar aos adeptos. Temos de jogar futebol atractivo. Nunca foi suficiente ser aborrecido e vencer jogos.
Bobby Charlton a propósito de Ferguson.
2 comentários:
Bom...Estando há mais de 20 anos no cargo e sempre com rios de dinheiro para gastar, difícil era não fazer o que fez. Afinal de contas, é só o clube mais rico do Mundo...
Oh amigo, não sei se percebeu, mas a ideia não era discutir resultados. Era discutir uma filosofia de jogo, que estava lá antes mesmos dos resultados e quando o Manchester atravessava uma seca de 27 anos, se não me engano. E para sua informação, gostaria apenas de sublinhar igualmente, que quando Ferguson tomou conta do Manchester e o Manchester não era um dos clubes mais ricos do mundo, e que a desigualdade nos orçamentos dos diferentes clubes europeus não era tão grande como aquela que vamos passar a encontrar a partir da década de 1990.
A grande diferença entre os clubes ingleses, sobretudo, mas também entre os espanhóis e italianos e o resto da europa, para além das raízes históricas no desenvolvimento do futebol em cada um dos Estados europeus, radica sobretudo na questão dos direitos de transmissão televisiva e na liberalização das transmissões. Mais uma vez, e para contextualizar o debate, as grandes somas de dinheiro nos clubes ingleses começaram a entrar quando a Sky Sports, de Rupert Murdoch, começou a pagar fortunas pela transmissão dos jogos, em 1990 ou 1991, se não me engano. Obviamente que isto está relacionado com a dimensão dos respectivos mercados nacionais e do poder de compra em cada um dos países. Mas a televisão, e em especial num segundo momento com a Liga dos Campeões (e o processo de distribuição das receitas de acordo com o peso dos mercados nacionais), a partir de 1995 é que vai alterar radicalmente os equilíbrios de poder no futebol europeu. num terceiro momento com a globalização do jogo (recordo-lhe os Mundiais dos E.U.A. e da Corea e o que se avinha na África do Sul) esses dequilibrios acentuam-se com a monopolio global dos campeonatos centrais. Uma sugestão para que possa confirmar as ideias aqui expostas. Vá ver os vencedores das Taças dos Campeões e da Taça UEfa, ou se quiser ser ainda mais meticuloso, os semi-finalistas das competições europeias desde a década de 50. Vai, por exemplo, encontrar clubes belgas, escoceses, checos,romenos,jugoslavos,ucranianos, russos, numa percentagem bastante superior até à década de noventa daquela que vai encontrar posteriormente. Isto tudo para lhe dizer que o argumento do clube rico não tem nada que ver com o estilo de jogo. A Juventus é um clube rico e joga à defesa, e sempre jogou um futebol mais "sóbrio". O que está em causa é uma filosofia de jogo. Só para o destrunfar de vez, o argumento do poder de aquisição dos jogadores também não vale. Ferguson pegou no Manchester numa fase pré-Bosman, e tornou o MU numa potência do futebol inglês ainda antes da liberalização do mercado de jogadores. Giggs, Scholes, Keane e Beckam, para lhe dar um meio campo clássico, não custaram um tostão. Marcaram igualmente uma época jogadores como Bryan Robson ou Dennis Irwin, para dar dois casos mais antigos. foi com prata da casa e na fase pré-televisiva e pré-Liga dos Campeões que o MU se reconstituiu como potência do futebol inglês. e sempre a jogar bem. O problema não é a pobreza económica é a falta de visão. O problema é o cattenacio aplicado à labrego.
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