sexta-feira, 29 de maio de 2009

O amanhã nunca morre? Talvez não.

3. Mudança não rima com Monarquia
Bem pode JEB exclamar aos lideres das claques "Agora é que é! As coisas vão ser diferentes!" ou alimentarmos a esperança de um presidente mais interventivo, mais próximo do adepto comum, mas quando um candidato se recusa a um debate, seja em que terra for, diz tudo sobre a (demo)cracia que nos espera: um estilo mais casual mas, no fundo, mais do mesmo. Para quem quer ser o presidente da união da família leonina , JEB começa mal. Indo a debate, teria todas as condições para isso. Assim, se for eleito, depois não se queixe.

Com mais ou menos facada, cambalhota ou trapézio JEB é o (oitavo) "natural" sucessor do homem que resolveu dividir para reinar. Potranto, os que se afastaram por não estarem dispostos a aturar presidentes merdosos, ou por sentirem que sequestraram a alma ao clube, não vão voltar por estar lá o primo do primeiro. Todos os outros que se afastaram, essa maioria que não anda nos blogues nem nas AGs, aqueles que quando lhe perguntamos porque deixaram de ir nem eles sabem responder, não vão voltar com JEB pois sentem que pouco ou nada mudará. A começar pelo treinador que, como se viu esta época, não vamos ser campeões tão cedo.. E nem vou falar dos que já não metem lá os pés para o ano.
É isto que vamos também votar. Não é só o meu sporting. É o nosso sporting que está em jogo.


4. Ser Sporting
«És sporting ou benfica?». Hoje a garotada responde que são do Porto.
Pois bem, da candidatura de PPC, apesar da pouca vontade dos pasquins em dar a conhecer o projecto (e da muita vontade, de outro, em adulterar), ele existe - já é uma vantagem em relação à concorrência - é conhecido e tem o mérito de nos oferecer uma alternativa credível ao modelo de sustentabilidade financeira e uma série de medidas que tentarão resgatar a alma e o fervor sportinguista. Reconheço a dificuldade que alguns têm em acreditar na mudança, acreditar em quem desconhecem do espectro mediático. E da tendência em ajuizar com base na pinta que lhe tiramos e em catalogar antes de pensar. A verdade é que se todos os sportinguistas se pautassem por esse diapasão o clube, hoje em dia, andava nos distritais. Sem embargo, as propostas e as pessoas estão aí, e aqui e aqui. Eu, entre as duas propostas para o clube, já pensei e já escolhi. Numa eu acredito. Na outra faz tempo que não.


#Nota final
Se JEB for eleito, daqui a quatro anos já não vale a pena lamentar o quer que seja pois todo o futebol será, com alguma certeza, e com toda a propriedade, dos accionistas. Se PPC for eleito e não cumprir o que promete, os sócios, no âmbito (e mesmo fora dele) das suas responsabilidades, cá estarão para exigir satisfações e propor mudanças. Como sempre, a mandar desde 1906.

3 comentários:

Anónimo disse...

Mais nada. Ao passo que se tivermos mais 4 anos no 2º lugar, como provavelment acontecerá com JEB, já nem teremos socios para reinvindicar o que quer que seja.

Anónimo disse...

Infelizmente está enganado.

Os sócios não mandam desde 1906. Na melhor das hipóteses, mandam desde 1984, que foi quando houve as primeiras eleições com mais de uma lista.

Em 103 anos de história o Sporting teve quatro eleições que não foram de lista única.

Este é um clube com uma raíz cultural que tem muitos pontos de contacto com o Estado Novo e é isso que explica a tolerância e até reverência para com os Bettencourts e outro "doutores".

Se calhar terão que passar uma ou duas gerações até isto se resolver. Resta saber se o Sporting aguenta tanto tempo.

paulinho cascavel disse...

Bom reparo. confesso que não sabia desse passado frouxo em termos eleitorais. ainda assim não desprezando esse legado cultural e histórico, quero acreditar que hoje em dia os sportinguistas desejam um clube mais democrático e avesso a tiques monárquicos. as razões do fascínio por estes senhores doutores terão também muito a ver com o cuidado no planeamento estratégico do Projecto (continuidade lá continua..) aliado à influência impressionante noutras estruturas e personalidades do poder. E ainda essa teologização e mitificação do "bom" gestor empresarial que ainda hoje (especialmente nos dias de hoije!) não sei explicar bem e da qual a sua hipótese é, se calhar, uma boa pista.

Mas retornando ao ponto-chave, a verdade é que daqui a quatro anos, com JEB a prosseguir a intenção de esvaziamento do clube, arriscamo-nos a que o acto eleitorial, com ou sem lista única, de nada valha, simbolica e factualmente, para o sócio.