Bettencourt (se imaginassem o que eu gosto dos dois t's) segue as pisadas do antigo director do Secretariado de Propaganda Nacional. Na versão sportinguista da Política do Espírito o terror ao passivo e à irracionalidade é substituído por um apelo ao sportinguismo e à paz. Por uma visão divertida e meio atrasada mental do clube. Por um Sporting bucólico e rural, livre das tensões da democracia. É isso que Bettencourt nos propõe quando diz que não quer aborrecer os sócios com minudências, como um passivo gigante que o próprio Bettencourt ajudou meticulosamente a construir; na sua própria fórmula: "A ouvir falar de passivo ninguém se diverte". E nós claro andamos nisto para nos divertir. Pelos vistos a oligarquia reinante ainda não aprendeu a lição. O grande problema da maioria dos sócios não é o divertimento acéfalo. É serem mal tratados pela sua própria direcção, é sentirem o fim das instituições democráticas dentro do clube e é também o péssimo futebol. Para Bettencourt tudo se parece resumir a esta última questão. Isso e a uma maquilhagem estética da liderança. Às fúrias e gaffes de Soares Franco vão suceder os sorrisos e os saltinhos de Bettencourt. O resto certamente que continuará na mesma que os negócios não esperam por ninguém.
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