sábado, 20 de dezembro de 2008

Profissão de risco (ao meio!)

Ser treinador, já se sabe, é uma profissão ingrata. O treinador é um jogador também. O risco é a sua profissão. No caso do Paulo Bento o risco é ao meio. Paulo Bento, o profissional, partilha o risco da sua profissão com o patrão, amador assumido.
Nestes últimos tempos a voz tem-se-lhes subtilmente engrossado com a série de resultados, mais ou menos, bem conseguidos que têm sido obtidos. É vê-los, todos lampeiros, a deixarem-se inebriar por esses efémeros resultados e a soltarem a língua. 
Enquanto as coisas se vão aguentando e a equipa vai andando à tona, dá para tudo. O patrão até já chegou a afirmar que salvou o clube... Mas, quando o precário equilíbrio --conseguido hoje mais do que nunca à custa da probabilidade da bola embater ou não no poste-- se rompe, então é que é o diabo! 
Na verdade, os problemas de fundo do Sporting não se resolveram. No plano táctico e estratégico, a equipa não deixou de ser a manta infame de retalhos que é, só por o treinador nos andar a fazer o discurso do homenzinho, crescidinho, resoluto e responsável. E o Clube, ah o Clube!,  não deixou a crise profunda e angustiante em que mergulhou há muito. 
Com mais ou menos folclore, a realidade do Sporting é esta a que assistimos esta noite: perante mais uma mini-assistência de 22.019 espectadores (segundo os números oficiais), mais um resultado humilhante, em casa, obtido frente à modestíssima equipa da Académica. 
Antes do jogo, o presidente, embalado sabe-se lá por que misterioso vigor, exortava a "que cada vez haja mais sócios e que cada sócio seja mais sócio". Depois do jogo, o Paulo Bento teve de se virar novamente contra a arbitragem para explicar o percalço. 
Nestes dois actos está reflectida a estratégia de gestão e desportiva do Sporting da era franquista. A estratégia do risco. 
É o circo do Sporting. O Grande Circo do Risco. Bento caminha lá no alto, na corda bamba. Sobre ele um daqueles focos de perseguição. O olhar dos espectadores segue-o com expectativa ansiosa. Dá quatro passinhos, treme e ao quinto lá teve mais um momento vacilante. Qualquer solavanco mais violento e, teme-se, lá vem ele por aí abaixo. Se tombar irá esborrachar-se com grande estrondo sobre Franco, o palhaço rico, protector do Bento da Bamba, Ferguson Funâmbulo de alto risco. Será um grand finale que se adivinha de espetacular efeito. 
A rede há muito que está cheia de buracos. A queda é imparável. Espero que tenham seguro...

5 comentários:

Anónimo disse...

Até quando vamos ter que aturar esta palhaçada?

Anónimo disse...

Um "equilíbrio conseguido hoje mais do que nunca à custa da probabilidade da bola embater ou não no poste". Será que os sportinguistas esqueceram assim tão facilmente a promessa que os levou a votar neste modelo de gestão?

Luizinho disse...

granda posta, pá!

Anónimo disse...

Romagnoli titular? Abel titular?

Caneira já não é o mesmo.
Continuamos sem definir de uma vez por todas quem é o trinco titular da equipa.

Que este seja o ultimo ano do bento, por amor de deus! já chega de tanta estupidez!

Anónimo disse...

Este post é brutal meu! Lindo!