segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Cadernos do balneário

À semelhança do que sucedeu com Paulo Bento, agora é a vez de Ricardo Sá Pinto não conseguir manter o silêncio no momento da saída. São aqueles que mais falam em união e amor à camisola os que, no Sporting, se apressam a incendiar a tenda. A razão imediata (o que não significa que não existam outras) do incidente entre Sá Pinto e Liedson foi patética e repete-se milhões de vezes todas as semanas em milhares de locais: uns preferem apoiar os seus colegas de trabalho; outros humilhar os seus subordinados. Uns acham que estão apenas a fazer o seu trabalho e acham que não têm de ser insultados por isso. Outros acham que o cliente tem sempre razão. Tanto discutimos isto entre nós a propósito do assobiar ou não um jogador, como estamos constantemente a travar este debate no nosso quotidiano e em especial no nosso local de trabalho. O que é patético em Sá Pinto é a utilização que está a fazer do incidente para queimar o melhor jogador da equipa por um desabafo deste último no banco de suplentes. Um desabafo que não teria consequência rigorosamente nenhuma, não fosse a carica do nosso exaltado director desportivo saltar com facilidade. E depois claro, anda por aí muita gente sedenta do sangue de Liedson, desde que passou a ser convocado para a selecção. Na blogosfera sportinguinta, e fora dela, há muita gente que não consegue engolir a convocatória de mais um "brasileiro" e então apressa-se a julgar Liedson que, independentemente das suas opiniões sobre os adeptos, a que tem todo o direito, se limitou, na privacidade do balneário, a defender um dos seus colegas mais jovens de um ataque extemporâneo do director desportivo. Divergências destas existem em todo o lado. Andar à pancada por isso é patético. Fazer comunicados hooliganescos no rescaldo ainda é pior.

7 comentários:

pedro-tantum disse...

Pronto. Podes fazer uma colagem deste post ao poste do Man United. Falta de coerência não te podem acusar!! Não ao Futebol Moderno !!

Luizinho disse...

Bem, se fores ver o a minha resposta em baixo, ao menos já me podes acusar de falta de coerência. Mas o que é que isto tem que ver com o futebol moderno?
O fétiche de alguns adeptos, e especialmente da Juve, pelo Sá Pinto é algo que me ultrapassa. Um idiota com bons sentimentos não deixa de ser um idiota.

Luizinho disse...

E quanto aos bons sentimentos também estamos conversado, depois do comunicado de hoje. O Sá Pinto tratou mais de se proteger a si próprio do que contribuir, de alguma forma, para a resolução de alguns dos problemas que afectam o clube. E já agora Pedro, e por falar em coerência, o que é que achas do Sá Pinto ser totalmente pró-SAD? E de nunca o termos visto tomar uma posição contra alienação de património ou as VMOCS, bem pelo contrário? Achas que isso é defender os sócios?
Estou farto de circo, pá. Do Sá Pinto, do Roquette e sus muchachos, das claques e do caralho. Estou mesmo farto destes palhaços todos que andam aqui a viver à custa do meu dinheiro e da minha paixão.

Virgílio disse...

"Um desabafo que não teria consequência rigorosamente nenhuma, não fosse a carica do nosso exaltado director desportivo saltar com facilidade."

Touché e LOLADA... daquelas bem sonoras!

SL!

pedro-tantum disse...

Se calhar esse "fétiche" deve-se muito à falta de refêrencias contemporaneas do nosso clube.

Provavelmente não viveste por dentro a relação que o Sá manteve com os adeptos (muitos de claques)durante o seu tempo de jogador.

Abraço

Anjo Exterminador disse...

Falemos de coisas sérias: o Sá Pinto era pago para dar apoio às claques e para adormecer os adeptos, ou para fazer "direcção desportiva"?!
Concordo totalmente com o Luizinho. Andar à pancada por isto é patético!!
Patético, topam...? O Sá Pinto comportou-se de modo patético...

André Cruz disse...

Assino por baixo. NADA justifica resolver problemas ao murro, mesmo que o Liedson tivesse sido o maior cabrão à face da terra.

O Sá Pinto sempre me fez lembrar aquele gajo do pontapé do Big Brother. E sinceramente ontem mais valia ter estado calado. Fica ridículo a um jogador que saiu de casa, viajou até ao estágio da selecção, esmurrou o seleccionador nacional e o seu adjunto, vir depois dar lições de moral a um jogador que raramente foi expulso ou violento na sua carreira.

SL,

André Cruz