sexta-feira, 6 de maio de 2011

Ainda a formação

Um plantel a incluir Custódio, Hugo Viana e Moutinho, Adrien Silva e Miguel Veloso, teria muita qualidade na zona onde se decidem os campeões. Mas para muitos sportinguistas faltaria magia, nervo ou músculo. São conceitos de futebol que devem discutir-se mas que não podem ser levados a verdades absolutas, de nenhum lado. Pela minha parte, prefiro ver o futebol de toque e de desmarcação destes jogadores, a ver um futebol de garra e determinação de outros. São gostos…

Acrescentem-lhe Carlos Martins e Varela. Tínhamos ficado com o Miguel Garcia, o Tello, o Tonel e o Liedson. Entretanto ainda apareceram o Carriço e o André Santos.
E em vez de fazer circular milhões à bruta como fizemos nos últimos anos tínhamos acrescentado a esta base três ou quatro jogadores de nível internacional. Alguém consegue dizer que estaríamos financeiramente mais pobres ou desportivamente pior?

7 comentários:

Unknown disse...

Caro Luizinho,

Agradeço o link, de uma ideia que é apenas ilustrativa de algo que defendo de há anos a esta parte.

Hoje é um dia especialmente útil para discutir estratégia e gestão de activos no Sporting: porque o Hugo Viana, o Moutinho, o Miguel Garcia e o Custódio - 3 dos 14 que jogaram com o CSKA em 2006 (o Custódio não saiu do banco) a que se juntou um defesa-esquerdo durante tanto tempo odiado pelos sportinguistas (Tello) e hoje recordado com saudade, e porque se fala - como falará durante as próximas semanas - do interesse do ManUtd. no Rui Patrício.

Na hora da vitória ou da derrota, é importante manter a cabeça fria e racional. Custódio e Hugo Viana teriam lugar no Sporting, Moutinho também. Fariam uma tripla no meio-campo com muito talento e com muito equilíbrio, ainda que não sejam os jogadores mais criativos. O facto do Sporting os ter tido a jogar ao mesmo tempo, e ter tido a possibilidade de os juntar esta temporada ou na temporada anterior, mas ao invés decidiu ir buscar jogadores ex-Porto, diz muito da concepção do jogo que morou em Alvalade durante as duas últimas épocas.

Mas a culpa não morre nos que decidiram. O que seria da equipa, em termos de apoio do público, se jogasse com esses três no meio-campo? Pois...

Porém, a inversa não é verdade. A referência ao Carrillo, e a sua comparação com o Wilson Eduardo, parece-me mal enquadrada. Conheço muito bem o Wilson e não conheço o peruano, pelo que não posso fazer qualquer comparação. Mas se por um lado é preciso perder a ideia de que no futebol se pode conseguir o que se quer (um jogador) sem aceitar o que não se quererá tanto (outro jogador), porque é assim que o mercado funciona (veja-se o número de contratações falhadas no FCPorto...), também é preciso não se deixar ir pela facilidade de opinião.

A performance do Wilson Eduardo ainda está muito aquém do exigível para um clube como o Sporting. Na comparação com o seu colega de sector (o Leandro Tatu), ou com outros avançados (o Wang Gang, por exemplo), o Wilson fica a perder. Não significa que não possa vir a ser um elemento muito válido, e assim o defendi muitas vezes, mas precisa de continuar a evoluir num ambiente positivo.

Renato Neto, Wilson Eduardo, Bruma e Zezinho parecem ser as coqueluches de muitos sportinguistas e sobre os 3 tenho honestas dúvidas sobre a capacidade de afirmação ao nível do Sporting. Outros jogadores seriam apostas seguras: Adrien, Pereirinha, Nuno Reis, Cédric Soares, André Marques, João Gonçalves, até mesmo o Diogo Rosado, seriam jogadores que facilmente acresceriam um valor futebolístico que os 4 acima referidos ainda não têm capacidade para acrescentar.

E nos juniores, antes do Zezinho e do Bruma, há jogadores que merecem mais atenção como o William Carvalho, o Ricardo Esgaio, Taira, o João Mário, o João Carlos, o Betinho, o Mica...

Tudo isto obedece ao que refiro de há anos a esta parte. A formação é importante, porque a formação administra uma ideia de jogo particular e uma capacidade de compreensão mútua que podem ser decisivas para um colectivo.

Mas é a ideia, o modelo e a cultura de jogo que são decisivos, não a proveniência.

Anónimo disse...

Custódio era, e é, um jogador medíocre, um trinco posicional, lento, sem visão ou iniciativa, claramente inferior a Vandinho, do qual é, foi, e sempre será, suplente. Evoluiu, o que é normal, mas jamais teria lugar em qualquer plantel do SCP. Hugo Viana é um jogador mediano (porque as suas qualidades são anuladas pelos seus defeitos), claramente inferior, em técnica, velocidade, intensidade, remate, por exemplo a Valdez, que não é nenhum génio da bola. A sua constante presença na equipa, em detrimento de Rodrigo Tello, muito melhor em todos os capítulos do jogo, foi a mais grave das “Peseiradas” (que incluem a aposta nos lamentáveis Douala e Enakarhire, a devolução de Moutinho aos juniores e o encosto de Pinilla e Danny). Adrien Silva está abaixo dos dois anteriores (pode ser que venha a estar acima, mas nada, até agora, o sugere). Nenhum dos três deixou saudades e todos estão muito bem onde estão. Miguel Veloso é, potencialmente, um grande jogador e João Moutinho é um dos dez melhores do mundo na sua posição (8). As suas saídas do Sporting, nas circunstâncias em que sucederam, foram crimes contra o clube, que, como as últimas eleições indicaram, os sócios já perdoaram ou esqueceram. Carlos Martins e Varela (um muito mais do que outro) tiveram as suas oportunidades e não as aproveitaram. As suas dispensas foram decisões correctas no momento em que foram tomadas (quando Varela tinha marcado 4 golos em 4 épocas e Martins coleccionava disparates, birras e lesões). Miguel Garcia era, e é, um bom defesa, apesar de não poder ser lateral titular numa equipa que, como o Sporting, jogava, desde Fernando Santos, sem extremos. Rodrigo Tello foi um ódio de estimação – todos se lembram de quem cabeceou em Alkmaar, mas ninguém se lembra quem marcou o canto – um elegante e inteligente interior ou lateral, o melhor marcador de bolas paradas do SCP dos últimos 20 anos, vítima da "ficha" e de publicidade enganosa. Tonel foi um jogador dedicado, mas mediano, a sua titularidade apenas se deveu à incapacidade do SCP em encontrar defesas e médios defensivos capazes de marcar golos em bolas paradas ofensivas e de defender golos em bolas paradas defensivas (já agora, como é que o Braga eliminou o Benfica?). Liedson foi um dos dez melhores avançados de sempre do SCP. Mas, pronto, não dava beijinhos no emblema nem oferecia camisolas à Juve. Enfim, cada um dos jogadores enumerados é uma história completamente diferente e as generalizações são perigosas. É pena, de facto, que o Sporting não tenha um projecto desportivo coerente. Mas teve. Com todas as qualidades e defeitos, o SCP teve, até ao dia 06.11.2009, pela única vez na sua história, um projecto desportivo coerente. Pena que, na altura, ninguém se tivesse lembrado disso. Sócio 13458.

Daniel Sociedade Sporting disse...

Eu entendo a frustração, inclusive faço parte do grupo que a sente, mas não concordo com alguns nomes que mencionam: o Carlos Martins sabotou-se a ele mesmo, acontecendo o mesmo com Tello, que não quis renovar.

Em relação ao Custódio, não me parece um jogador ideal para um clube como o Sporting. O Custódio de hoje é o nosso André Santos: demasiado fixo posicionalmente, pouca ou nenhuma criatividade, etc. No entanto, André Santos é ainda um miúdo e sabe muito bem que terá de evoluir o seu estilo de jogo se quiser ser uma referência no nosso clube.

Em relação ao Hugo Viana, sim, é um escândalo a camisola que ele enverga não ser verde.

Luizinho disse...

Amigos,

Como me parece evidente, não queria lançar aqui um debate sobre que jogadores é que gostamos ou não gostamos nem estava aqui em causa a qualidade de cada um dos jogadores referidos individualmente. Queria apenas identificar um padrão. Deixar sair jogadores competentes, razoáveis e, nalguns casos, muito bons para a seguir gastar dinheiro a contratar outros que não são claramente melhores. O dinheiro circula mas o plantel não melhora. É só isso.

jvl disse...

"Rodrigo Tello foi um ódio de estimação – todos se lembram de quem cabeceou em Alkmaar, mas ninguém se lembra quem marcou o canto – um elegante e inteligente interior ou lateral, o melhor marcador de bolas paradas do SCP dos últimos 20 anos"

Este comentário é digno do fã Nº1 do Tello. Melhor marcador dos últimos 20 anos? Nesse período tivémos o André Cruz e o Balakov só para citar dois.

Anónimo disse...

É verdade, tem toda a razão, foi, de facto, um exagero (devido ao facto de, se calhar, eu ser mesmo o fã n.º 1 do Tello). Ainda assim, uma coisa são livres directos, e outra coisa são as bolas paradas em geral. Não me lembro que os cantos ou os livres para a área do Bala e do André Cruz(ou do César Prates) fossem particularmente bons, ao contrários dos marcados pelo Tello. Sócio 13458.

jvl disse...

Teremos que concordar em discordar.

Todas as bolas paradas, fossem elas cantos e livres - directos ou indirectos - eram executadas de forma superior pelos dois jogadores que refiro, que pelo Tello.

Confesso que não sinto saudades nenhumas por um jogador que levou 7 épocas em Alvalade para apenas na última, ter um rendimento aceitável.