Um plantel a incluir Custódio, Hugo Viana e Moutinho, Adrien Silva e Miguel Veloso, teria muita qualidade na zona onde se decidem os campeões. Mas para muitos sportinguistas faltaria magia, nervo ou músculo. São conceitos de futebol que devem discutir-se mas que não podem ser levados a verdades absolutas, de nenhum lado. Pela minha parte, prefiro ver o futebol de toque e de desmarcação destes jogadores, a ver um futebol de garra e determinação de outros. São gostos…
Acrescentem-lhe Carlos Martins e Varela. Tínhamos ficado com o Miguel Garcia, o Tello, o Tonel e o Liedson. Entretanto ainda apareceram o Carriço e o André Santos.
E em vez de fazer circular milhões à bruta como fizemos nos últimos anos tínhamos acrescentado a esta base três ou quatro jogadores de nível internacional. Alguém consegue dizer que estaríamos financeiramente mais pobres ou desportivamente pior?
7 comentários:
Caro Luizinho,
Agradeço o link, de uma ideia que é apenas ilustrativa de algo que defendo de há anos a esta parte.
Hoje é um dia especialmente útil para discutir estratégia e gestão de activos no Sporting: porque o Hugo Viana, o Moutinho, o Miguel Garcia e o Custódio - 3 dos 14 que jogaram com o CSKA em 2006 (o Custódio não saiu do banco) a que se juntou um defesa-esquerdo durante tanto tempo odiado pelos sportinguistas (Tello) e hoje recordado com saudade, e porque se fala - como falará durante as próximas semanas - do interesse do ManUtd. no Rui Patrício.
Na hora da vitória ou da derrota, é importante manter a cabeça fria e racional. Custódio e Hugo Viana teriam lugar no Sporting, Moutinho também. Fariam uma tripla no meio-campo com muito talento e com muito equilíbrio, ainda que não sejam os jogadores mais criativos. O facto do Sporting os ter tido a jogar ao mesmo tempo, e ter tido a possibilidade de os juntar esta temporada ou na temporada anterior, mas ao invés decidiu ir buscar jogadores ex-Porto, diz muito da concepção do jogo que morou em Alvalade durante as duas últimas épocas.
Mas a culpa não morre nos que decidiram. O que seria da equipa, em termos de apoio do público, se jogasse com esses três no meio-campo? Pois...
Porém, a inversa não é verdade. A referência ao Carrillo, e a sua comparação com o Wilson Eduardo, parece-me mal enquadrada. Conheço muito bem o Wilson e não conheço o peruano, pelo que não posso fazer qualquer comparação. Mas se por um lado é preciso perder a ideia de que no futebol se pode conseguir o que se quer (um jogador) sem aceitar o que não se quererá tanto (outro jogador), porque é assim que o mercado funciona (veja-se o número de contratações falhadas no FCPorto...), também é preciso não se deixar ir pela facilidade de opinião.
A performance do Wilson Eduardo ainda está muito aquém do exigível para um clube como o Sporting. Na comparação com o seu colega de sector (o Leandro Tatu), ou com outros avançados (o Wang Gang, por exemplo), o Wilson fica a perder. Não significa que não possa vir a ser um elemento muito válido, e assim o defendi muitas vezes, mas precisa de continuar a evoluir num ambiente positivo.
Renato Neto, Wilson Eduardo, Bruma e Zezinho parecem ser as coqueluches de muitos sportinguistas e sobre os 3 tenho honestas dúvidas sobre a capacidade de afirmação ao nível do Sporting. Outros jogadores seriam apostas seguras: Adrien, Pereirinha, Nuno Reis, Cédric Soares, André Marques, João Gonçalves, até mesmo o Diogo Rosado, seriam jogadores que facilmente acresceriam um valor futebolístico que os 4 acima referidos ainda não têm capacidade para acrescentar.
E nos juniores, antes do Zezinho e do Bruma, há jogadores que merecem mais atenção como o William Carvalho, o Ricardo Esgaio, Taira, o João Mário, o João Carlos, o Betinho, o Mica...
Tudo isto obedece ao que refiro de há anos a esta parte. A formação é importante, porque a formação administra uma ideia de jogo particular e uma capacidade de compreensão mútua que podem ser decisivas para um colectivo.
Mas é a ideia, o modelo e a cultura de jogo que são decisivos, não a proveniência.
Custódio era, e é, um jogador medíocre, um trinco posicional, lento, sem visão ou iniciativa, claramente inferior a Vandinho, do qual é, foi, e sempre será, suplente. Evoluiu, o que é normal, mas jamais teria lugar em qualquer plantel do SCP. Hugo Viana é um jogador mediano (porque as suas qualidades são anuladas pelos seus defeitos), claramente inferior, em técnica, velocidade, intensidade, remate, por exemplo a Valdez, que não é nenhum génio da bola. A sua constante presença na equipa, em detrimento de Rodrigo Tello, muito melhor em todos os capítulos do jogo, foi a mais grave das “Peseiradas” (que incluem a aposta nos lamentáveis Douala e Enakarhire, a devolução de Moutinho aos juniores e o encosto de Pinilla e Danny). Adrien Silva está abaixo dos dois anteriores (pode ser que venha a estar acima, mas nada, até agora, o sugere). Nenhum dos três deixou saudades e todos estão muito bem onde estão. Miguel Veloso é, potencialmente, um grande jogador e João Moutinho é um dos dez melhores do mundo na sua posição (8). As suas saídas do Sporting, nas circunstâncias em que sucederam, foram crimes contra o clube, que, como as últimas eleições indicaram, os sócios já perdoaram ou esqueceram. Carlos Martins e Varela (um muito mais do que outro) tiveram as suas oportunidades e não as aproveitaram. As suas dispensas foram decisões correctas no momento em que foram tomadas (quando Varela tinha marcado 4 golos em 4 épocas e Martins coleccionava disparates, birras e lesões). Miguel Garcia era, e é, um bom defesa, apesar de não poder ser lateral titular numa equipa que, como o Sporting, jogava, desde Fernando Santos, sem extremos. Rodrigo Tello foi um ódio de estimação – todos se lembram de quem cabeceou em Alkmaar, mas ninguém se lembra quem marcou o canto – um elegante e inteligente interior ou lateral, o melhor marcador de bolas paradas do SCP dos últimos 20 anos, vítima da "ficha" e de publicidade enganosa. Tonel foi um jogador dedicado, mas mediano, a sua titularidade apenas se deveu à incapacidade do SCP em encontrar defesas e médios defensivos capazes de marcar golos em bolas paradas ofensivas e de defender golos em bolas paradas defensivas (já agora, como é que o Braga eliminou o Benfica?). Liedson foi um dos dez melhores avançados de sempre do SCP. Mas, pronto, não dava beijinhos no emblema nem oferecia camisolas à Juve. Enfim, cada um dos jogadores enumerados é uma história completamente diferente e as generalizações são perigosas. É pena, de facto, que o Sporting não tenha um projecto desportivo coerente. Mas teve. Com todas as qualidades e defeitos, o SCP teve, até ao dia 06.11.2009, pela única vez na sua história, um projecto desportivo coerente. Pena que, na altura, ninguém se tivesse lembrado disso. Sócio 13458.
Eu entendo a frustração, inclusive faço parte do grupo que a sente, mas não concordo com alguns nomes que mencionam: o Carlos Martins sabotou-se a ele mesmo, acontecendo o mesmo com Tello, que não quis renovar.
Em relação ao Custódio, não me parece um jogador ideal para um clube como o Sporting. O Custódio de hoje é o nosso André Santos: demasiado fixo posicionalmente, pouca ou nenhuma criatividade, etc. No entanto, André Santos é ainda um miúdo e sabe muito bem que terá de evoluir o seu estilo de jogo se quiser ser uma referência no nosso clube.
Em relação ao Hugo Viana, sim, é um escândalo a camisola que ele enverga não ser verde.
Amigos,
Como me parece evidente, não queria lançar aqui um debate sobre que jogadores é que gostamos ou não gostamos nem estava aqui em causa a qualidade de cada um dos jogadores referidos individualmente. Queria apenas identificar um padrão. Deixar sair jogadores competentes, razoáveis e, nalguns casos, muito bons para a seguir gastar dinheiro a contratar outros que não são claramente melhores. O dinheiro circula mas o plantel não melhora. É só isso.
"Rodrigo Tello foi um ódio de estimação – todos se lembram de quem cabeceou em Alkmaar, mas ninguém se lembra quem marcou o canto – um elegante e inteligente interior ou lateral, o melhor marcador de bolas paradas do SCP dos últimos 20 anos"
Este comentário é digno do fã Nº1 do Tello. Melhor marcador dos últimos 20 anos? Nesse período tivémos o André Cruz e o Balakov só para citar dois.
É verdade, tem toda a razão, foi, de facto, um exagero (devido ao facto de, se calhar, eu ser mesmo o fã n.º 1 do Tello). Ainda assim, uma coisa são livres directos, e outra coisa são as bolas paradas em geral. Não me lembro que os cantos ou os livres para a área do Bala e do André Cruz(ou do César Prates) fossem particularmente bons, ao contrários dos marcados pelo Tello. Sócio 13458.
Teremos que concordar em discordar.
Todas as bolas paradas, fossem elas cantos e livres - directos ou indirectos - eram executadas de forma superior pelos dois jogadores que refiro, que pelo Tello.
Confesso que não sinto saudades nenhumas por um jogador que levou 7 épocas em Alvalade para apenas na última, ter um rendimento aceitável.
Enviar um comentário