domingo, 16 de janeiro de 2011

Fim da linha

Antes do ressurgimento, vale a pena parar dois minutos para pensar no significado da demissão e Bettencourt e sobretudo no seu timing: três dias depois de concluída a operação financeira que ao longo dos últimos quatro anos tem sido considerada fundamental para dar um novo fôlego ao clube: "Depois de garantir a subscrição de um empréstimo obrigacionista no valor de 18 milhões, agora a SAD leonina viu subscritos na totalidade os Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis (VMOC), em acções, a cinco anos, no valor de 55 milhões de euros." Depois de ter adquirido o Edífico Visconde para a sua empresa, ter vendido o Alvaláxia e depois de estar feito o escandaloso negócio da venda dos terrenos do antigo estádio Soares Franco concluiu que a sua missão no Sporting estava cumprida. A tarefa de encontrar um seguidor não foi fácil e a custo alguém conseguiu convencer um reticente Bettencourt a avançar. Não vale a pena estar agora a relembrar todas as peripécias que marcaram o mandato. Porém, com excepção do Ser Sporting, ninguém estranhou o timing da demissão e ninguém relembrou o facto de o clube não ter oficialmente a partir de amanhã mais nada para vender. A Academia já foi. As transmissões televisivas também. O património é passado. Em compensação os nossos credores (os bancos) assim como os nossos clientes (controlinveste) integram o conselho de administração da empresa que gere o nosso futebol. O trabalho está feito. Não há mais nada para vender. Se alguma vez alguém desconfiou que esta gente tinha um projecto o timing da demissão de Betencourt elucida, de vez, a natureza desse mesmo projecto. É pena que ela nunca tenha tido nada que ver com os interesses do Sporting. Vamos ver para onde vai Bettencourt exercer o seu ofício daqui a uns meses. Eu aposto que não volta para o Santander. Por sua vez, Rogério Alves, ou alguém do seu grupo, contactou há dois ou três meses um conhecido dirigente partidário e deputado à Assembleia da República para saber da respectiva disponibilidade para integrar o Concelho Leonino. Levou nega, mas nos bastidores as peças já se moviam há algum tempo. Era apenas uma questão de os negócios estarem feitos. Agora podem vir os pavões e os seus amigos palhaços.

2 comentários:

Sousa Cintra disse...

Referias-te ao Campos Ferreira? Ou conseguirão surpreender-me e arranjar ainda pior do que esse em matéria de deputados? Tremo só de pensar nas opções...

Luizinho disse...

Não. Até era um tipo minimamente respeitável. Mas, talvez por isso mesmo, disse que não. Não vale a pena estar agora a queimar um tipo que teve o bom senso de recusar esta gente.