segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Sporting - Belenenses e Vukcevic também

O recambulesco aconteceu antes do início e não no fim do jogo.
Faltavam cerca de 10 minutos para o inicio do encontro, dirijo-me à porta de entrada e reparo numa fila anormal. Mais uns segundos e vejo que algo se passa, a fila está parada e uma data de indivíduos aos gritos e insultos para com a segurança ou lá o que são que fazem o controlo de entrada no estádio. Mais uns minutos e alguém na fila grita que as portas estão fechadas porque o sistema de leitura nos torniquetes não funciona. Mais gritos e impaciência e empurrões e sugestões de entrada à força por parte de alguns adeptos. Nisto, quando já estavam as equipas em campo lá abriram as portas e entrou toda a gente de avalanche sem qualquer controlo ou revista (logo desta vez que não levei a minha AK-47). Mas o importante é que o sistema de entrada nos torniquetes já estava a funcionar, pelo menos deu luz verde à minha entrada. Como esta brincadeira quando entrei no estádio o jogo já ia com 5 minutos! Se isto acontece no jogo com o porto é que há mesmo um levantamento popular.

Passando ao jogo jogado desta vez ainda houve uns 60 minutos (com boa vontade) em que a equipa do Sporting se preocupou com quem tinha ido à bola.
A entrada foi frouxa e o golo apareceu quando já se esperava pelo intervalo, em que postiga marcou um golo à ponta de lança a sério (realmente o rapaz consegue jogar bem com outro ponta de lança ao lado), apesar da posição irregular.
Depois na segunda parte boa entrada (não é alheio a isto a entrada do Vukcevic) e o segundo golo de penalti. A partir daí quem quisesse ver espectáculo é melhor seguir o conselho do paulo bento e ir ao cinema (se calhar não bocejava tanto, mas devia de ser da hora!
Quanto à equipa do Sporting mais do esquema e táctica habitual, desta vez foi bem aproveitada a subida dos laterais contra em equipa do belenenses que jogou com três defesas, mas eles não são o barcelona nem jogaram com três avançados para impedir a subida dos laterais.
Esta equipa do belém pouco têm da equipa da época passada, com a venda dos melhores jogadores e mais um carregamento de jogadores brasileiros de nível discutível parecem uma equipa de futebol de praia, sem objectividade e sem agressividade.
Também me parece que o Roca anda a perder o gás e o izma vai fazer falta, mas para compensar o Patrício negou o golo ao adversário e com isso evitou um fim de jogo sofrido.
Pelo Sporting não foi precisa muita agressividade mas quando ela é precisa nota-se a falta dela, e em especial e isto é a colocação de moutinho a trinco, claramente um desperdício.
Muito saudada foi a entrada em campo de Vuk, e quem é adepto do Sporting e convive com outros adeptos dentro e fora do estádio, daqueles que não se limitam e não frequentam blogues percebem o porquê.
Isto dá tema para uma posta sobre o assunto, mas sintetizando a relação adepto-equipa, os adeptos revêem-se nalguns tipos de jogadores e neste caso desde a saída de Sá Pinto que o Sporting não tinha um jogador agressivo e com carisma que entusiasmasse a massa associativa.
É que se há algo que me aflige nesta equipa do Sporting, há excepção de derlei (mas este já está no fim da linha) e tonel, é que a equipa é composta por jogadores copinho de leite, a começar pelo capitão que não impõe respeito a ninguém e passando por outros que não são capazes de discutir com o árbitro, encostar a cabeça e chamar nomes aos adversários. Se calhar quem só jogou à bola em amigáveis não percebe estas coisas próprias da bola. Mas é algo da essência própria do futebol, que nasceu com ele (apesar dos burocratas da fifa que nunca jogaram á bola e os comentadores que também não, quererem transformar o futebol em basquet com os pés) e que os adeptos vêm em alguns jogadores e que escasseiam na equipa do Sporting.
Recordo a apresentação de figo no barcelona, quando o treinador Cruijff, que tinha conquistado 5 campeonatos e uma liga dos campeões, iria discursar não o conseguiu por ser brindado com uma monumental assobiadela. E porquê? Porque se atreveu a dispensar um dos ídolos da equipa, Stoitchkov. É que a história é assim mesma, e ninguém a vai mudar, quem os adeptos recordam e quem eles idolatram são os jogadores e não os treinadores (se o scolari vencer no chelsea já não se vão lembrar do mourinho), e quanto mais malucos e sem cabeça são os jogadores mais idolatrados são. Exemplos: maradona, best, o já citado stoichkov, edmundo, cantona, garrincha, gascoine, entre outros. Parece existir uma correlação entre o não alinhamento no sistema dos treinadores e a genialidade, e é ténue a linha que separa a genialidade da loucura.
Mas vamos esperar que a sempre atenta e expedita direcção sadista do Sporting faça o que se espera que quem perceba de gestão futebolística.

p.s.: Aqui pode-se ver a iniciativa da ofensiva 1906 relativamente ao preço dos bilhetes. É caso para perguntar onde estiveram os restantes 25 mil adeptos, se tudo está bem, o presidente é o melhor gestor dos clubes portugueses, o treinador é o melhor dos últimos 25 anos e o plantel é melhor do que nos anos passados, então este fenómeno é da twilight zone!

p.s. 2: por esquecimento a seguir ao jogo de barcelona não prestei uma devida homenagem. Mas como mais vale tarde do que nunca, aproveito agora para deixar a minha sentida homenagem aos 9 mil que se perderam: na deslocação a madrid para a taça uefa no ano de 95 (se a memória não me falha) e apenas aos mil e poucos que conseguiram este ano regressar a espanha. Sic Transit Gloria Mundi...

Saudações Leoninas


4 comentários:

Leão de Alvalade disse...

Yazalde:
Concordo genéricamente com a análise que fizeste do jogo.

Eu, pelas razões que facilmente descubrirás, sou dos que vai menos ao estádio do que gostaria. O meu convivio com os sportingistas é mais com adeptos no exilio como eu. Sinceramente não me sinto nada diminuido no meu sportinguismo mas percebo o que queres dizer.

Percebo igualmente o que queres dizer quando falas do Vuck e do Tonel e da sua empatia com os sócios. É que nós gostamos de alguém que em campo nos represente, que jogue com vontade de ganhar, que encare cada jogo como se fosse o último ou primeiro. Que sinta que todos os jogos são importantes, especialmente com aquela camisola ao peito. No fundo que faça o que todos nós faríamos se estivessemos no seu lugar.

Por outro sentimos proximidade com aqueles que são excessivos, como os exemplos que citaste, porque afinal revelam que são homens como nós e não autómatos. É a irreverência e a genialidade lhes permite jogar melhor que os demais.

No caso concreto do Vuk acredito que o tributo que lhe fizeram em Alvalade se deve aos factos acima apontados, acrescidos da gratidão pelo facto de em muitos momentos o Vuk ter caregado a equipa às costas o ano passado, quando a equipa não jogava nada.

Por último nós os adeptos temos tendência a gostar mais dos jogadores que fazem aquilo que nós queremos-que é jogar com vontade e qualidade- do que dos que fazem só o que o treinador quer. Puxa-sacos estamos todos cheios!
SL

Yazalde disse...

Leão de Alvalade:
A questão do sportinguismo não se mede pelas idas ao estádio ou pela zona geográfica, mas o quando refiro o convívio com Sportinguistas é não apenas com aqueles que vão ao estádio mas principalmente com aqueles que não vão e com aqueles que deixaram de ir.
SL

Anónimo disse...

Então e o Liedson? Dos jogadores que mais luta a cada jogada e nunca dá uma bola por perdida! E loucura e irreverência também não lhe falta, já se incompatibilizou com treinadores, outros jogadores, enfim....

Abraço,

pedro

paulinho cascavel disse...

tou contigo, pedro. mais nada.