terça-feira, 25 de junho de 2013

Plano de reestruturação - primeiras notas

Temos estado, aqui na Roulote, a tentar perceber o que significa este plano de reestruturação para o Sporting. Deixo aqui, em jeito se síntese,  umas breves notas das diversas posições para que se possa avançar com o debate, que quer nos blogues quer na imprensa tem sido francamente pobre. Espero ter sido justo com todos os contributos da discussão que temos mantido por e-mail.

1 - É necessário reconhecer que o Plano de Reestruturação que vai ser apresentado aos sócios pela Direcção liderada por Bruno de Carvalho é, em muitos pontos, semelhante aos planos apresentados pelas anteriores direcções.

2 - Aparentemente há algumas diferenças importantes face ao que foi apresentado por anteriores direcções, a nível de spreads, prazos, e outras condições mais benéficas. No entanto não deixaremos de estar ligados à máquina durante longos anos. A questão da maioria do capital da SAD é salvaguardada neste momento. Voltar-se-á, porém, a colocar no futuro.

3 -  No essencial, o plano reproduz a lógica dominante no Projecto Roquette. Expropriar o clube e transferir todo o património para a SAD.

4 - A gravidade da situação a que o clube chegou impõe alguma precaução antes de tomar uma decisão definitiva no sentido de voto. Para alguns de nós,  e justamente pela gravidade da situação, o Plano  é aceitável desde que a "marca" Sporting se mantenha no clube e que não seja transferida com a Património e Marketing para a SAD.

5 - Para outros, o Plano, por padecer dos mesmos problemas estruturais dos que foram anteriormente apresentados, reproduz a lógica da suborndinação do Sporting Clube de Portugal a interesses que lhe são alheios e a insistência numa lógica empresarial e mercantil claramente ineficaz e falida. Para estes, valeria seriamente a pena considerar a hipótese da insolvência.

6 - Os sócios deveriam ter a possibilidade não só de votar a favor ou contra o plano que será apresentado, mas de escolher entre as três alternativas que Bruno de Carvalho avançou ontem: reestruturação financeira, plano especial de revitalização, insolvência.

8 comentários:

MaximinoMartins disse...

Se dos três planos há um que aparentemente é o melhor...
deverá ser esse a ser votado...!

Luizinho disse...

O problema saber quem decide qual é o melhor plano. Eu tenho uma ligeira inclinação para a insolvência, mas fundamental que os sócios discutam informadamente as consequências de cada um dos planos.

Manaca disse...

Não percebo a lógica do post com o teu comentário Luizinho.

Primeiro, não concordo com o post, existe diferenças enormes entre as reestruturações feitas anteriormente e esta. Além de prazos, montantes reestruturados, aumento de capital social, VMOCS e etc, existe um objectivo claro nesta reestruturação que não existiu nas outras.

Sabes qual é?

O objectivo de ser cumprido.

Se vai conseguir ser cumprido ou não, o futuro o dirá, e em último caso, avançamos para o fim, com a apresentação de insolvência.

O que defendes é retirar a esperança de, ao menos, lutar por reanimar o clube.

José Duarte disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
José Duarte disse...

Luizinho, acho que não faz sentido desistir já da "luta" e partir para a insolvência.

Temos que pelo menos tentar dar a volta ao clube.
Desistir já, não nos serve de nada.

Encaro este plano de reestruturação como a última oportunidade para tentarmos dar a volta ao texto.

paulinho cascavel disse...

Eu acho que o ponto 6 devia ser acautelado sem medos. Por uma questão de princípio e de fundo. Não sendo possivel decidir já sobre as 3 alternativas, haver também espaço para se esclarecer do que se tratam o PER e a insolvência. Como são cenários possíveis, senão agora no futuro, era importante percebe-las e saber quais as consequências da reestruturação proposta (a existirem) se se vier a ter de optar por aquelas alternativas.

Manaca disse...

Paulinho cascavel

é Facil... PER, é um processo especial de revitalização, e todos acabar no mesmo, insolvência. Ou seja, o PER serve apenas para o devedor negociar com os credores uma possibilidade de salvar a empresa (ou seja, não é mais que uma reestruturação mas mais confusa e inconsequente porque são todos os credores e não só os maiores). Se as negociações não chegarem a bom porto, o que acontece sempre, ou quase sempre, o processo segue para insolvência.

A insolvência é o fim. É a morte das empresas. Além de ser encerrada para em termos fiscais e comerciais, todo o activo é apreendido e vendido para pagamento dos credores.
Com a insolvência o sporting como conhecemos acaba. Pode-se refundar, mas é criar um novo clube, estatutos, com novos jogadores, sem modalidades, cabe a cada um decidir.

Na minha opinião só há duas hipóteses, aprovamos esta reestruturação, tentamos cumprir e levantamos o clube ou não cumprimos e apresentamo-nos a insolvência.

Luizinho disse...

Manaca e José Duarte,

ainda não defini o meu sentido de voto. Mas penso que mesmo votando a favor da proposta é necessário estar consciente das implicações de tal escolha. E, de um modo geral, a lógica desta reestruturação não é diferente das anteriores. como diz o Manaca, a esperança de toda a gente em que desta vez seja diferente reside no facto de Bruno de Carvalho não ser Godinho Lopes. E isso é inegável. Todavia, quando estas coisas se fazem (SPM na SAD, hipoteca do estádio, entrada de investidores) já não voltam atrás. Em caso de insolvência futura vamos estar numa situação bem pior...
Dito isto ainda não sei como vou votar, porque também não quero a escumalha anterior de volta.