terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Acabar com o medo

Acabar com a chantagem com que, pelo menos desde Soares Franco, as sucessivas direcções do Sporting têm vindo a sequestrar os sócios do Sporting Clube de Portugal tem que, necessariamente, ser o primeiro passo para a construção de uma qualquer possibilidade de recuperação do nosso clube. Sobre Godinho Lopes e os seus argumentos nada tenho a acrescentar. Mas não posso deixar de salientar que qualquer administração que responda, antes de tudo, a entidades externas à própria instituição que serve não serve para a organização que supostamente administra. Para além da teia de interesses que se apoderou do Sporting nas últimas duas décadas, neste momento são sobretudo três os grupos de interesses que dominam, e que por isso mesmo explicam, a tragédia a que temos vindo a assistir. Em primeiro lugar, os bancos. Em segundo lugar, a Controlinvest e Joaquim Oliveira. Finalmente, e em terceiro lugar, o conjunto nebuloso de fundos de jogadores que emprestaram jogadores ou adquiriram parte dos passes nos nossos atletas. É na conjugação triangular entre o esforço do serviço de dívida, a suborninação aos interesses da Sport Tv e por essa via a subjugação ao FC Porto, e uma política desportiva desenhada para a circulação de capital mais do que para a construção de um plantel de futebol consistente que se pode compreender o processo que nos leva a estar onde estamos. Godinho Lopes é directa e primeiramente responsável por este estado de coisa. E quando diz "ou eu ou o caos" aquilo que nos deveríamos interrogar é sobre a forma como o planeamento financeiro tem sido levado a cabo - lembra a alguém dizer a meio da época que faltam 45 milhões até Junho? - e, SOBRETUDO, porque é que os credores do Sporting apoiariam alguém que dá provas de incompetência a uma escala que é inadjectivável? E porque é que esses mesmos credores se opõem, liminarmente e à priori, a qualquer outra possibilidade de administração do clube?

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