"O desperdício de oportunidades é um dos grandes mistérios da vida", disse, faz uns cinquenta anos, Alf Ramsey (uns anitos depois, Alf, de Melmac, disse que era mais o 'desperdício de gatos'). Nessa época, jogava-se com defesas, médios e avançados: os defesas jogavam na defesa, os médios no meio-campo, os avançados à frente com os pontas-de lança, os especialistas que metiam os golos. Meio século depois, Carlos Queiroz, atribui a culpa às bruxas.
Eu até concordei com a escolha. O primeiro 'mau-maria', começa quando ele diz que Ronaldo deve ser o ponta-de-lança da Selecção. Depois de umas tímidas e inconclusivas experiências, vai ao Brasil cheio de ganas de testar o seu brilantismo com um 4:6:0. Sem pontas de lanças, apenas falsos-avançados móveis ("it's all about the mouvement", Slaven Bilic é que rula!). E era ver Ronaldo a centrar para ninguém e Danny a centrar para ele próprio. Levamos seis na pá. Mesmo assim, o professor não recua na sua genialidade. Dinâmica... que la hay, la hay. No final dos primeiros 45m, ainda dá pros comentadores de TV deliciarem-se com o poderio da formação portuguesa. No entanto, se não fosse os cornos do Bruno Alves nem à Albânia ganhávamos (e na verdade só ganhámos mais um: a Malta!). Há quem diga que ele é um visionário, alguém muito à frente. Tão à frente que 2010 já era. Os portugueses teriam preferido que ele fosse muito atrás. As tácticas podem estar a morrer, mas sem gajos que as saibam meter lá dentro elas não entram. E esta, hein?!
Queiroz, a ti te lo digo yo: Fizeste porcaria e foi de la grossa, gilipollas. Não malhes na sorte, que só ela te(/nos) pode salvar.
PS - Naturalmente, mil vezes um bravo naturalizado do que um anão-zarolho mimado ou que um Gilberto Madaíl em qualquer lado.
3 comentários:
Gaaaaaaaaanda posta, Paulinho! Muito bom!
Abraço Leonino!
Totalmente offtopic mas gostava de saber o vosso comentário sobre isto:
http://dn.sapo.pt/desporto/sporting/interior.aspx?content_id=1357733
Gestão de activos no seu melhor...
Saudações leoninas,
André Cruz
André Cruz,
A minha opinião é que ou não interesava porque o empresário não era o Gilmar Veloz, ou então acho que vai na linha do que tem sido o nível de competência para avaliar talentos naquele departamento de futebol: Desde De Franceschi, CR9, Beto (GR), passando por Varela, Rui Meireles, Manuel da Costa a Fabio Coentrão e todos os bons jogadores (alguns "oferecidos" iclusive por empresários sportinguistas) que, mesmo cabendo no nosso orçamento, foram sendo recusados e ignorados.
Isto é, acho que o rácio entre bons negócios e maus negócios continua negativo mas constante. O problema agudiza-se quando, como aqui, o impacto dos maus negócios é cada vez maior e desastroso, e o impacto dos bons negócios é cada vez mais anulado pelo travão de mão do forever.
SL
Enviar um comentário