sexta-feira, 22 de março de 2013

Amanhã vai ser assim?


Caros consócios,
Epá! Vão-se mas é encher de moscas!! Esta merda assim não vai lá!!  Vai fazer uns dez anos que eu me expressei assim e me questionei de como era possível vender-se a preço de saldo e em poucas semanas o Quaresma e a maior pérola que passara pelas camadas jovens que rumando a Manchester jamais poderia dar-nos as justas alegrias e quantias. Eram também os primeiros dias no novo estádio. Muitas lojas, serviços e um novo bingo meio americanizado, meio amaricado (como o novo hino que quiseram impingir). Sem tartan, sem pavilhão nem sala de sócios mas com cobertura da chuva, estacionamento  e vigilância. Pus-me então à procura da resposta àquela pergunta. Desde aí pus-me mais vigilante, crítico e exigente. Aos poucos percebia-se o Projeto Roquete. Da promessa de sustentabilidade a partir exploração do património, novas fontes de receita e muito rigor criou-se um labirinto de Creta onde germinaram holdings e imobiliárias e engenharia$ sem qualquer rentabilidade, a não ser para os bolsos de alguns. Com o passar do tempo, sem mais títulos ou finais europeias, o Projeto esfuma-se. A dança de cadeiras, a realidade dos balanços e a resistência do associativismo obrigou o Projeto a ajustar-se. Até hoje. Esse ajuste tem o nome de continuidade. Sem o filão do património, com a banca instalada no cockpit, viraram-se para a capitalização da SAD. Mas mantiveram-se as mesmas ideias que norteavam o Projeto inicial: importação de conceitos e princípios de gestão que podiam funcionar muito bem de onde vinham mas sem qualquer adaptação à realidade do clube e do seu contexto; uma sucessão de líderes com pouca noção de políticas e gestão desportivas; uma visão elitista que corroeu a identidade e um sentido oportunista que foi espartilhando e cavando o clube. A continuidade é isto: O Santana Lopes que duplica as cotas de sócio e acaba com modalidades é o mesmo Soares Franco que sonha num clube sem sócios e só de futebol. O Dias da Cunha que vende a saldo é o mesmo Bettencourt que estoira dinheiro em Pongolle e o mesmo Godinho que vai buscar outra vez Freitas e Duque. O Roquete que se alia com Pinto da Costa é o mesmo Soares Franco que se cala no Apito Dourado; O Roquette que sai a ganhar com a venda das suas ações da SAD é o mesmo administrador, gestor, companheiro, amigo que saiu de barriga cheia. Os mesmos gestores credíveis sem pingo de sportinguismo são o mesmo grupo de notáveis economistas que irão assessorar José Couceiro. A continuidade é o dinheiro continuar a rolar para dentro da SAD - e depois desperdiçado - às expensas do definhamento geral do clube. É isso que o ex-treinador Couceiro propõe: o serviço de entregar a um magnata qualquer o controlo do futebol pelo clube. Não sei em quanto tempo vamos recuperar a grandeza no futebol. Mas se Couceiro ganhar o certo é não voltarmos a recuperar o que ele propõe perder: a identidade e o respeito de um clube centenário onde, para o bem e para o mal, os sportinguistas são responsáveis pelo seu destino. Eu não quero ser um Chelsea, um Dynamo Dresden ou um Cardiff City, que até o seu próprio nome vai vender. A única saída para isto é a ruptura séria.
Bruno de Carvalho a Presidente!

1 comentário:

Anónimo disse...

Excelente texto que todos os sportinguistas deviam ler. Na mouche. É hora de nos tornarmos senhores das nossas almas e capitães dos nossos corações. Rua com os traidores. Viva o Sporting.