sábado, 1 de setembro de 2012

Onyewu

No meio do caos que é, genericamente, a gestão desportiva do Sporting, observam-se algumas decisões que, mesmo no meio da confusão, não deixam de ser particularmente desprovidas de sentido. Numa época que deveria ser de continuidade, e com as saídas de João Pereira e Polga, Onyewu teria, necessariamente, de ser um dos esteios da estrutura defensiva. Jogador competente, adaptado ao clube e à cidade, carismático, experiente, simpático e com claras capacidades de liderança, dentro e fora do campo, foi desde o início da época marginalizado pelo treinador e pela estrutura desportiva. Diz-se, à boca pequena, que tal tratamento se poderá dever ao facto de no intervalo da final da Taça de Portugal ter contestado algumas decisões do treinador. Em toda a parte, e nas grandes equipas, os processos de tomada de decisão técnicos e táticos, e até de construção do plantel, não são da competência exclusiva nem do treinador nem sequer dos dirigentes. Os jogadores mais influentes em qualquer equipa desempenham um papel essencial nessas escolhas. No Sporting não. Por incapacidade de diálogo, e por um espírito autoritário que continua a perpassar por toda a estrutura do clube, de Godinho Lopes a Sá Pinto, deixa-se sair um jogador fundamental. É uma decisão que, para além dos 4 milhões já desnecessariamente gastos em Marcos Rojo, vai custar ainda mais caro em termos desportivos.

1 comentário:

jose Guinote disse...

Defendo desde o ínicio da época que a dispensa de Onyewu não tem qualquer justificação do ponto de vista desportivo. Dispensámos o melhor central que tinhamos, competente qb no jogo posicional com boa capacidade de marcação e de corte pelo chão e imperial no jogo aéreo. Muito bom a defender pelo ar e fortíssimo a atacar nos lances de bola parada. Um elemento desestabilizador na área adversária. Acresce o facto de ser um bom companheiro e alguém com capacidade de liderança. Deve ter sido isso que o lixou face a autoritarismos de antanho que já só prosperam neste mal afortrunado Sporting. Gastar 4 milhões com Rojo e dispensar Onyewu é um crime de lesa Sporting e um acto despesista e desnecessário sem qualquer vantagem desportiva.
Julgo que irá voltar no final da época depois de os que o dispensaram terem dado prova cabal do seu valor.