terça-feira, 6 de julho de 2010

Desconstruindo a Verdade

«Bettencourt explicou também que esta foi a única saída do Sporting face "aos insistentes pedidos de João Moutinho para sair". "A única proposta que recebemos foi a do FC Porto. Tentámos que ele esperasse mais tempo, de forma a que pudesse surgir alguma oferta do estrangeiro, mas o João perdeu as estribeiras e forçou uma saída para o FC Porto, dizendo-nos que tinha dado a palavra ao FC Porto".»

Ou seja, o jogador é que detinha o poder negocial, bastou forçar.
Entretanto é dito que ele já tinha dado a palavra ao porto, dando a entender que sem conhecimento do Clube, já o jogador negociava com o porto.

A seguir:

«"No início da época, o representante do jogador, Pini Zahavi, disse-nos que o máximo que se conseguiria com a sua transferência seria 7,5 milhões de euros", contou José Eduardo Bettencourt, voltando a frisar que "recebeu zero propostas por João Moutinho", além da do FC Porto.»


Ou seja, antes da rábula já o moutinho estava à venda.
Ou seja, foram colocá-lo à venda, quando antes já tinham perguntado ao empresário quanto é que conseguiriam por ele? E depois aparece a surpresa porto?

Continua:

«Perante estes factos, o Sporting optou por vender o jogador ao único clube que apresentou uma proposta. "Tive uma reunião com Pinto da Costa, que me disse que o Moutinho só jogaria no FC Porto se o Sporting visse isso com bons olhos. O negócio foi feito porque o Sporting quis, porque não queria uma maçã podre no seu pomar, não queria alguém que não fosse um exemplo nem dignificasse a bandeira do clube", frisou Bettencourt.»

Ou seja, o empresário disse que o máximo que conseguiria eram 7,5 milhões, ninguém tinha oferecido nada, mas o amigo pinto da costa oferece 11 milhões menos o resto das contrapartidas.
Entretanto, já o porto tinha falado com o moutinho, o que afinal hoje parece normal, em virtude dos factos relatados e não assumidos na conferência de impressa de ontem.
Ou seja, já desde Junho que o empresário andava a negociar moutinho, o porto foi informado e ofereceu um valor superior ao que o empresário disse que arranjava.
O presidente vem justificar que o moutinho tinha dado a sua palavra ao porto, e apresenta este facto como uma surpresa.
Das duas uma, o Porto falou com o jogador sem o conhecimento do Sporting, e a lisura do corrupto é mentira ou o Porto falou com o jogador após autorização dada pelo Sporting ao empresário e sem a inclusão de uma cláusula de salvaguarda, o que é incompetência.
Existe uma terceira e sombria hipótese, que era a da não inclusão dessa cláusula de salvaguarda e esperar que o Porto se adiantasse, tendo em conta o histórico do processo, e neste caso só um palerma ficaria surpreso com o aparecimento do Porto no processo.


A finalizar:

«Era um jogador que não tinha condições para ser capitão. E, como não queremos ninguém contrariado, penso que chegámos a um bom fim desta triste história. Apesar da mágoa profunda pela forma como o processo foi conduzido, estamos satisfeitos por vê-lo partir".»

A famosa história do capitão.
O capitão foi indigitado por paulo bento, e apoiado pelo presidente no início do ano passado.
Miraculosamente a história apareceu num jornal.
Mais milagrosamente ainda, a tal conversa onde o moutinho perdeu forçou a saída também apareceu num jornal antes da conferência de imprensa.
Tendo em conta que a história que aparece no jornal foi secundada pelo presidente e é pouco abonatória para moutinho, não deve ser muito difícil descobrir o bufo.
Teria de ser uma das pessoas envolvidas na conversa ou a quem eles contaram.

Esta história que hoje vem no DN e no JN é curiosamente complementada com aquela que ontem uma andorinha que contou pelo calor da noite:
Que o Sporting a precisar de dinheiro decidiu que iria vender moutinho, que este seria um alvo mais fácil de concretizar dentro do histórico e da assumida vontade de sair do jogador.
Dai ter mandatado o seu empresário para isso.
Moutinho ao saber da história da braçadeira, sem considerar motivo para tal (visto que até o actual presidente concordou com esta medida) passou-se e disse que não era nenhuma mercadoria para ser tratado com o estavam a tratar e disse que a sair seria como ele quisesse e que queria ir para o porto.
Como se viu, com o tal mandato sem salvaguarda, o Clube viu-se de mãos atadas e com urgência em fazer negócio, o resto é história.

Entretanto a mesma andorinha ontem disse-me que o Izmailov também queria que lhe dessem asas.
Curiosamente o DN hoje apresenta o negócio como certo.

No meio disto tudo continuo com uma dúvida, será que o presidente do porto desta vez cumprimentou o presidente do Sporting?

1 comentário:

Anjo Exterminador disse...

Só hoje vi este bom post.