Desculpem lá estar a monopolizar a coisa mas o Bonifácio e a intrujice da direcção estão-me a fazer perder a paciência. Não que defenda uma demissão imediata da direcção mas há coisas que merecem ser recuperadas. Fica aqui um texto que escrevi a 22 de Março de 2006 na semana que se seguiu à Assembleia-Geral no Pavilhão Atlântico. No caso em concreto sobre a relação da imprensa com as direcções do clube. Á saída da Assembleia e depois de Soares Franco ter afirmado que não se iria recandidatar lembro-me de discutir à chuva com o Paulinho Cascavel sobre o número de dias que o homem iria demorar até voltar com a palavra a atrás e navegar na vaga mediática gerada pelos seus amigos. Aqui fica um retrato fotográfico dos sentimentos da altura.
A assembleia geral do Sporting realizada na semana passada no pavilhão Atlântico oferece-nos mais um exemplo da influência que o enquadramento mediático tem na legitimação da "ordem", e apresenta-se como um estudo de caso exemplar sobre a produção das "vagas mediáticas".
O projecto Roquette passava essencialmente por dois eixos: subtrair o clube "ás bolas que batem na barra", por via de uma gestão rigorosa e assegurar um conjunto de receitas extra-desportivas. O projecto falhou na íntegra. O orçamento da discórdia contemplava receitas da Liga dos Campeões que, como todos sabemos, nunca chegaram a entrar, e o tecto para a aquisição de novos jogares foi largamente ultrapassado. Gestão rigorosa portanto. Daí os 15 milhões em défice. As superficies comerciais que deveriam proporcionar as receitas dão prejuízo, embora exista a possibilidade de no medio prazo virem a dar lucros, daí a necessidade premente de alienar o Alvaláxia. O bingo passou a uma situação deficitária, a culpa é do Euromilhões. A argumentação para tudo isto revelou-se frágil. Soares Franco, que fez parte das direcções do clube nos últimos dez anos, fez como se não fosse nada com ele. Chegou ontem e tem um projecto inovador. O falhanço do anterior projecto deveu-se a Bin Laden e à explosão da bolha bolsista ligada às novas tecnologias (não é piada).
Mais ainda, a assembleia geral permitiu-nos finalmente compreender os interesses objectivos que motivaram o projecto: a apropriação de um conjunto de terrenos do Sporting com um brutal valor de mercado. Terrenos que valeriam 190 contos o m2 foram vendidos por cem, a empresas que têm no seu quadro dirigentes do sporting. O saque está feito. Soares Franco quando interrogado sobre se estava na Assembleia enquanto comprador, na medida em que gere a OPCA, empresa interessada na compra do edifício Visconde, ou vendedor mais uma vez respondeu com o número da virgem ofendida. Nada disto encontrou eco nos meios de comunicação social.
Mais curioso ainda é o facto de no dia seguinte à entrevista de Peseiro, que acusava os jornais de serem dominados pela agenda dos clubes, termos tido a possibilidade de observar o início da contra vaga mediática. Apenas a "situação" teria doravante o direito à palavra. Os jornalistas apresentavam a "alienação" como inevitável, a oposição não apresentou propostas alternativas. A este propósito nem vale a pena citar jornais desportivos, mas a inenarrável prestação de Paulo Garcia no programa de opinião dos espectadores da SIC Notícias às 5 tarde do dia da Assembleia será suficiente para revelar a peça.
Claro que o carácter chantajoso da proposta não foi mencionado. Nem o trajecto de Soares Franco e seus compadres nos últimos dez anos. A gestão Roquette não foi revisitada, nem confrontdas as posições actuais com as de então. O facto de Soares Franco ter falado durante uma hora e meia na Assembleia contra 32 minutos do total dos sócios passou ao de leve. O facto de quatro em quatro intervenções dos sócios surgir uma proposta na mesa para proceder de imediato à votação, cortanto por essa via a palavra a dois dos já assumidos candidatos também não foi noticiada.
Assim a proposta de "alienação" que encontrava brutal resistência nos sócios chumbou por míseros 2%.
A vaga continua. Soares Franco é agora o avatar Cavaquista no espaço leonino. O homem providencial, a Razão, que nos vai salvar das hordas de fanáticos guiados pelo seu sentimento mas que não percebem nada de gestão.
Ainda me recordo na saida da assembleia, na porta do pavilhaão atlântico, quando se pensava que o homem agora ia desistir da ideia e nao tinha moral para continuar, pedindo a sua demissão, logo me veio à cabeça a seguinte ilustração: axo que não, vai-se afastar, a seguir começam os abaixo assinados e as entrevistas pra que volte e ei-lo de volta dizendo que não há alternativa credivel, só ele. Então o património será venvido, após as eleições sem necessidade de assembleia geral. Como gostava de estar enganado...
ResponderEliminarParabéns pelo blog, vou adicionar o link no Visconde.
ResponderEliminarFaçam o mesmo e participem.
Saudações Leoninas
http://ovisconde.blogspot.com