Alguém disse um dia que a história primeiro se repete como tragédia e depois como farsa. Depois da tragédia que foi a Assembleia-Geral no Pavilhão Atlântico a direcção de Soares Franco prepara-se para repetir a mesma estratégia,e como os mesmos objectivos. Só que como já vimos este filme a coisa resulta mais como farsa. Nem sequer me vou dar ao trabalho de comparar de forma sistemática todas as semelhanças entre os dois processos. Dizer apenas que a chantagem já começou: "DEPOIS de ter sido aprovado pelos conselheiros leoninos, o Conselho Directivo está empenhado na divulgação dos contornos do projecto de reestruturação financeira idealizado por Soares Franco e na segunda-feira haverá uma sessão de esclarecimento aberta a todos os associados do clube, no Estádio José Alvalade. A prioridade passa pela aprovação do projecto em assembleia geral e um eventual chumbo por parte dos sócios pode, inclusive, levar Soares Franco a bater com a porta." (hoje na Bola).
Soares Franco joga com uma e apenas uma coisa. O medo do vazio. O medo do vazio de poder. Demitir-se neste momento é a saída mais fácil, para daqui a um mês se apresentar como candidato único e pedir a autorização do empréstimo e da transferência da Academia em sede eleitoral. Esta farsa já nós vimos. Joga também com a memória de Jorge Gonçalves e do medo de contas de electricidade por pagar. Pois bem, eu não tenho medo. E se o senhor quiser ir embora que vá. Agora não me venha chantagear com um proposta que não fazia parte de nenhum programa eleitoral que me tivesse sido apresentado. Não me venha apresentar como inevitabilidade um objectivo de vai na mesma linha de tudo o que tem sido feito nos últimos 13 anos no clube. Não se venha apresentar como sendo alguém de fora, quem está desde o início e umbilicalmente ligado ao projecto Roquette. Não venha com saídas miraculosas que nada mais são do que o sistemático e pensado desmembramento do clube, resultado de um passivo também ele metodicamente construído.
Fica aqui escrito: se a farsa se consumar eu não dou mais para este peditório. Quero ser sócio de um clube que é construído colectivamente com outras pessoas. Um clube onde eu meto uma parcela do meu rendimento mensal e que serve essencialmente para me divertir e esquecer por momentos as agruras do quotidiano. Um clube que acumulou um riquíssimo património ao longo de 89 anos e que nos últimos 5 ou 6 tem sido metodica e cruelmente expropriado. Fartei-me! Espero que a Assembleia do Pavilhão Atlântico não seja a minha última. Se se assim tiver de ser, assim será! Eu não sustendo Sociedade Anónimas, accionistas e trafulhices imobiliárias. Os meus mil euros anuais vão pregar para outra freguesia. Este consumidor não vai em banhas da cobra.
1 comentário:
100 % de acordo. mais do que não comprar banha de cobra é não contribuir no cavar da própria sepultura.
Como é que ainda se pode confiar nestas pessoas e num advento milagroso destas politicas é que eu não entendo.
Enviar um comentário